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Turismo e Carnaval: confusão conceitual

{ Posted on 12:19 by Edmar Lyra Filho }



Por Allan Aguiar

Meu sobrinho e um grupo não pequeno de amigos universitários decidiram passar um certo carnaval em Olinda. Casa alugada, partiu um comboio de quatro automóveis com quase vinte marmanjos em direção ao patrimônio da humanidade e suas ladeiras e blocos. Prevenidos, a tropa de choque realizou um breve Pit Stop na capital paraibana para, dentre outras tarefas, adquirir os mantimentos que abasteceriam a despensa que os manteriam vivos por seis dias. Compraram majoritariamente fermetados e destilados em quantidade suficiente para mantê-los longe da sobriedade, dia e noite. Comendo pouco e bebendo muito os atuais Engenheiros Civis possuiam metas diárias de beijos, amassos e etc., sob o controle de um curioso e sofisticado modelo matemático de acumulação de pontos, que definia uma correlação inversamente proporcional com o rateio das despesas gerais do Grupo. Ou seja, quem selasse mais garotas pagaria menos pela aventura.

Resumindo, o impacto econômico desses quase vinte lambedores foi a produção de muito lixo(especialmente latinhas e camisinhas), a sobrecarga do sistema de esgotamento sanitário da pérola da arquitetura luso-holandesa além, naturalmente, da receita, não contabilizada e certamente sonegada, do feliz proprietário do sobrado que abrigou esses "fantásticos turistas".

No caso, a cadeia produtiva do Turismo sequer foi arranhada.

O exemplo mencionado propõe-se a produzir uma reflexão sobre uma armadilha que alguns bons governantes caem, por serem sinceros perseguidores da qualidade de vida e que outros, ruins, fazem questão de cair por serem sinceros perseguidores de quantidade de votos. Lembro que Turista não vota no Destino visitado, quem vota são os ingênuos brincantes nativos de inocência explorada, como crianças que preferem o parquinho, tendo leitinho, mesmo que o painho não tenha dinheirinho.

O que se quer: Festa(circo) ou Turismo(renda)? Lembrando que festa é custo(dinheiro saindo do município) e não residentes(Turistas) são rendas(dinheiro entrando no município). Folião é uma coisa, turista é outra. O melhor carnaval quase sempre não é o maior carnaval mas aquele que alegra o folião e atrai o ocioso curioso e com dinheiro(turista).

A apostila clássica dos cursos de turismo aponta para os verbos Dormir, Comprar, Visitar e Comer como sendo aqueles que identificam a conjugação perfeita dos visitantes desejados.

Quanto maior o Gasto Médio Diário, maior a Receita Turística, maior a Renda Turística e mais amplo e transversal é o impacto-benefício nos 52 setores cadastrados na Cadeia Produtiva da maior indústria do mundo, a mais clara vocação econômica do Nordeste, o Ilmo. Dr. Turismo.

É de partir o coração a Capital do Estado não conseguir entrar na primeira divisão, sequer na Liga Nordestina de Destinos Turísticos. O Setor de Serviços, onde o Turismo está inserido na estrutura produtiva das economias, poderia representar um importante atalho às metas de inclusão social.

A SETUR/Recife transformou-se em mera empresa pública organizadora de festas voltadas a manter o Ópio coletivo de que minhas praias são as mais belas, meu carnaval multicultural é o melhor do mundo e meu São João é maior que o do vizinho, nutrindo um suposto poderio cultural de um Estado que representa 4,4% da população do Brasil, impressionantes 2,6% da economia do Brasil, contabilizando um dos piores indicadores de educação, segurança, saúde e, claro, Turismo. A SETUR/Recife, creio, jamais refletiu sobre a sua função estratégica de fomento ao desenvolvimento sócio-econômico da população e que o Turismo é um dos pouquíssimos setores que poderia animar a economia municipal, a qual não possui qualquer chance na atração de indústrias e muito menos no agro-negócio.

Como serão gerados os postos de trabalho? A Secretaria do Turismo do Município é, na verdade, a real Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Entregá-la a hoteleiros do Pina é um equívoco. Transformá-la em Agência Reguladora de Festas Oficiais(ARFO) é jogar bebê no lixo. É matar o futuro!

No Turismo, parceria, planejamento, integração, transparência e profissionalismo são as palavras de ordem. Uma boa dose de humildade também faz bem.

Os indicadores sócio-econômicos do Nordeste apontam que, até agora, demos errado e que Recife se destaca como cidade-problema. É muito pobre, muita concentração de renda, pouca saúde e educação e errar no alvo da alocação de cada centavo do orçamento público é mais uma violência urbana, travestida de populismo barato, como se nós fossemos viver para sempre.

O Turismo poderia auxiliar no desarme da bomba social já acionada, considerando serem os negócios turísticos os únicos que carregam no seu DNA a desconcentração de renda.

Transformar Turismo em festa popular pode ajudar no próximo 03 de outubro, mas é um tiro no futuro que um dia dará um tiro em nós. E aí não tem mais carnaval!

Meu carnaval juntou um milhão de humanos!

O meu juntou dois milhões de humanos!

Mas o meu tem o Frevo completando 100 anos e juntou dez milhões de humanos!

NOVESFORA NADA! Os humanos continuarão pobres face a desumanidade inconsciente da turma dos camarotes.

Espero ver o frevo ser praticado fora de Pernambuco, dentro é moleza! Fora foi: Recife 10º(mangueira) X Macapá 1º(beija-flor). E Daí?

Somos a elite pernambucana remunerada com dinheiro azul e branco!

Somos a elite pernambucana e aqui o capibaribe e o beberibe sustentam o oceanao atlântico!

Somos a elite pernambucana e a corte portuguesa não se instalou aqui porque os baianos e os cariocas são rivais do nosso carnaval!

Alguem poderia conseguir-me um título de cidadão pernambucano?

Terra chamando Irmãos! Vamos trabalhar que a coisa aqui tá preta e sucesso só vem antes de trabalho no dicionário!

PS: Allan Aguiar foi Presidente da EMPETUR

Fonte: Blog de Jamildo

2 Response to "Turismo e Carnaval: confusão conceitual"

IDIOTA!!! VEREADOR DA CASA DO CARALIO!!!

Parabéns pelo blog, é bom que pessoas jovens como você tenham o intuito de trabalhar pelo povo e pela cidade em que vivem.

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