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Fernando Bezerra Coelho deve ser Ministro.

{ Posted on 22:29 by Edmar Lyra Filho }

O Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB), deverá ser indicado nos próximos dias Ministro das Cidades ou da Integração Nacional. Ele tem perfil para ambos os cargos porque preenche todos os requisitos.

A ida de FBC para o Ministério de Dilma Rousseff vai coroar um trabalho brilhante na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco. Além do mais, será um passo muito grande para que ele seja candidato a Senador da República ou a Governador de Pernambuco em 2014.

Porém, precisamos agir com naturalidade, afinal, ninguém vira candidato majoritário com perspectivas de vitória do dia pra noite. Depende muito das circunstâncias e da capacidade do indivíduo.

Bezerra Coelho se transformou em um político de dimensão estadual quando decidiu abdicar de dois anos como Prefeito de Petrolina para assumir a principal pasta do Governo de Pernambuco.

No cargo, foi, sem dúvidas, o melhor auxiliar do exitoso Governo Eduardo Campos, atraindo investimentos para Pernambuco com grande volume, nunca visto antes no estado.

Além de ocupar um cargo importante no cenário político pernambucano, Fernando Bezerra Coelho assumiu um clube de massa como o Santa Cruz, mesmo não tendo obtido êxito no clube em termos de resultado no futebol, saiu extremamente bem avaliado do comando do clube por ter sido um dos melhores Presidentes da história do Santa Cruz.

Político com brilhante visão administrativa, FBC quis ser candidato a Senador da República na chapa de Eduardo Campos, porém, mesmo tendo sido rifado, respeitou a decisão do grupo e se empenhou na reeleição do Governador e na vitória de Humberto Costa e Armando Monteiro.

Agora vem a recompensa, afinal, foi um esforço muito grande para a dimensão política que ele conquistou. Sendo Ministro do Governo Dilma Rousseff ele terá plenas condições de ser um protagonista do cenário político de Pernambuco ao lado dos Senadores Armando Monteiro e Humberto Costa e, obviamente, do Governador Eduardo Campos.

A ida de FBC para o plano nacional é um fato a ser comemorado por todos os pernambucanos porque ele tem competência suficiente para ser um dos melhores auxiliares da Presidente Dilma Rousseff.

Coluna Gazeta Nossa primeira quinzena de dezembro

{ Posted on 00:16 by Edmar Lyra Filho }
Dilma acerta na área econômica.

A Presidente Dilma Rousseff acertou em cheio na indicação de Alexandre Tombini para o Banco Central e Miriam Belchior para o Ministério do Planejamento, bem como na manutenção de Guido Mântega no Ministério da Fazenda. O Presidente do Banco Central Henrique Meirelles tinha divergências pontuais com Guido Mântega. Meirelles era um defensor ferrenho das altas taxas de juros. Não por gostar de juros altos, ninguém gosta, mas por se preocupar excessivamente com o controle da inflação. Por conta disso havia uma certa rejeição do mercado a ele. No Planejamento o Ministro Paulo Bernardo deu conta do recado no Governo Lula, porém, Dilma optou por valorizar sua parceira no Programa de Aceleração do Crescimento onde era coordenadora, a engenheira Miriam Belchior. A escolha de Tombini para o Banco Central foi uma demonstração clara que a Presidente investirá em perfis técnicos com vasta carreira. Tombini é funcionário de carreira do Banco Central e participou de todos os governos, desde a implantação do Plano Real no Governo Itamar Franco, passando por Fernando Henrique e Lula. É fundamental que o Presidente do Banco Central tenha uma maior sinergia com o Ministro da Fazenda, obviamente, sem perder a autonomia. Um ponto imprescindível da nova equipe econômica foi confirmar que o tripé econômico será mantido, são eles: Câmbio Flutuante, Metas de Inflação e Responsabilidade Fiscal. Desde o Governo Fernando Henrique onde foi efetivado o Plano Real que esse tripé tem sido mantido e tem dado certo. O que esperamos da nova equipe é que haja uma proposta de redução dos gastos públicos e que prime pela eficiência da gestão pública. O ponto positivo dessa indicação de Dilma Rousseff para a área econômica foi mostrar que a meritocracia se sobreporá aos conchavos políticos. Esperamos que o restante da equipe da Presidente Dilma siga este mesmo propósito.

Nike e Apple - O Shopping Recife receberá duas novas lojas que irão sacudir o mercado local, são elas: Nike e Apple. Duas grifes importantíssimas que colocam Pernambuco no rol dos estados consumidores de marcas de qualidade.

Armando Monteiro - É possível que o Senador Armando Monteiro (PTB) seja convidado para assumir o Ministério da Micro e Pequena Empresa. Presidente da Confederação Nacional da Indústria, e responsável pelo Sistema S, Armando é o nome mais qualificado para o posto.

Douglas Cintra - Caso Armando Monteiro seja escolhido pela Presidente Dilma Rousseff para o Ministério da Micro e Pequena Empresa, o empresário Douglas Cintra (PTB) de Caruaru assume a vaga de Senador da República.

Assembleia - A briga é grande na Assembleia para ver quem assume a Primeira Secretaria. João Fernando (PSB), atual ocupante do cargo quer continuar, porém, André Campos (PT) quer o cargo, afinal, é um aliado fiel de Eduardo Campos e tem envergadura para o cargo.

PSDB - O Deputado Federal eleito Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, tende a levar seu partido para a base do Governador Eduardo Campos. Por esses dias a aliança deve ser anunciada e a partir de janeiro os tucanos deverão marchar juntos com Eduardo Campos.

PMDB - Podem anotar, é uma questão de tempo a saída do Senador Jarbas Vasconcelos do PMDB, afinal, ele perdeu a eleição de maneira acachapante para seu adversário e não é bem quisto no maior partido de sustentação do Governo Dilma Rousseff.

Desenvolvimento - Pernambuco é um estado que cresce de maneira saudável, graças aos avanços obtidos por Eduardo Campos. Viajando pelo estado pode se observar o quanto nosso estado cresce. Diferentemente dos anos anteriores, o desenvolvimento é para todo o estado de Pernambuco e não para uma determinada região do estado.

O despertar para um novo paradigma de administração pública

{ Posted on 21:25 by Edmar Lyra Filho }
Por Talita Correa Santos

A institucionalização da carreira de Gestor de Políticas Públicas e Gestão Governamental, no mês de outubro de 2010 conquistou mais uma unidade federativa: o distrito federal.

Essa carreira, que no ano de 2010 completou seus 20 anos de criação dentro do governo federal foi molde inspirador para que não apenas o DF, mas também mais nove estados brasileiros a instituíssem em seus governos: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.

Carreiras criadas com o intuito do aperfeiçoamento da máquina governamental através da profissionalização da gestão do Estado, ocupadas por profissionais altamente qualificados e capazes de desempenhar funções nas mais diversas áreas dentro do planejamento e gestão formam um conjunto de iniciativas que acalentam corações ansiosos por inovações na administração pública.

Dentro de um contexto de rearranjo do Estado brasileiro juntamente com a Constituição de 1988, as admissões de servidores públicos se consolidaram unicamente através de concursos públicos. Sendo assim, os profissionais dessa carreira são inseridos nos órgãos públicos através de concursos, de forma a valorizar a meritocracia, bem como, garantir, os princípios de legalidade, impessoalidade, publicidade, e eficiência, previstos na Constituição, como consta em seu Artigo 37.

À medida que os cidadãos tornam-se mais exigentes ante os processos de gestão pública, estruturas orgânicas autofágicas, que mantêm seu funcionamento em função de si mesmas, perdem forças, e o governo passa a enfrentar desafios funcionais, burocráticos e jurídicos na tarefa de se aperfeiçoar e de promover desenvolvimento de modo a favorecer o funcionamento adequado da máquina pública a favor das demandas da sociedade.

Esses desafios exigem das instituições governamentais intenções reformistas e inovadoras, que estimulem melhorias do setor público, objetivando otimizar os resultados provenientes das atividades da administração pública.

Dessa forma, de maneira a atender essas exigências, estados brasileiros aos poucos, foram através de leis e medidas provisórias criando, aperfeiçoando e valorizando em suas esferas a carreira do especialista em gestão governamental e políticas públicas.

Por vez, por se tratar de uma carreira bastante recente, as perspectivas quanto ao seu futuro são inúmeras, as quais profissionais guiados pela idéia da máxima efetividade do Estado busquem corresponder à satisfação de direitos e interesses que ultrapassam seu ambiente individual, ampliando a capacidade da gestão e das políticas públicas de forma a atender de maneira mais efetiva e eficaz as demandas de um estado renovado.

*Talita Correa Santos é graduanda em Gestão de Políticas Públicas pela Univesidade de São Paulo.

Crack toma conta de Boa Viagem

{ Posted on 22:06 by Edmar Lyra Filho }
Tenho por hábito caminhar no calçadão quase todos os dias na orla de Boa Viagem.

Do meu caminho passo pela Academia Hi, pelo Salão de Beleza Julita & Paulo, dentre outros. Neste caminho tem uma passarela que dá acesso de um lado do Canal ao outro que é em frente ao empresarial Ibrahim Nejaim.

Nesta localidade tem uma boca de fumo que está se consolidando dia após dia. Onde passar por este local é uma tremenda prova de fogo. Qualquer pessoa de bem está andando lado a lado com o perigo.

Infelizmente o poder público ainda não tomou uma medida cabível para coibir estes meliantes numa área de fluxo do bairro.

Esperamos que a Secretaria de Defesa Social tome uma atitude consistente para evitar que futuros problemas ocorram.

Já liguei para o 190 denunciando isso. Espero que nas próximas vezes quando for caminhar nem eu, e nem qualquer outro cidadão de bem se depare com esse tipo de cena.

As razões de André Campos.

{ Posted on 21:29 by Edmar Lyra Filho }

Não é de hoje que o Deputado André Campos (PT) demonstra fidelidade canina ao Governador Eduardo Campos.

André é um político leal e justo, com excelente inserção no governo, na oposição e na sociedade. Nada mais legítimo do que o Deputado pleitear a Primeira-Secretaria da Assembleia Legislativa em detrimento ao Deputado João Fernando Coutinho (PSB).

João Fernando foi primeiro-secretário da Assembleia por duas vezes durante o primeiro governo de Eduardo Campos. Também é um político fiel ao Governador e com excelente trânsito. Não questiono o mérito do Deputado que foi reeleito com mais de 70 mil votos.

A questão é que ele foi beneficiado por duas vezes durante o Governo Eduardo Campos, porém, não é uma unanimidade entre os seus pares na Assembleia. Não que André Campos seja ou até mesmo Aglaílson Júnior, que já teve interesse no cargo e hoje, segundo o próprio, não tem mais.

O Governador poderia, tranquilamente, compensar João Fernando na condição de Secretário do seu Governo, e respeitar a legitimidade de André Campos para ocupar o cargo que ele almeja, afinal, ele tem, tranquilamente, o apoio de muitos dos seus pares, e com certeza, agrega muito mais que João Fernando Coutinho.

'Primeiro, 45% dos brasileiros disseram não', afirma Sérgio Guerra sobre vitória de Dilma

{ Posted on 01:22 by Edmar Lyra Filho }
De O Globo, por Adriana Vasconcelos.

RIO - Duas semanas após a terceira tentativa frustrada dos tucanos de voltarem ao poder central do Brasil, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admite que seu partido precisará passar por ampla reestruturação.

O PSDB, diz, passa a impressão de que é um partido de um pequeno grupo. Nesta entrevista ao GLOBO, concedida na manhã de quinta-feira em seu gabinete no Senado, Guerra fala de sua preocupação com os rumos do futuro governo Dilma Rousseff, a começar pela ação articulada pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, de deixar pronto um projeto de regulação da mídia.

Ele minimiza a nova disputa entre mineiros e paulistas pelo comando do PSDB - seu mandato termina em maio -, mas reconhece que, se o partido tiver mais de um candidato à Presidência da República em 2014, não terá como fugir das prévias.

Qual a estratégia da oposição daqui para a frente?

SÉRGIO GUERRA: Não pode ser outra a não ser se recompor e se reestruturar. Ao longo especialmente do segundo turno, os partidos de oposição trabalharam em conjunto. A avaliação nossa é que a eleição trouxe bons resultados.

Apesar da derrota para a Presidência?

GUERRA: Primeiro, 45% dos brasileiros disseram não. Não foi apenas preferência à candidatura de José Serra, mas também negação ao nome de Dilma Rousseff e ao 'status quo', o que inclui o presidente Lula. Segunda conquista, indiscutivelmente importante, foi a eleição de dez governadores: oito pelo nosso partido e dois pelo DEM, em governos relevantes como Minas, São Paulo, Paraná, Goiás, Pará, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Sensato é ponderar, refletir e montar um projeto para o futuro.

Que tipo de oposição pretendem fazer? Pontual, radical?

GUERRA: A oposição radical, não sabemos fazer. Um dia desses, o presidente Lula disse que sofreu oposição radical. É a maior piada do mundo. Muita gente acha que a gente não fez oposição. Discordo. Nós fizemos oposição do tamanho que tinha de ser, nem radical, nem moderada.

O senhor fala em reestruturação do partido, Aécio Neves em refundação, o que seria isto?

GUERRA: Aécio falou em refundação e sugeriu que seja nomeado um pequeno grupo para tratar de definir um novo posicionamento diante dos problemas do país. Esse grupo inclui o próprio Aécio, (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso, (o senador) Tasso Jereissati e José Serra. Mas é apenas o começo de uma reavaliação mais voltada para programas partidários. A reestruturação a que me refiro é outra, muito mais geral.

Isso significa que o PSDB precisa ser menos paulista?

GUERRA: O PSDB deve ser reconstruído e ganhar um caráter nacional, reestruturando não apenas seu pensamento, mas também a sua linguagem, ganhando organização e conteúdo para que o partido seja mais forte do que as pessoas. É preciso que o partido defina metas e objetivos, antes mesmo das pessoas, por mais relevantes que elas sejam, definirem as suas. A impressão é que o partido é comandado por um pequeno grupo, ainda que de excelente qualidade. Quanto mais abrir para a participação, colaboração, melhor. Há clara falta de sintonia entre o partido e setores sociais emergentes e organizados, que não têm canal com o PSDB.

A quais setores se refere?

GUERRA: O PSDB ganhou as eleições nos centros brasileiros. Foi a regra. Perdeu as eleições nos grotões, nas áreas menos críticas do país. Não falo do Nordeste contra Sul, nem do Sudeste contra o Centro-Oeste. Em todas as regiões, este fato se deu. O eleitorado mais dependente, menos crítico, votou no PT. O mais crítico e menos dependente tende a votar no PSDB.

O que levou a oposição a perder mais uma vez a disputa presidencial?

GUERRA: Vamos ser sinceros, o prestígio e a força de um cidadão brasileiro, pobre, que se constituiu na maior liderança do país: Luiz Inácio Lula da Silva. O resto é conversa.

O caso do Banco Panamericano e o saneamento do Sistema Financeiro.

{ Posted on 01:59 by Edmar Lyra Filho }
Por Paulo André Caminha Guimarães Filho*

Nem sempre é simples entender o funcionamento do Sistema Financeiro, principalmente quando nos deparamos com um caso como o do Banco Panamericano, noticiado por uma imprensa da qual eu, pelo menos, desconfio. Quando li algumas matérias sobre o problema, percebi que alguns veículos estão tentando fazer com que a operação que está injetando capital no Panamericano seja associada ao que aconteceu nos anos 90 com Proer – Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional.

O Banco Panamericano, controlado pelo Grupo Silvio Santos, estava maquiando seus balanços, e a irregularidade foi detectada pelo Banco Central. É importante entender que esse tipo de informação não veio ao público porque não deve vir mesmo. Esse sigilo é imperioso, para evitar uma crise de confiança no mercado, que pode levar a um colapso de todo o sistema. O Banco Central tem como uma de suas funções básicas realizar o monitoramento e controle do risco sistêmico. Para compreender o que isso significa, temos que ter em mente que as instituições financeiras negociam, em volumes muito significativos, umas com as outras e com o Banco Central. Quando dizemos que um banco está “quebrado”, ele não pode simplesmente fechar as portas e se retirar do mercado, como uma empresa qualquer. Geralmente um grande banco leva vários outros pro buraco.


O que aconteceria se a informação viesse ao público antes de o problema estar solucionado seria uma corrida aos caixas. De forma simples, as pessoas fazem retiradas, esvaziando o ativo do banco e qualquer possibilidade de saneá-lo se tornaria completamente inviável, e provavelmente quem ficasse por último na fila do caixa nunca iria ver seu dinheiro de novo. Foi isso que aconteceu na crise bancária da Venezuela, pessimamente administrada pela autoridade monetária, e em grande parte responsável pela ascensão de Hugo Chávez.

O Proer foi constituído basicamente de empréstimos feitos pelo Banco Central a diversos bancos, para evitar um colapso parecido com o que ocorreu na Venezuela. Eu não acredito que havia outra opção para o governo, e, para quem se interessa pelo tema, a operação feita com os títulos públicos dados como garantia foi bastante inteligente. O nosso sistema estava acostumado com a altíssima inflação, e não sobreviveria sozinho sem ela.

De forma bastante diferente, o dinheiro que socorreu o Panamericano veio do Fundo Garantidor de Créditos. O FGC é uma associação civil, entidade privada mantida através de depósitos regulares feitos pelas próprias instituições financeiras, que servem como uma espécie de seguro para garantir o pagamento dos credores, até um determinado limite, nos casos de liquidação extrajudicial e falência. Frise-se que o fundo é totalmente privado. Se alguém tiver dúvidas sobre a natureza e funções do FGC, recomendo uma visita ao site do Bacen, especialmente a seção FAQ sobre o FGC.

Silvio Santos foi pessoalmente até o FGC, coisa que nunca aconteceu antes, negociou os termos do empréstimo (que não tem juros, somente correção monetária), e entregou como garantia nada mais, nada menos que todas as empresas do seu conglomerado, e isso, convenhamos, é bastante patrimônio. O que quero deixar claro é que não houve dinheiro público envolvido no socorro ao Panamericano, e os donos foram buscar o socorro, o Banco Central apenas intermediou a negociação.

Sobre a situação dos administradores, o Banco Central tem autonomia para substituí-los e investigá-los se houver indícios de fraude, e, além disso, a Caixa Econômica Federal comprou uma fatia do Panamericano no final de 2009, e por isso também tem direito a indicar parte do conselho. Para terminar a história, os parlamentares convocaram Henrique Meirelles, e ele foi até a Comissão Mista do Orçamento, e explicou que a fraude está sendo investigada, de modo sigiloso, pelo Bacen, e que, além disso, não foi usado nem um centavo de dinheiro público na operação.

Para quem acha que o BC deveria liquidar de vez o Panamericano, em vez de intermediar um negócio junto ao FGC para salvar as contas, vou explicar o que aconteceria. O Panamericano primeiramente seria totalmente paralisado, e o FGC seria responsável por honrar os créditos até o valor de R$ 60.000,00 por credor, o que significa que os pobres mortais receberiam seu dinheiro, mas não os credores empresariais, e aí então o FGC provavelmente figuraria como principal credor em volume, e o Panamericano entraria para o maravilhoso rol dos esqueletos que assombram o Bacen, junto com Bamerindus, Econômico, Nacional e nossos queridos pernambucanos Banorte e Mercantil, isso para não citar as centenas de administradoras de consórcios, corretoras de valores mobiliários e outras instituições financeiras que estão sendo liquidadas neste exato momento.

Quando eu cito esses bancos, estou apenas falando sobre os maiores, cuja liquidação ainda não terminou. Ficou chocado? Pois é, juridicamente todos esses bancos ainda existem, e demandam fiscalização e acompanhamento do Bacen, com relatórios periódicos de auditoria independente, a manutenção de escritórios, advogados, funcionários e todo o aparato necessário para manter os cadáveres. Obviamente os recursos que mantêm as estruturas não são públicos, mas o Bacen tem que fiscalizar, e isso custa caro. E sabe quem são os principais credores? O próprio Bacen, principalmente por causa do Proer, e o FGC. Liquidar o Panamericano, sim, seria desperdício de dinheiro público.

*Analista do Banco Central e trabalha na área de liquidações extrajudiciais de instituições financeiras.

Coluna Gazeta Nossa segunda quinzena de Novembro.

{ Posted on 21:37 by Edmar Lyra Filho }
Como fica Pernambuco?

Com o final do segundo turno das eleições presidenciais, consolidaram-se as posições das forças políticas em Pernambuco. E outras que irão se consolidar com o decorrer do tempo. Diante da vitória de Dilma Rousseff, o grupo que a apoiou, ficou mais forte do que no primeiro turno, quando elegeu 38 dos 49 Deputados Estaduais, trinta e três no chapão da Frente Popular e cinco nas chapinhas proporcionais que apoiavam o Governador, 20 dos 25 Deputados Federais e os dois Senadores nas vagas que estavam em disputa, onde Armando Monteiro (PTB) e Humberto Costa (PT), foram eleitos. A única chance da oposição era a vitória de José Serra no segundo turno, porém, Dilma Rousseff foi eleita e a Frente Popular se fortaleceu mais ainda. Diante do ocorrido, a oposição, já fragilizada, fica praticamente dizimada. Ainda há possibilidade, que é grande, de o PSDB migrar para a base do governador, portanto sobram apenas o PMDB e o DEM na oposição. Ambos fizeram um e dois deputados, respectivamente. No caso do PMDB, pode ter Gustavo Negromonte como um crítico ferrenho do governador, porém, se ele repetir o que fez quando era vereador do Recife, Eduardo Campos não terá problemas. Do ponto de vista do DEM, Maviael Cavalcanti já não fazia oposição ao Governador do PSB, e Tony Gel, recém-eleito, já deu demonstrações claras que não será uma pedra no sapato de Eduardo. O 'independente' Daniel Coelho (PV) não deve repetir o que fez quando vereador do Recife, deverá manter uma relação cordial com o Palácio e criticando o governo apenas no que precisar ser criticado. Portanto, em tese, Eduardo Campos fará um governo praticamente sem oposição. Cabendo apenas aos Deputados Federais Mendonça Filho e Augusto Coutinho (DEM) e Raul Henry (PMDB) e ao Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Jarbas não fez muita oposição a Eduardo enquanto Senador da República, as críticas vieram apenas quando ele se lançou pré-candidato ao Governo de Pernambuco. O Deputado Raul Henry não tem o perfil oposicionista que se espera, bem como Mendonça Filho. Apenas resta a Augusto Coutinho, que exerceu com maestria a função de líder da oposição na Assembleia, a tarefa de alvejar Eduardo Campos com críticas, porém, na atual conjuntura ele não deverá fazer isso. Deve, em seu primeiro mandato em Brasília, priorizar a apresentação de projetos de Lei, emendas ao orçamento, etc. Portanto, diante do exposto, a única chance da oposição surge numa eventual ruptura no campo político que sustenta o Governador. O que pode vir a ocorrer, mas pode não ocorrer. Aguardaremos as cenas dos próximos capítulos.

André Campos - O Deputado André Campos (PT), fiel aliado do Governador, merecia uma atenção especial e ser indicado para ser o primeiro secretário da Assembleia, afinal, João Fernando Coutinho (PSB) já ocupou o posto durante todo o primeiro governo de Eduardo.

Fernando Bezerra Coelho - Comenta-se nos bastidores que FBC deverá se filiar ao PMDB e ser indicado na quota do próprio PMDB nacional e do Governador Eduardo Campos para ser Ministro da Presidente Dilma Rousseff. Fiel aliado de Eduardo, abdicou da postulação ao Senado para facilitar a vida da Frente Popular, agora merece ser recompensado pelo esforço indo pro plano nacional.

Sérgio Guerra - Depois de ter sido aliado de Miguel Arraes e Eduardo Campos, Sérgio Guerra foi convidado por Jarbas Vasconcelos pra lhe apoiar, foi eleito Senador da República em 2002. Agora, eleito Deputado Federal, tende a levar o seu partido, o PSDB, para a base de apoio de Eduardo Campos.

Aproximação - A reaproximação política de Eduardo Campos e Sérgio Guerra ficou factível desde a eleição de 2006 quando o tucano foi rifado do processo para que Mendonça Filho fosse o candidato. Agora não há nada que os impeçam de reeditar a aliança que sustentou o Governo Miguel Arraes.

CPMF - A contribuição provisória sobre movimentação financeira, derrubada pelo plenário do Senado em 2007, tende a voltar. A Presidente Dilma Rousseff e os Governadores aliados querem a volta do imposto e têm maioria tranquila para ressuscitar a famigerada contribuição.

Reforma Tributária - Em vez de defenderem a volta da CPMF, diante da maioria política da Presidente Dilma Rousseff no Congresso, os aliados dela deveriam defender a Reforma Tributária onde poderiam redistribuir melhor os recursos auferidos do bolso do contribuinte, onde ultrapassou a marca de R$ 1 trilhão.

Reforma Tributária 2 - Hoje a União fica com 70% de tudo que é arrecadado, os Estados ficam com 20% e apenas 10% são repassados aos Municípios. Justo seria 50% União, 30% Estados e 20% Municípios. Ajudaria a diminuir a corrupção e as obras oriundas desses recursos chegariam com maior facilidade ao cidadão brasileiro.

Policiais - O Governador Eduardo Campos tem se deparado com uma verdadeira guerra entre as diversas categorias da Segurança Pública de Pernambuco. Os bombeiros e policiais militares reivindicam tratamento igual ao que é dispensado pelo Governador a Polícia Civil do ponto de vista salarial e das condições de trabalho.

Pacto Pela Vida - Pelo vigésimo quarto mês seguido, Pernambuco tem diminuído a quantidade de homicídios, um alívio para todos os pernambucanos que encontravam um estado violento com elevados índices de mortes. Pernambuco hoje está mais seguro. Uma vitória não só do governo Eduardo Campos, mas de todos os pernambucanos.

Joaquim Francisco - Sem espaço no DEM, o ex-governador de Pernambuco se filiou ao PSB na perspectiva de disputar um mandato de Deputado Federal, teria, tranquilamente 50 mil votos e seria eleito. Porém, Eduardo Campos o colocou como suplente de Humberto Costa e caso este seja Ministro de Dilma Rousseff, Joaquim Francisco será Senador da República por Pernambuco. Nada mal, para quem, a 4 anos, não conseguiu se eleger Deputado Federal.

PSDB e PSB juntos, por quê não?

{ Posted on 00:26 by Edmar Lyra Filho }

Na condição de filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), diante do que ocorreu na fase pré-eleitoral e durante a eleição, entendo ser viável, legítima e coerente uma aliança entre o PSDB do Senador Sérgio Guerra e o PSB do Governador Eduardo Campos.

Por quê isso? Primeiro ponto é que Sérgio Guerra é extremamente ligado a Eduardo Campos, já foi Secretário do Ex-Governador Miguel Arraes, avô de Eduardo, segundo porque dos nossos dezesseis Prefeitos, quatorze votaram em Eduardo Campos, um não votou e o outro ficou neutro. Dos nossos cinco Deputados Estaduais, três tendem a fazer parte da bancada governista na Assembleia Legislativa e dois têm uma posição de neutralidade que podem, naturalmente, se tornarem governistas diante da decisão partidária.

O terceiro e último ponto se baseia na questão nacional, onde o PSDB e o PSB podem se unir por conta de em vários estados estes partidos já serem aliados como em Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Paraíba, dentre outros. Portanto, a aproximação faz parte de todo um contexto.

A defesa de setores do PSB pelo nome do nosso líder Aécio Neves para ser o Presidente do Senado é uma demonstração clara de que devemos estar juntos nas próximas eleições. Caso esse projeto se concretize e o Senador Aécio Neves chegue à Presidência do Senado, precisamos estreitar os laços com o PSB de Eduardo Campos.

Do ponto de vista de Pernambuco, é inegável o avanço conquistado pelo Governador Eduardo Campos, um político que orgulha Pernambuco ao ser o melhor Governador do Brasil. Fica difícil ser contra Eduardo, aqueles que ficarem contra ele, estão agindo contra Pernambuco.

Pelo bem de Pernambuco, o PSDB não deve se furtar de ter uma posição, e esta posição deve ser, sem dúvidas, de apoio irrestrito ao segundo mandato do Governador Eduardo Campos.

CPMF: Pode até voltar, mas tem que vir com a Reforma Tributária.

{ Posted on 20:55 by Edmar Lyra Filho }
Você sabia quanto pagamos de imposto? Algo em torno de 40% do Produto Interno Bruto do Brasil(PIB).

Temos vários impostos federais: Imposto Sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II), Imposto Sobre a Exportação de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE), Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF).

Os impostos estaduais: Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito (ITCMD).

Os municipais são: Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana (IPTU)
Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens e Imóveis e de direitos reais a eles relativos (ITBI), Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS ou ISSQN).

Além deles, temos o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) - previsto na Constituição, mas ainda falta regulamentação por lei complementar - Esse imposto não existe, de acordo com o Código tributário Nacional, não é passível de cobrança sem a devida regulamentação por Lei Complementar.

Temos também PIS, COFINS e CSLL que são contribuições que influenciam diretamente no custo dos produtos.

No mais ainda temos diversas contribuições sobre os mais variados segmentos, dentre estas, a extinta CPMF que a Presidente Dilma Rousseff, Governadores, Prefeitos e o Congresso Nacional querem ressuscitá-la.

A proposta do Congresso se baseia na questão da criação da Contribuição Social pra Saúde (CSS) ou retomar a CPMF no intuito de que toda a arrecadação seja utilizada exclusivamente para a Saúde pública.

Com toda essa salada tributária, que corresponde a uma arrecadação superior a R$ 1 trilhão, a União gasta muito e gasta mal. Além disso, concentra 70% do valor arrecadado, enquanto os estados ficam apenas com 20% a partir do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e os municípios, coitados, ficam com apenas 10% desse 'bolo tributário', através do Fundo de Participação dos Municípios.

O Governo Federal, infelizmente, centraliza os recursos e os estados e municípios ficam literalmente de pires na mão, dependendo exclusivamente da boa vontade do Governo Federal, bem como das Emendas Parlamentares ao Orçamento Geral da União. Talvez seja aí o grande problema da corrupção brasileira.

O que podemos entender como proposta coerente? Sem dúvidas, a criação do Imposto Único com uma alíquota a depender dos valores movimentados.

Além disso, poderíamos refazer essa distribuição dos recursos, transformando em uma divisão mais justa para todos os entes públicos.

A União ficaria com 50% da arrecadação, os Estados 30% e os Municípios com 20%. Descentralizaríamos os investimentos e capacitaríamos os demais entes da Federação. Diminuiríamos a burocracia da administração pública e traríamos uma maior eficiência da gestão pública fazendo com que os resultados ficassem mais factíveis à população.

Acredito que isso seria mais coerente do que prega a Emenda 29 que corresponde a 10% do bolo tributário exclusivo para a saúde, o que significaria R$ 20 bilhões a mais para investir na saúde. No caso da Emenda 29, ela estabelece as bases estruturais para o investimento na saúde, e a CPMF é a fonte de recursos para este investimento.

Como ela prega 10% exclusivo para a Saúde, poderia-se ter mais 10% para a Segurança Pública e 10% para a Educação. Onde a União entraria com 5%, os Estados 3% e os Municípios 2% para cada área de atendimento à população.

Assim teríamos uma distribuição equinânime dos deveres e obrigações de cada ente público. Com certeza os serviços chegariam com uma maior eficiência e melhor qualidade para aqueles que necessitam deles.

Resolver a questão tributária não é aumentar impostos e sim redistribuir recursos de maneira coerente, enxugando gastos supérfluos e respeitando a necessidade real dos municípios, dos estados e da união. Assim teríamos uma nação mais justa e uma vida melhor para todos os brasileiros.

Fernando Rodovalho contesta nossa coluna.

{ Posted on 14:06 by Edmar Lyra Filho }
O ex-Prefeito de Jaboatão dos Guararapes Fernando Rodovalho (PRTB) e ex-candidato a Governador de Pernambuco nesta última eleição faz uma contestação a nossa coluna Política e Economia publicada quinzenalmente no jornal Gazeta Nossa. Segue abaixo a resposta dele. Comento depois.

Caro Jornalista Edmar Lyra:

Jamais deixo de ler a "Gazeta Nossa", devido à sua excelente qualidade jornalista e gráfica. Entretanto, causou-me espanto um comentário infeliz feito na sua respeitável coluna "Edmar Lyra", sobre as eleições 2010, de políticos de Jaboatão dos Guararapes. Perdão, mas Jaboatão tornou-se a segunda cidade do Estado de Pernambuco graças às gestões de todos os prefeitos que por aqui passaram. Tudo que existe foi fruto das gestões anteriores. Especificamente sobre a minha pessoa, o colunista assim escreveu: "Fernando Rodovalho foi outro vexame. Obteve apenas 2.751 votos para governador. Destes, apenas 901 em Jaboatão, o que mostra o recado sonoro das urnas para a gestão pavorosa que ele fez quando prefeito".

Esclareço o seguinte: Primeiro, a minha candidatura a governador foi uma missão partidária a mim confiada, devido a necessidade de substituir, no meio do caminho, o amigo Anselmo Campelo. Aceitei, também, para esquentar o meu nome na memória do povo. O único instrumento que tive para fazer a minha "campanha" foi o guia eleitoral gratuito, que na TV não pude mostrar as minhas obras (gravação de externas) quando fui prefeito do Jaboatão, devido a falta de recursos financeiros. Dinheiro, zero! Não tive carro de som, nem publicidade de espécie alguma. Nada! Segundo, o povo interpretou que a minha candidatura a governador não era pra valer. Não ia deixar de votar em Eduardo Campos, apoiado pelo Presidente Lula, pra votar em mim ou em qualquer outro, inclusive Jarbas.

Quanto a opinião do ilustre jornalista, sobre a minha gestão, por não conhecê-la, entra em choque com a realidade dos fatos. O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, publicado pela ONU, em 2003, constatou que Jaboatão foi a cidade que mais cresceu no Brasil, entre as cidades de 500 mil a 1 milhão de habitantes, no IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano-Municipal). A ONU também afirmou que Jaboatão foi a cidade que mais cresceu no Brasil, na Saúde, e a segunda na Educação, perdendo apenas para a cidade de João Pessoa/PB. Concluí o Canal do Setúbal, de 3Km, da Av. Barreto de Menezes até a Lagoa do Náutico, diminuindo os alagamentos na região. Tirei Jaboatão da escuridão, iluminando com lâmpadas potentes amarelas, mais de 80% da cidade, melhorando a segurança. Fui o prefeito que mais criou, até agora, na história do município, novas escolas e anexos, bem como novas equipes do PSF (Programa de Saúde da Família). E muito mais!!!
O resultando das eleições me foi bastante satisfatório. Os objetivos foram atingidos. Em 2012, quando disputarei a prefeitura do Jaboatão, com o Prefeito forasteiro, que muito prometeu e não está cumprindo com nada, teremos a oportunidaede de comparar as duas gestões: a minha com a dele.
Cadê as mil ruas prometidas?

Cada eleição tem a sua característica própria, suas cirdunstâncias. Não existem duas eleições iguais. O prefeito forasteiro de Jaboatão, quando foi prefeito do Cabo, em 2004, não conseguiu fazer o seu sucessor. Em 2006, foi candidato a Deputado Federal e o seu filho a Deputado Estadual, ambos foram derrotados. Em 2008, Elias foi candidato a prefeito de Jaboatão, num cenário único que não se repetrirá em 2012, pegando a cidade aberta, porque tanto eu, quanto Geraldo Melo, Humberto Barradas e Ulisses Tenório não fomos candidatos a prefeito, cujas candidaturas, se tivessem sido postas, seria impossível a eleição de Elias. Nestas eleições de 2010, apesar do prefeito forasteiro ter feito forte campanha para o candidato a presidente do seu partido (PSDB) José Serra, em Jaboatão, foi Dilma Roussef quem teve uma votação consagradora (72,92%), superior até mesmo a votação dela no Recife (66,35%). José Serra teve apenas (27,08%) dos votos de Jaboatão, indicando que Elias Gomes está com altíssima rejeição na cidade.

Forte abraço, Fernando Rodovalho.
Por conta do blog de Edmar Lyra ser um espaço democrático para a discussão de ideias sobre Política e Economia, entendo ser plurais as opiniões e isso é o aspecto mais bonito da nossa jovem Democracia. Publiquei a resposta do ex-Prefeito. Porém, tenho o direito e o dever de discordar do mesmo. Entendo que mesmo não fazendo uma gestão maravilhosa, o atual Prefeito Elias Gomes conseguiu trazer diversos avanços para o município, dentre eles o principal, conseguiu devolver a auto-estima dos jaboatonenses que estava baixa por conta das sucessivas gestões marcadas por escândalos. O ex-Prefeito dizer que ocorreram avanços em Jaboatão nas gestões anteriores é uma afronta ao bom senso sobre o que ocorreu antes de Elias se tornar Prefeito.
Podemos dividir a história de Jaboatão entre antes de Elias e depois de Elias, mesmo não havendo os avanços que poderiam ser implementados. Porém, entende-se por conta de que uma coisa é você encontrar um município equilibrado, estruturado e com capacidade de investimento, a outra é encontrar um município devendo a duas pessoas: a Deus e o mundo. Foi assim que o Prefeito Elias Gomes encontrou Jaboatão.
Devendo a fornecedores, não conseguindo alcançar as metas estabelecidas pelos Ministérios, bem como não estando de acordo com o que rege a Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje o município pode fazer convênios com o Governo Federal e melhorar a gestão do município.
Nem tudo pode ser feito do dia pra noite, tudo é gradual e depende da boa competência de uma gestão que busca eficiência e resultados e é pautada pela ética e pela decência com o dinheiro público, e isso, diferentemente do que ocorreu antes, tem ocorrido na gestão Elias Gomes.
Não enxerga isso adversários do Prefeito ou quem torce contra o bem de Jaboatão dos Guararapes.

Calem a boca, nordestinos!

{ Posted on 21:36 by Edmar Lyra Filho }
Por José Barbosa Júnior

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

Comece a sonhar com o seu presente

{ Posted on 21:25 by Edmar Lyra Filho }
Por Queiroz Filho

A indústria aquece as máquinas, o comércio reorganiza o estoque, os atacadistas preparam as encomendas, os importados disparam pedidos. Essa engrenagem da economia já vem sendo tocada há, pelo menos, três meses, com vista ao Natal que se aproxima. E as agências de publicidade estão a postos, com suas equipes, para produzirem e veicularem os necessários apelos de vendas para o fim do ano, já que o período se constitui em uma da melhores oportunidades para o comércio.

Um bolo de consumo potencial estimado entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões está na disputa. Essa fortuna que sai dos bolsos das famílias nos últimos meses de 2010 para bancar sonhos com roupas, bebidas, itens alimentícios, carros, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, artigos de luxo ou simples lembrancinhas made in Brasil ou produzidas lá fora. E para quem sonha em faturar alto, motivos de otimismo não faltam: o desemprego está em queda, o crédito continua a jorrar e os prazos são elásticos.

Com produção em alta, as contratações tendem a aumentar e desde este outubro que já acontecem os contratos temporários. Daqui há pouco vem o 13°. Na esteira das indústrias, setor que mais sofreu com a crise de 2009 e quer retomar seu importante papel no crescimento da nossa economia, os atacadistas e distribuidores traçam suas estratégias natalinas. A Associação Brasileira dos Atacadistas e Distribuidores-ABAD, entidade que representa as empresas do setor , prevê salto de 6% no faturamento imediato em comparação ao ano passado e, otimista, diz que esse percentual pode ser ultrapassado. Em 2009 o total movimentado no fim de ano chegou a significativos R$ 131,8 bilhões.

Portanto os bons ventos sopram em todas as direções até chegar no comércio. Nas lojas de ruas e nos shoppings é tempo também de se pensar o Natal. E para tal existe fator primordial que embala dia-a-dia o comércio para dezembro: criarmos o espírito natalino. Este é gerado por uma atmosfera que gira em torno da busca dos produtos para a ceia, da criação dos tradicionais amigos ocultos, das luzes que arrebatam a decoração da cidade, confraternizações no trabalho e até por aspectos encarados como próprios da época: filas para presentes e um péssimo trânsito.

Cada um tenta fazer o melhor. E, de olho em melhores vendas, a previsão de incrementos das verbas publicitárias destes anunciantes devem aumentar a disputa por espaços na mídia e os segmentos de promoção de eventos. Que nossos criativos estejam atentos. Que bons projetos sejam desenvolvidos para os clientes. De vendas ou de cunho social, como fazem algumas marcas tradicionalmente. A Celpe, por exemplo, todos os anos, ilumina sua sede e movimenta a praça Oswaldo Cruz, com decorações temáticas, atraindo curiosos que ali fotografam os familiares e assistem apresentações culturais tipicamente pernambucanas. Outro bom exemplo é a campanha dos cartões de natal do IMIP que são fonte de receita para a entidade e acabaram se constituindo em referência para o mercado.

Há quem garanta que não exista maior apelo para vendas que aquele gerado pelo clima natalino. E a partir daí que todos correm às compras. Não dá para querermos ser tão racionais e ficar do contra, analisando o “politicamente correto”, se Papai Noel é consumista e se o trenó é feito de material biodegradável. O Natal tem seu formato. Existe e deve ser preservado. Há espaço para todos os tipos de cuidados. Deve ser absorvido culturalmente pela nossa sociedade. Podemos não ter neve, mas com certeza temos bom humor para adaptarmos isso ou aquilo

Para nosso universo de trabalho, tão importante quanto uma campanha publicitária, são as ações de marketing neste período. Gerar bons serviços e incentivar essa prática,nos parece viável para manter nosso negócios devidamente integrados à época.Portanto, outubro vai chegando ao fim. E, em busca desse desejado clima a ser instalado, as agências já devem ir se preparando. Vamos lembrar, por exemplo, em ritmo de teaser que “é tempo de começar a sonhar com o seu presente”.

* Queiroz Filho é diretor da Abap e presidente da Ampla.

2012 é agora.

{ Posted on 22:03 by Edmar Lyra Filho }
Passadas as eleições de 2010, o próximo passo é preparar 2012.

Em 2012 tenho a pretensão de ser novamente candidato a vereador do Recife. Não penso em ser candidato apenas por ser. Jamais aqueles que entram na política devem pensar em se servir do povo, mas sim em servir ao povo.

Tenho essa premissa.

Me coloco como pré-candidato a vereador do Recife porque entendo que a cidade detém diversos problemas e acredito que posso contribuir para uma discussão ampla da cidade como um todo e apresentar propostas.

Uma das preocupações mais inerentes é a questão das drogas que atormenta diversas famílias. O crack é algo muito perigoso e que precisa ter uma ação efetiva do poder legislativo, do executivo e da sociedade civil organizada para que possamos combater com mãos firmes esse mal que assola o Recife.

Minha proposta é de tratar as drogas como uma questão de saúde pública e as equipes de Programa de Saúde da Família precisam ter atreladas aos seus trabalhos ações que possam explicar a questão das drogas nas comunidades. Mostrando aos jovens, em especial, os problemas que advirão do uso de qualquer tipo de droga.

Apresentaremos também uma proposta de incentivo fiscal para empresas que valorizarem a capacitação profissional de jovens em situação de risco. Entendo que a capacitação profissional é fundamental para que os jovens possam sair do risco das drogas e da criminalidade.

No que diz respeito às jovens carentes apresentarei um projeto, também por parte do Programa de Saúde da Família, para que tenhamos apresentações de palestras sobre a gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, dentre outros pontos.

Seguindo o modelo de São Paulo, apresentarei o projeto Mãe Recifense que consistirá em dar às mães carentes toda a assistência do pré-natal até um ano de nascimento da criança para que as nossas crianças tenham boa perspectiva de vida e acompanhamento médico. As mães também terão acompanhamento psicológico para que possam entender os desafios de criar uma criança.

No que diz respeito às universidades, apresentarei um projeto de incentivo àquelas que abrirem aos fins de semana para que jovens de comunidades carentes possam ter palestras, minicursos gratuitos, etc. O programa será Comunidade na Universidade.

Irei sugerir ao Poder Executivo, no caso a Prefeitura do Recife, a criação da Ação Integrada Pela Juventude que compreenderá estas propostas viabilizando uma condição melhor para o jovem recifense.

Na esteira do apoio às minorias, tenho como proposta a criação da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência para que possamos cuidar das pessoas que tenham qualquer tipo de dificuldade. O intuito será criar um Cadastro Único da Pessoa com Deficiência para que possamos identificar tais pessoas e efetivar políticas públicas para o segmento. Tendo em vista que não são poucas as pessoas que possuem qualquer tipo de deficiência e têm sua vida dificultada.

Entendo ser de fundamental importância a solução do trânsito do Recife, precisamos cobrar da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado a execução e conclusão de projetos viários como a Via Mangue e a Via Expressa, tentando diminuir o trânsito caótico que temos observado nas ruas da cidade.

Em breve iremos iniciar conversas presenciais com setores da sociedade para que possamos aprimorar as propostas e apresentar um projeto viável de candidatura ao Poder Legislativo do Recife.

Quem quiser participar do nosso projeto pode entrar em contato via e-mail.

Edmar Lyra Vereador 2012.
Juntos podemos mais.

Análise Nacional da vitória de Dilma Rousseff

{ Posted on 18:35 by Edmar Lyra Filho }
A consolidação da vitória de Dilma Rousseff neste domingo foi a efetivação do que fez o Governo Lula e o que fez a oposição.

Do ponto de vista do Governo Lula, é, sem sombra de dúvidas, um bom governo. Lula é um cara de sorte, isso ninguém pode negar. Lula pegou uma economia consolidada, a inflação controlada e uma gestão que era preciso dar continuidade com alguns avanços.

Não bastasse o bom governo que Lula fez, um ponto fundamental a ser considerado foi a brilhante comunicação tanto do Presidente quanto do próprio Governo Federal. Isso, sem dúvidas, contribuiu para a vitória de Dilma Rousseff.

A questão de pagar a dívida externa e transformá-la em dívida interna é um erro de gestão, isso não há como negar, mas do ponto de vista propagandístico tem um impacto fora do comum. Para a população menos esclarecida o que conta é que o governo pagou a dívida externa e empresta dinheiro ao FMI. Mesmo que na prática tenha sido um erro brutal do ponto de vista da gestão.

No que diz respeito ao Bolsa-Família, programa iniciado no governo anterior, Lula utilizou com maestria o programa pra si e para sua candidata, um fato que consolidou a preferência pelo seu partido e pelos seus candidatos nos beneficiários do programa.

Somados esses fatos, Dilma Rousseff era uma técnica do governo Lula, uma mera desconhecida da grande população, isso ajudou a diminuir sua rejeição, porque se fosse governadora ou uma política de carreira poderia ter o conhecimento da população, mas corria o risco de ter uma grande rejeição.

A vitória de Dilma Rousseff repete o fato da vitória de Gilberto Kassab em São Paulo, João da Costa no Recife e Márcio Lacerda em Belo Horizonte, apenas para citar esses exemplos da eleição de 2008. Candidatos pouco conhecidos, mas apoiados por governantes extremamente aprovados como Márcio Lacerda que tinha o apoio do então Prefeito Fernando Pimentel e do então Governador Aécio Neves em Minas, de João da Costa que tinha o apoio do então Prefeito João Paulo e do Governador Eduardo Campos em Pernambuco e no caso de Gilberto Kassab que tinha assumido a Prefeitura em 2006 e disputava a reeleição com o então Governador José Serra.

Por quê isso? Porque o eleitor brasileiro é, digamos, egoísta, ele pensa nele. Se a economia vai bem, continua tudo o que está, independente de partido. Se a economia vai mal e afeta diretamente o bolso do eleitor, ele tende a mudar.

Nesta eleição de 2010 não tivemos mudanças bruscas, exceto no Rio Grande do Sul onde Yeda Crusius fazia um péssimo governo, no Pará que Ana Júlia fazia um governo pífio e na Paraíba onde Zé Maranhão assumiu o governo na base do tapetão. Portanto, era um governador não legitimado pelas urnas.

No geral não tivemos mudanças bruscas do ponto de vista político.

Em 2002 José Serra disputou a Presidência em condições econômicas desfavoráveis e que atingiam diretamente o consumidor, naturalmente, representava a continuidade que ninguém queria. O povo queria mudança naquele momento e por isso elegeu Lula.

Em 2010 as condições econômicas eram totalmente favoráveis ao candidato governista e apenas se houvesse um fato muito consistente poderia facilitar a vida do oposicionista José Serra. Portanto, José Serra representava a mudança que ninguém queria. O povo clamava por continuidade porque se sentia bem com a atual situação econômica do país.

Apesar de ter iniciado na liderança, José Serra jamais era o favorito, e poderia sair vencedor, caso Dilma Rousseff perdesse a eleição. O que seria ela perder a eleição? Tudo conspirava para que ela fosse eleita, se José Serra vencesse, não seria José Serra que venceu, mas sim Dilma que perdeu. Entendem?

José Serra não foi um mau candidato, pelo contrário, se saiu muito bem, conseguiu 44% dos votos válidos no segundo turno. Considerando que Lula tem 90% de aprovação, Serra conquistou metade dos que aprovavam Lula, é um fato a ser louvado.

Poderia ter sido melhor? Óbvio. Mas isso se deu por conta de não conseguir um amplo leque de forças, tinha um partido moribundo que colocou a faca no pescoço de José Serra quando não tinha condições para isso, que é o caso do DEM, que quis a todo custo ter o vice. Quando Serra tinha um excelente vice apresentado que foi o Senador Alvaro Dias.

A indicação de Alvaro Dias naquele momento significava uma vitória para a oposição e uma derrota para o governo. Alvaro Dias é um grande Senador e que iria respaldar a chapa de José Serra. Seria um excelente contraponto ao vice de Dilma Rousseff.

A escolha de Indio da Costa, com toda sinceridade, foi um tremendo tiro no pé da candidatura de José Serra e atendeu apenas a um capricho idiota dos Maia do Rio de Janeiro.

Não que Indio fosse uma péssima escolha, mas comparada a de Alvaro Dias, jamais ele seria indicado em condições coerentes e responsáveis a política.

Do ponto de vista geral, José Serra, sem merecer, afinal, tinha mais história que a Presidente eleita, perdeu a eleição. Os fatores foram muitos, mas isso tendia a ocorrer porque a economia estava bem, e se a economia vai bem, o governo vai bem e o povo não almeja mudança.

Não se pode culpar o Senador Aécio Neves pela derrota de José Serra em Minas Gerais. Vale ressaltar que Dilma Rousseff é mineira e quer queira, quer não, os mineiros ficaram chateados com a escolha do paulista Serra em detrimento ao conterrâneo Aécio Neves para a disputa presidencial. Portanto, é mais do que natural a vitória de Dilma Rousseff em Minas Gerais mesmo Aécio Neves apoiando José Serra.

Do ponto de vista estadual, a coalizão PT/PMDB mesmo conseguindo o Governo Federal, ficou apenas com 10 governos estaduais, cinco pra cada partido.

Enquanto o PSDB chegou a 8 governadores e o PSB obteve 6. O hoje nanico e moribundo DEM ficou apenas com 2 governadores, o que ainda foi um fato a ser considerado.

Do ponto de vista de que a Presidente Dilma Rousseff tende a derrubar a fidelidade partidária, existe total possibilidade de parlamentares da oposição migrem para o governo.

Do ponto de vista dos governadores eleitos pelo DEM e PSDB, não tendem a mudar muita coisa. O que pode ocorrer é uma fusão entre os partidos e liberação de filiados para que possam seguir seus respectivos rumos.

Isso precisa ser feito em breve para que os partidos da oposição possam se estruturar visando a disputa de 2014 onde Aécio Neves surge como o principal nome para disputar a Presidência da República.

Quanto ao PSDB, este precisa conseguir garimpar partidos que hoje estão com a Presidente Dilma Rousseff, para que possa ganhar uma inserção social que com a atual aliança com o DEM não consegue.

Do ponto de vista nacional, penso que o PSB do Governador de Pernambuco Eduardo Campos pode ser um parceiro do PSDB do Senador Aécio Neves para a disputa de 2014. Entendo ser fundamental que Aécio Neves seja o candidato a Presidente e Eduardo Campos seja o candidato a Vice-Presidente.

Farei a análise do resultado do ponto de vista de Pernambuco.
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