Em paralisação de advertência por 48 horas, os médicos da Prefeitura do Recife fizeram nesta quarta-feira um protesto na Praça da Independência, no Centro do Recife. Na manifestação, os médicos apresentaram o boneco “João Doentão”, numa crítica irônica ao sistema de saúde da prefeitura. Segundo os médicos, o boneco representa o usuário que “sofre com as longas filas, atraso de exames, precariedade na estrutura física, longo tempo para marcação de consultas às especialidades médicas, dificuldade de acesso, além da falta de remédios e equipamentos”.

Em nota, o vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Silvio Rodrigues, informou que 90% das unidades de saúde estão paralisadas. Nesta quinta-feira pela manhã, os médicos fazem mobilização e panfletagem nas unidades de saúde da PCR. O ponto de encontro será, às 08h, no Centro de Saúde Albert Sabim, na Tamarineira. Logo depois, participam de manifestação na Câmara dos Vereadores do Recife, às 09h30.

Amanhã à tarde, os médicos se reúnem em Assembléia Geral, no auditório da Associação Médica de Pernambuco (Rua Oswaldo Cruz, 393, Boa Vista). Na ocasião, será discutida e avaliada a proposta apresentada pela Secretaria de Saúde ao Simepe.

Da Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

O jornal britânico The Independent publicou em sua edição desta sexta-feira uma reportagem sobre o alto índice de assassinatos em Recife, capital do Estado de Pernambuco, com o título "Morte aos indesejáveis: A capital de assassinatos do Brasil".

A reportagem diz que apesar de atrair um milhão de turistas estrangeiros, quase 3 mil pessoas foram mortas na cidade no ano passado e que muitas dessas mortes foram provocadas por policiais.

O repórter diz que conseguiu convencer um policial a falar sobre os assassinatos que cometeu. Ele é supostamente integrante de um esquadrão da morte e estaria na corporação há 20 anos.

"Ele tinha matado pessoalmente mais de 30 pessoas e disse que sua 'equipe' tinha matado mais de 50", afirma o artigo.

De acordo com o repórter Evan Williams, o policial justificou sua ação afirmando que não sente remorsos porque está desempenhando "um serviço social".

"É certo tomar uma vida humana nestes casos, porque leva muito tempo para que os processos judiciais aqui tramitem e o traficante ou assassino que nós podemos prender como policiais podem ser libertados no dia seguinte e voltar para as ruas e matar e vender drogas de novo. Então é muito melhor para nós (...) matá-los e resolver o problema assim", disse o integrante do esquadrão da morte, de acordo com Williams.

Segundo a reportagem, o entrevistado, que não quis ter seu nome revelado, caçoou das iniciativas da cúpula da polícia para reprimir a atuação dos esquadrões da morte, que levaram à prisão de centenas de suspeitos em todo o Estado.

"O homem que entrevistamos sobre esta suposta repressão riu e disse que ele não tem medo de ser preso porque vários dos policiais mais graduados estão envolvidos", escreveu o repórter.

Williams disse que o integrante do esquadrão da morte descreveu o processo da seguinte forma: "Olha, funciona assim: o policial de nível de detetive ou coronel nos chama para uma reunião. Eles dizem: tem um cara de quem nós queremos que você cuide, que mate até sexta-feira. Nós vamos e fazemos o serviço, então muitos policiais estão envolvidos."

O repórter afirma ainda que o Secretário de Defesa Social de Pernambuco, Servilho Silva de Paiva, disse que a polícia e o governo do Estado estão seriamente empenhados na prisão de qualquer policial envolvido em esquadrões da morte, mas "admite uma responsabilidade limitada sobre as ações de policiais em esquadrões da morte".

Segundo Williams, Paiva disse que pesa sobre as autoridades a responsabilidade quando um policial em serviço mata uma pessoa.

"Se ele estiver de folga, não é nossa responsabilidade", afirmou o secretário, de acordo com o repórter britânico.

Williams ouviu ainda um assistente social, um representante de uma ONG e um menino de rua na reportagem que buscou mostrar também o perfil das vítimas dos esquadrões da morte.

Por Edmar Lyra

Passados 2 anos da implementação do propalado Pacto Pela Vida do Governador Eduardo Campos(PSB), a sociedade pernambucana percebeu na vida real que o que o então candidato só fazia fantasiar um estado melhor caso fosse eleito.

Infelizmente, o atual governo não cuidou bem da segurança pública como poderia cuidar, e os números comprovam que Pernambuco continua a ser um estado muito violento, talvez pior do que o Governo Jarbas/Mendonça e também o Governo Miguel Arraes.

A verdade é que o atual governo não faz parcerias com a sociedade e com as prefeituras. Recife é um grande exemplo. Qual foi a ação que o Prefeito João Paulo fez para contribuir com a redução de homicídios na cidade? Nenhuma. Mesmo sendo aliado por 2 anos do Governador Eduardo Campos.

O Prefeito João da Costa, é mais omisso que o padrinho na questão da Segurança Pública. Não contribui com a melhoria das vias, acabando com os buracos. Bem como, a iluminação pública que é vexatória.

Não se vê por parte da Prefeitura do Recife e do Governo de Pernambuco qualquer ação que vise tirar os jovens das ruas. Basta passar pela Agamenom Magalhães ou pela Beira-Canal de Boa Viagem, que se vê jovens pedindo esmolas, furtando os transeuntes e os veículos. No centro da cidade é a mesma coisa, todos andam com muito temor pelas ruas do centro do Recife.

Esquecendo as parcerias que não foram feitas, e a omissão dos Prefeitos da região metropolitana, sobretudo os do Recife, o ex e o atual. Observando apenas o papel do Governo de Pernambuco, todos veem que o que Eduardo Campos propalava em sua campanha não passava de uma ilusão.

Pernambuco continuou a crescer os homicídios, de 48 para 51,6 por mil habitantes. É fato que perdeu a liderança entre os estados com maior número de homicídios, mas foi apenas pelo fato de os outros governos conseguirem ser mais incompetentes e mais inoperantes do que o Governo de Pernambuco no tocante à Segurança Pública. Apenas por isso.

Segurança Pública se faz com Educação, com Capacitação Profissional, com Acompanhamento Familiar, Geração de Emprego, entre outras ações. Não basta apenas botar um nome bonito, colocar coisas bonitas no papel, pintar as viaturas, etc.

O Governo finge que os policiais são bem assistidos, e eles, consequentemente fingem que trabalham de fato. Nesse fingimento do Governo e dos Policiais, quem fica no meio do fogo cruzado é a sociedade civil, que pouco tem como se defender. Quem pode blindar o carro e andar com segurança particular, ainda possa talvez andar um pouco sossegado no estado.

Porém, esta parcela da sociedade é muito pequena, tendo em vista que o custo de uma segurança privada é elevado, e a grande massa fica a mercê do Estado.

Como se não bastasse, o Governo agora tem o Deputado Sérgio Leite(PT) como aliado, que, de uma hora pra outra, deixou de contestar os dados da SDS, como fazia no Governo Jarbas/Mendonça. Será que ele está com algum lapso de memória?

Além disso, o Governo fica tentando à todo custo calar os mecanismos que a sociedade tem para averiguar a verdadeira face dos homicídios em Pernambuco. Foi aplicada a lei da mordaça em Pernambuco quando fecharam o PE Body Count.

Esses aspectos provam que Segurança Pública não pode ser feita com politicagem como Eduardo Campos tratou quando candidato e trata como Governador. Mas, sim com Políticas Públicas efetivas para melhorar a vida do cidadão de bem que vive em Pernambuco.

Em Pernambuco, o Democratas briga na Justiça para que Enem só seja aplicado como seleção em Universidades a partir de 2010 e ingressa na Justiça Federal com pedido de liminar para que as regras do novo vestibular pelo ENEM somente sejam aplicadas pela Universidade Federal de Pernambuco e Universidade Rural de Pernambuco a partir do vestibular de 2011.

“A lógica da adoção do ENEM como seleção para valorizar o ensino é correta, mas alterar as regras no meio do ano letivo prejudica os alunos, os professores e as instituições de ensino, que já vinham se preparando para o vestibular tradicional”, justificou o presidente estadual do Democratas, Mendonça Filho.

Segundo Mendonça, a Juventude Democratas levou a discussão para o partido, que ouviu educadores, vestibulandos e o jurídico. “Dessas discussões resultou a decisão de recorrer a Justiça para fazer valer o direito coletivo dos estudantes, que são os principais prejudicados”, afirmou Mendonça, ressaltando que as regras foram mudadas sem respeitar o direito do aluno, que a cinco meses do Exame sequer sabe os conteúdos nas provas.

Na ação, o Democratas argumenta que mudar a regra de acesso à universidade adotando o Enem como critério de seleção, a poucos meses da realização do novo vestibular, burla o direito da dignidade dos estudantes, e, principalmente, da igualdade de condições do acesso ao nível superior, prevista na Constituição Federal.

A presidente do Democratas no Recife, a vereadora Priscila Krause, alertou para os prejuízos ao longo do ano letivo. “O que vemos são as escolas num malabarismo grande mexendo no calendário para tentar repassar aos alunos todo o conteúdo programático de cada matéria em um espaço de tempo tão curto”, afirmou, ressaltando que essa improvisação vai prejudicar os alunos e os professores e não atende a proposta de valorização do ensino pregada pelo ENEM.

Para o presidente nacional da Juventude Democratas, deputado Efraim Filho, a iniciativa dos pernambucanos retrata perfeitamente a linha de atuação do movimento estudantil no partido. "A UNE e os partidos de esquerda se afastam cada vez mais dos estudantes, porque firmaram um pacto de submissão ao governo Lula. Enquanto isso, nós, Democratas, brigamos pelas coisas que dizem respeito ao cotidiano dos estudantes, seja na política macro ou em questões de sala de aula", diz Efraim. Ainda de acordo como ele, é a política pé-no-chão que faz o Democratas ser o segmento que mais avança entre jovens

Se a Justiça acatar o pedido, a liminar beneficiará todos os alunos que se inscreverem para os vestibulares da UFPE e UFRPE pelo caráter coletivo da ação. No novo blog, os estudantes podem assinar uma Moção de Apoio ao mandado de segurança impetrado pelo Democratas e participar da enquete sobre o novo vestibular.