Coluna Gazeta Nossa terceira dezena de janeiro.
Em 2008, Elias Gomes estava desacreditado, havia perdido a eleição para deputado federal, bem como seu filho, Betinho, não conseguiu a reeleição para a Assembleia Legislativa. Na disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, o tucano era um franco atirador. Arrasada pelas administrações anteriores que colocavam a cidade nas páginas policiais, Jaboatão decidiu dar uma segunda chance na política a Elias Gomes. Digamos que juntou-se a fome com a vontade de comer. Elias precisava se restabelecer politicamente e Jaboatão precisava de um gestor público capacitado para dar o mínimo de eficiência à administração do município. Quando assumiu em janeiro de 2009, os desafios de Elias Gomes foram muito grandes. Jaboatão devia a duas pessoas: A Deus e o mundo. Os convênios com o Governo Federal estavam vetados por conta de o município figurar entre os inadimplentes com a esfera federal. Numa parceria com o governador Eduardo Campos e o então presidente Lula, o tucano conseguiu dar um ritmo a gestão da cidade que em termos populacionais é a segunda de Pernambuco. Os convênios voltaram a ser firmados, credores voltaram a receber, etc. Apesar de fazer uma boa gestão, sobretudo, se comparando com as administrações anteriores, o prefeito Elias Gomes peca na questão política. Diferentemente do Elias candidato, o Elias prefeito não faz mais as visitas às comunidades, não dialoga com a população, bem como, sua equipe está blindando o prefeito de receber qualquer informação inerente à gestão e ao município. Isso faz com que, apesar da boa gestão e de uma considerável aprovação, o prefeito possa sofrer problemas na sua reeleição. Diante de adversários qualificados politicamente e com grande cacife eleitoral, pode ser que o tucano não consiga voar tão alto como estava se desenhando até o final do ano passado. Elias não é mais o novo de Jaboatão, antes era estilingue e hoje é vidraça. Se considerarmos a falta de apoio político e sem uma militância aguerrida, o prefeito dependerá da boa vontade do eleitor jaboatonense, que pode muito bem optar por um nome mais afinado com o governador Eduardo Campos e a presidente Dilma Rousseff. Caso algumas coisas mudem na condução política, o prefeito pode apostar na reeleição, se não fizer essas mudanças, correrá sérios riscos de não obter êxito.