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Câmara Municipal do Recife lança novo portal na internet.

{ Posted on 19:42 by Edmar Lyra Filho }
Por Edmar Lyra

Após 3 anos e 5 meses de legislatura, a 1 mês das convenções partidárias e a 5 das eleições, a Câmara Municipal do Recife decidiu colocar na internet as informações atualizadas dos Vereadores e do trabalho legislativo.

Além das notícias atualizadas e do trabalho legislativo, o cidadão recifense poderá acompanhar a lista de presença nas reuniões dos parlamentares municipais.

O que nos deixa um pouco intrigados, na condição de cidadãos recifenses, é o fato de isso só ter sido feito em cima das eleições, após matéria de um jornal de grande circulação do Recife apontar a defasagem do antigo site da Câmara Municipal do Recife.

Infelizmente, os Vereadores da atual legislatura sequer tinham informações sobre seus currículos, áreas de atuação, foto e contato com os parlamentares. Sem contar com o fato de que o novo site da Câmara Municipal sequer faz alguma referência aos parlamentares que já passaram pela Casa José Mariano.

Quem se interessar é só visitar: http://www.camara.recife.pe.gov.br

Ano eleitoral é mal-conselheiro: uma ameaça à responsabilidade fiscal

{ Posted on 19:25 by Edmar Lyra Filho }
Por Joaquim Francisco

A aprovação da emenda ao projeto de Lei Complementar nº 132, pela Câmara do Deputados, que altera a Lei de Responsabilidade Fiscal representa uma perigosa violação do espírito da Lei, permitindo aos governantes dos âmbitos estadual, municipal e federal reestruturarem dívidas descumprindo limites de gastos, endividamentos e restos a pagar fixados pela LRF. A Emenda, de autoria do deputado Henrique Fontana (PT -RS), abre concessões perigosas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

No ano da aprovação da Lei (2000), escrevi: "Quando a Lei vigorar, o Brasil será outro País, com mudanças positivas. A Lei funcionará como um instrumento da cidadania, já que permitirá ao cidadão acompanhar o desempenho dos administradores nos três poderes, em todos os três níveis da Federação". Tais conquistas se confirmaram com o passar do tempo.

Espero, portanto, que esta insidiosa agressão à Lei não seja aprovada pelos senadores, sob pena de ter início o desmonte de uma idéia e uma prática política - a responsabilidade com os gastos públicos - que contribuíram, sem dúvidas, para que atingíssemos o grau de confiabilidade internacional e a quantidade de investimentos que recebemos nos dias de hoje.

O problema das dívidas do Estado do Rio Grande do Sul não pode servir de pretexto para o retorno à irresponsabilidade e à insensatez na administração do dinheiro público, que é um problema histórico na vida política brasileira e que vem sendo eficientemente sanado pela LRF. Tal flexibilização legal poderá permitir inclusive que as operações de reestruturação sejam feitas de tal forma a transferir o custo para futuros governos.

Fica um alerta: medidas desse tipo em ano eleitoral são muito duvidosas - ano eleitoral é péssimo conselheiro...

Joaquim Francisco é ex-governador do Estado de Pernambuco e presidiu os trabalhos da comissão que examinou a Lei de Responsabilidade Fiscal à época de sua aprovação.

Fonte: Blog de Jamildo

Resultado Final da Enquete - Qual o VERDADEIRO SLOGAN da Prefeitura ?

{ Posted on 17:28 by Edmar Lyra Filho }
Qual é o VERDADEIRO SLOGAN da Prefeitura do Recife ?

A Grande Obra é Enganar as Pessoas (62%)

A Grande Obra é Dispensar Licitação (25%)

A Grande Obra é Empurrar a Mangueira (0%)

A Grande Obra é Perseguir o Servidor (12%)


A Próxima Enquete se refere ao melhor vice do meu candidato a Prefeito, Mendonça Filho.

Quem você escolheria para compor a vice na chapa de Mendonça ?

Cadoca(PSC)
Raul Jungmann(PPS)
Eduardo da Fonte(PP)
Priscila Krause(DEM)
André de Paula(DEM)

"Cadoca seria um excelente vice", diz democrata

{ Posted on 11:54 by Edmar Lyra Filho }
Uma eventual possibilidade de o prefeiturável Carlos Eduardo Cadoca (PSC) assumir a vice-candidatura na chapa do democrata Mendonça Filho não é algo impossível de acontecer. Pelo menos essa é a visão do deputado estadual Augusto Coutinho.

A tese foi levantada pelo deputado federal do PP, Eduardo da Fonte, de que o social-cristão deveria se unir, já no primeiro turno com Mendonça para enfrentar o palanque governista. “Cadoca seria um excelente vice. Mas ele também seria um excelente prefeito...” afirmou Coutinho.

De acordo com o parlamentar, Cadoca está bem posicionado eleitoralmente no Recife. Porém, nos próximos 30 dias tudo pode acontecer, inclusive nada. No entanto, o democrata diz ter esperança de Cadoca e Mendonça estarem juntos na disputa.
Fonte: Blog da Folha

Aprovada proposta para aumentar número de vereadores

{ Posted on 11:31 by Edmar Lyra Filho }
Por 419 votos favoráveis a 8 contra e 3 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (27), em primeiro turno, proposta que aumenta o número de vereadores, de acordo com o tamanho da população de cada município. A proposta ainda será vota em segundo turno na Câmara, depois segue para o Senado.

Pela proposta, o número de vereadores subirá dos atuais 51.875 para 59.514 mil. A PEC (proposta de emenda à Constituição) do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que tramita desde 2004, também prevê a diminuição dos percentuais de gastos com as Câmaras Municipais calculados sobre a receita tributária dos municípios. As informações são da Agência Câmara.

Os partidos de oposição aceitaram a convocação da extraordinária para votar exclusivamente a proposta, apesar de terem decidido obstruir as votações devido à apresentação, pela base governista, da CSS (Contribuição Social para a Saúde), novo tributo que deve substituir a CPMF.

De acordo com a proposta, os municípios de até 15 mil habitantes, poderão ter no máximo nove vereadores. Já os municípios na maior faixa, com população superior a 8 milhões de habitantes, poderão ter até 55 vereadores.

Um município com população entre de 250 mil habitantes hoje tem 14 vereadores. Pela proposta, esse número sobe para 21. O texto da proposta revoga os efeitos de resolução aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2004, que extinguiu 8.528 vagas de vereador nos 5.562 municípios do Brasil. Um dos objetivos da resolução do TSE foi reduzir os gastos das Câmaras de Vereadores.

A atual proposta também prevê a redução de 8% para 7,5% o percentual máximo das receitas municipais a ser gasto com o legislativo local de municípios com até 100 mil habitantes. Em vez das atuais quatro faixas populacionais, a PEC fixa percentuais para seis diferentes faixas. O valor mínimo, que valerá para municípios acima de 3 milhões de habitantes, é reduzido de 5% para 4%.

Fonte: Blog da Folha

Democratas definem coordenação do marketing da campanha de Mendonça Filho

{ Posted on 22:21 by Edmar Lyra Filho }
O pré-candidato a prefeito do Recife pelo Democratas, Mendonça Filho, anunciou hoje a equipe que será responsável pela comunicação da sua campanha, a partir de julho.

A coordenação do marketing ficará com os jornalistas e publicitários, Jose Carlos Menezes e Carlos Colonnese. Especializados em marketing político, Cacá Colonnese e Menezes já trabalharam em diversas campanhas eleitorais, como a de Marta Suplicy, José Serra, Lindenberg Farias, Antonio Brito, Eduardo Braga, Humberto Costa e Durant Barroso, em Portugal.

Os publicitários estão prestando consultoria ao partido e, em julho, começam a trabalhar na campanha eleitoral, passando a trabalhar no Recife.

O diretor de criação será Cesio Oliveira. Jornalista e publicitário, com ampla experiência na iniciativa privada e no setor público, Césio trabalhou para a campanha de Humberto Costa ao governo do Estado, para a Prefeitura do Recife, através da Markplan, e na campanha de reeleição do prefeito João Paulo, contrato na época pela agência de Duda Mendonça. Atualmente é editor chefe da Revista Viver Bahia, órgão oficial da Secretaria do Turismo do Governo da Bahia.

A coordenação do jornalismo do guia eleitoral será feita pela jornalista Rosália Lima, que trabalhou na campanha do senador Jarbas Vasconcelos.

Fonte: Blog de Jamildo

Aliança Mendonça, Cadoca e Raul Jungmann, a melhor alternativa para o Recife.

{ Posted on 16:02 by Edmar Lyra Filho }
Por Edmar Lyra

Após a confirmação de uma Frente de 15 partidos apoiando o candidato de João Paulo, Deputado Estadual João da Costa(PT). É fundamental que os partidos de oposição à atual gestão repensem a posição de múltiplas candidaturas, pois, João da Costa terá uma boa quantidade de tempo de televisão. E, na atual conjuntura política, onde outdoor, camisas e outros adereços que divulguem a campanha estão proibidos, o tempo de televisão passa a contar muito e ser ponto determinante para definir o resultado de uma eleição.

O Deputado Federal Raul Henry(PMDB) conta hoje com o apoio do PSDB a sua chapa. Dando-lhe aproximadamente 9 minutos de tempo de televisão, é um fator que contará muito para a campanha, e o coloca como um candidato forte para disputar a eleição.

Os demais postulantes, Mendonça Filho(DEM), Cadoca(PSC) e Raul Jungmann(PPS), separados no primeiro turno correm o risco de não irem nem ao segundo turno, apesar de Mendonça e Cadoca estarem liderando as pesquisas, e Jungmann estar empatado tecnicamente com Raul Henry.

Hoje, Mendonça Filho tem aproximadamente 30% das intenções de voto. Cadoca tem 20% e Jungmann oscila entre 5 e 8%. Unidos já no primeiro turno, eles terão entre 55% e 58%. Tendo em vista que a transferência de votos é parcial, digamos que escolhendo um candidato único, este candidato teria de partida 40% das inteções de voto. E, melhor, um ótimo tempo de televisão, pois, estariam unidos DEM/PSC/PV/PPS/PP em um mesmo palanque. O que daria ao candidato desta frente, 8 minutos de guia para o Prefeito. Perante 12 minutos de João da Costa e 9 minutos de Raul Henry.

A composição da chapa ficaria à critério dos Deputados Federais Raul Jungmann e Cadoca. Mendonça Filho, por ser ex-governador e liderar todas as pesquisas encabeçaria a chapa, e o vice ficaria entre os dois Deputados Federais.

Diante do contexto de que Cadoca pelo PSC tem apenas o PP ao seu lado, e Jungmann pelo PPS tem apenas o PV, a união entre estes 3 grandes políticos em torno de um projeto para o Recife viria a calhar.

Com a eleição ganha no Recife, estes partidos poderiam traçar uma estratégia para as eleições de 2010. Alçando um dos Deputados a uma vaga no Senado Federal. Ou até mesmo lançando um candidato ao Governo de Pernambuco para se contrapor a chapa do Governador Eduardo Campos.

Não existe mágica, nem milagre. Os 3 juntos vencerão a Prefeitura do Recife em um eventual segundo turno contra o candidato do PT, com o apoio de Raul Henry, Jarbas Vasconcelos e Sérgio Guerra.

Mendonça lança proposta de acesso gratuito à universidade privada para alunos da rede pública

{ Posted on 22:09 by Edmar Lyra Filho }




Igualdade de condições de acesso gratuito à universidade privada para alunos saídos da rede pública municipal é o que pretende o pré-candidato do Democratas à Prefeitura do Recife, Mendonça Filho com a proposta de ``Universidade Democrática´´. A idéia foi lançada na manhã desta sexta-feira (23), durante o ciclo de palestras Gestão de Cidades, para um auditório lotado por estudantes, professores, formadores de opinião e dirigentes de faculdades e universidades, na Livraria Cultura.

“Queremos discutir o Recife do futuro, um Recife melhor. Essa discussão passa por uma educação de qualidade para os nossos jovens, e ao gestor público cabe a responsabilidade de facilitar o acesso dos alunos da rede pública ao ensino superior”, afirmou Mendonça, sendo muito aplaudido pela platéia. Segundo ele, a proposta é implantar o programa em parceria com as universidades privadas estabelecidas no Recife. Pela proposta, o benefício seria concedido de forma progressiva. No primeiro ano de gestão seriam oferecidas mil vagas, aumentando essa reserva de vagas até chegar a cinco mil, em 2012.

Em troca da garantia de vagas, elas teriam redução (ou isenção, a forma ainda não está definida) da alíquota do Imposto sobre Serviços (ISS), hoje fixada em 5%. Os critérios de acesso ao Universidade Democrática, a princípio, seriam os mesmos do Programa Universidade para Todos (Pro - Uni) do Governo Federal. Ter obtido média mínima de 45 pontos no provão do Enem; ter cursado os níveis fundamental e médio na rede pública e ter renda familiar per capita de um salário mínimo e meio (R$ 632,00) para a bolsa integral e até três salários (R$ 1.245,00) para bolsa de 50% da mensalidade.

“Não temos problema em reconhecer as coisas que vem dando certo por ser uma idéia do PT. As boas idéias devem ser aprimoradas e usadas em favor da população”, disse Mendonça. Além da vantagem no ISS, caberia ao poder público também cuidar do entorno dos estabelecimentos de ensino com intervenções como acessibilidade (ruas, calçadas etc...), iluminação pública (até como forma aumentar a segurança), um plano de circulação que preveja estacionamentos – para evitar congestionamentos comuns nas proximidades das universidades – e a desburocratização no processo de análise e licenciamento dos projetos de novos estabelecimentos. ``Essas são algumas das atribuições do município que podem ser agregadas ao projeto”.

O acesso gratuito de alunos da rede pública à universidade foi um dos projetos implementados por Mendonça Filho, quando governador, dentro da Agenda da Juventude. O urbanista Paulo Roberto Barros, um dos coordenadores do programa de governo, apresentou dados mostrando os contrastes do Recife, na área de Educação. Segundo os índices, cerca de 20% população do município são jovens entre 15 e 24 anos. Desses, 50% tem defasagem idade-série e 8% são analfabetos, enquanto 22% não estudam nem trabalham.

Esse quadro, segundo interpreta, leva essa parte da população a não ter perspectivas de futuro – exceto uma pequena parte que ``sonha em ser jogador de futebol” – à baixa estima, à situação de vulnerabilidade social (droga, criminalidade, maternidade precoce) e exclusão social. E é justamente para quebrar esse ciclo vicioso, que Mendonça propõe uma Educação baseada em quatro eixos programáticos: ensino de qualidade; atividades esportivas e culturais; rede de proteção social (com cuidados que vão desde a orientação sexual até a saúde básica) e, finalmente, uma formação profissional superior ``qualificada´´ como forma de inserção no mercado de trabalho. E é nesse contexto que surge o programa “Universidade Democrática”.

Fonte: Diário de Pernambuco

Ampliar o Bolsa Família com o Poupança Educação

{ Posted on 22:07 by Edmar Lyra Filho }
Por Mendonça Filho

Recife tem hoje 109 mil famílias que recebem o Bolsa Família, o que corresponde a cerca de 1/3 da população da cidade. A maioria dessas famílias mora nas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) e está entre as mais pobres do Recife. Isso significa que continuam vivendo em péssimas condições de habitação, acessibilidade, qualidade de vida (sem espaços de lazer, cultura, esportes), geração de emprego e renda e, principalmente, sem educação de qualidade.

Importante instrumento de transferência de renda, o Bolsa Família é um dever do poder público para com os mais pobres e um direito do cidadão. No entanto, a transferência de renda só não basta. É fundamental agregar ações que possam transformar a realidade dessas famílias. A Prefeitura tem o papel de gerar políticas públicas que ampliem o combate à pobreza, à miséria e à indigência, associando geração de renda e melhores condições de moradia a um programa de educação de qualidade.

Diariamente ando pelo Recife e converso com as pessoas sobre o dia-a-dia delas. Nas comunidades mais pobres é claro o sentimento de amor pela cidade, mas é enorme a frustração com as péssimas condições de habitação. A principal angústia das mães nas comunidades pobres é ver seus filhos vulneráveis à marginalidade, sem educação de qualidade, sem áreas de lazer, cultura e esportes. A angústia dessas mães não é sem motivo, pois 15% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da sala de aula no Recife. Quando nos debruçamos sobre comunidades pobres como Coelhos e Pilar esse percentual sobre para 25%. As mães do Bolsa Família querem receber o dinheiro do programa, mas também desejam ver seus filhos com perspectiva de futuro, longe da miséria e da marginalidade. Tenho convicção de que a discussão sobre políticas sociais no Recife não pode ignorar a situação da parcela da população que é assistida pelo Bolsa Família.

Por isso, anunciei segunda-feira passada, durante o Seminário “”Realidade Sócio-Econômica do Recife, Políticas Sociais e o Bolsa Família”, o meu compromisso de ampliar o atendimento às famílias atendidas pelo Bolsa Família com o programa “Poupança Educação”, para incentivar crianças e jovens a prosseguirem nos estudos. Convidado pelo IDEA para participar do Seminário, o secretário de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Garcia, defendeu que é preciso dar contrapartida e estímulo aos beneficiários, bem como atacar os demais problemas estruturais como saúde, educação e saneamento. Estudioso de políticas de transferência de renda, Marcelo Garcia, reforçou a nossa convicção de que é fundamental gerar políticas públicas de combate à pobreza, à miséria e à indigência.

O Poupança Educação é um instrumento de incentivo para que as famílias se envolvam no processo de aprendizagem das crianças e dos jovens para que estudem, aprendam, evoluam na educação formal e na educação para a vida. Uma gestão como a do PT que oferece as suas crianças e aos seus jovens a pior educação entre as 27 capitais do País não está cuidando de verdade das pessoas.

É preciso um choque de gestão na educação do Recife. A nossa proposta é uma escola melhor, em tempo integral para o fundamental dois, ampliação do acesso à pré-escola com mais creches, recuperação e ampliação da rede física, professores qualificados e as famílias incentivadas a participar da luta por uma educação de qualidade para seus filhos.

A família que tiver o benefício do Bolsa Família receberá o incentivo do Poupança Educação, pois o combate à pobreza começa pela educação. O formato final do Poupança Educação ainda está sendo discutido por técnicos e segmentos sociais, mas a proposta é estimular a permanência da criança na escola, através de um rígido acompanhamento da freqüência. Quanto maior o rendimento do aluno, melhor o valor da poupança.

Mas para mudar a realidade das famílias que se encontram em situação de extrema pobreza, é preciso focar em políticas integradas. A educação é carro chefe para mudanças a médio e longo prazo, mas tem que estar integrada a políticas públicas sustentadas em três linhas: melhoria das condições de moradia (habitação, acessibilidade, saneamento), geração de emprego e renda, integração social (lazer, cultura e esportes) e educação.

Para traçar políticas públicas pautadas nas reais necessidades da população, o Instituto de Desenvolvimento e Idéias Avançadas (IDEA), o qual presido, encomendou um estudo de diagnóstico sobre a realidade sócio-econômica do Recife. Realizado pela economista e consultora da área social, Cláudia Lira, o estudo mostra que 59,67% dos jovens entre 15 e 17 anos têm menos de oito anos de estudo (Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Recife). Cerca de 40 mil famílias no Recife, a capital do nosso Estado e uma das cidades mais importantes do País, não têm acesso a instalações sanitárias. O que é lamentável.

O meu compromisso com o Recife é trabalhar para mudar essa realidade investindo em educação, oferecendo esportes, lazer e cultura para a nossa juventude. Isso é, também, combater a violência, hoje o principal motivo de preocupação dos recifenses.

Oposição pode recorrer ao STF contra CPMF

{ Posted on 13:17 by Edmar Lyra Filho }

A oposição promete recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para impedir a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) na Câmara caso os parlamentares insistam em um projeto de lei complementar para aprovar a contribuição em meio às discussões da emenda 29 (que amplia os recursos para a saúde).

Os oposicionistas argumentam que o Legislativo não tem poderes para criar impostos, argumento sustentado pela Constituição Federal. "Se esse absurdo prosseguir na Casa, temos que fazer uma avaliação de sanidade no Congresso. O único caminho seria recorrer ao STF", disse o líder do DEM na Câmara, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).

A oposição ficou irritada com a manobra do governo em recriar a CPMF por meio de projeto de lei complementar --que necessita de um quorum menor de parlamentares para ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado do que a proposta de emenda constitucional. Apesar de admitir que não têm número suficiente de parlamentares para barrar a CPMF na Câmara, DEM e PSDB se articulam para derrotar a contribuição no Senado.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse que a oposição vai impedir a aprovação da CPMF no Senado uma vez que a Casa já derrotou a sua continuidade no final do ano passado. Na Casa Legislativa, a oposição conta com a adesão do grupo de senadores "independentes" que, apesar de integrarem a base aliada, votam sistematicamente com DEM e PSDB.
"Isso é um desrespeito ao Senado. O Congresso disse não à CPMF no ano passado, qualquer subterfúgio é um desrespeito a nós. Acho que temos que mobilizar a sociedade contra isso", afirmou.
Fonte: Blog da Folha

Nordeste: Cidades podem ficar sem verba, Recife e Jaboatão estão entre elas.

{ Posted on 22:44 by Edmar Lyra Filho }
BRASÍLIA - No aniversário de um ano do Plano de Desenvolvimento da Educação, comemorado ontem (19), o ministro da Educação, Fernando Haddad, informou que serão investidos mais de R$ 600 milhões no programa Caminho da Escola, que terá linha de crédito do BNDES para aquisição pelas prefeituras de veículos escolares. No entanto, 373 cidades nordestinas estão na relação das que podem perder os recursos repassados pelo MEC para transporte escolar. Elas ainda não prestaram contas do dinheiro repassado pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Em todo o país, são 945 municípios inadimplentes. As duas maiores cidades de Pernambuco, Recife e Jaboatão dos Guararapes, por exemplo, fazem parte da relação. A prestarão das contas do dinheiro recebido durante o ano de 2007 deveria ter sido feita até 15 de abril deste ano.

O repasse será suspenso, até que as informações sejam enviadas ao MEC. Na região Nordeste, os estados que têm mais municípios em situação de inadimplência são o Maranhão, com 83, e a Bahia, 75. Em seguida, aparecem o Piauí (45), Rio Grande do Norte (37) e a Paraíba (35). Alagoas, Pernambuco e Ceará têm 26 municípios nesta situação e Sergipe é onde a situação atinge o menor número de administrações: 20.

A oferta de transporte para que crianças e jovens do interior possam ir à escola com segurança está entre as principais ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Haddad disse que é a primeira vez que o governo federal prevê recursos, veículos de qualidade e a segurança dos alunos. "O cuidado com a segurança dos alunos é o ponto de destaque do programa", afirma. Os ônibus são padronizados, com estrutura para trafegar em estradas rurais, certificados pelo Instituto de Metrologia (Inmetro) e com ciclo de renovação da frota previsto para dez anos. É a esperança para que milhares de crianças nordestinas tenham transporte garantido e deixem de caminhar horas por dia para chegar a suas escolas, como acontece em muitas de nossas cidades.

Fonte: Folha de Pernambuco

Nordeste pode ganhar 2,6 mil novos vereadores

{ Posted on 00:06 by Edmar Lyra Filho }
BRASÍLIA - Os partidos políticos podem se preparar para reunir mais candidatos do que imaginavam para as próximas eleições municipais. Os líderes partidários fecharam acordo e devem votar nesta semana Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 333/2004, que redefine o número de vereadores por municípios - a chamada PEC dos Vereadores. A proposta é polêmica porque aumenta em mais de sete mil o número de vereadores e reduz em R$ 1,2 bilhão por ano os recursos que todas as prefeituras têm que repassar para os órgãos legislativos municipais.

A PEC propõe que o número de vereadores seja restabelecido de acordo com faixas populacionais. Ao todo, são 24 categorias, que de acordo com os deputados, vai estabelecer uma distribuição proporcional entre os municípios. Para a menor faixa (de até 15 mil habitantes), a Câmara poderá ter no máximo nove vereadores. A maior faixa é de 55 vereadores para os municípios com mais de oito milhões de pessoas. Para se ter uma idéia, hoje, há municípios de dois mil ou três mil habitantes com nove vereadores, e outros com 100 mil habitantes com apenas dez.

Segundo projeções do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), o Nordeste será a segunda região com o maior aumento de vereadores, perdendo apenas para o Sudeste. Se a proposta for aprovada, serão pelo menos 723 cadeiras a mais na Região Norte (17,2%); 2.649 novas vagas no Sudeste (16,7%) ; 2.603 novos vereadores no Nordeste (15,7%). As regiões Sul e Centro-Oeste, pelos cálculos do Ibam, terão aumento abaixo da média nacional (14,7%), ampliando as vagas em 10,9%: 1.198 cadeiras a mais no Sul e 466 no Centro-Oeste.

Dos nove estados nordestinos, a Bahia é quem ganha mais reforço, com 754 novos vereadores, seguida de Pernambuco, com 428, e do Ceará com 424. O Maranhão terá 375 vereadores a mais, Algoas 152, Paraíba 146, Piauí 115, Rio Grande do Norte 108 e Sergipe 101.

Fonte: Folha de Pernambuco

Mendonça propõe ampliar o Bolsa Família com o Poupança Educação

{ Posted on 23:39 by Edmar Lyra Filho }

O pré-candidato a prefeito do Recife, Mendonça Filho, anunciou ontem, durante o Seminário Políticas Sociais, que vai ampliar o atendimento às famílias atendidas pelo Bolsa Família com o programa “Poupança Educação”, para incentivar crianças e jovens a prosseguirem nos estudos. Diante de um auditório lotado por mais de 250 líderes comunitários e representantes de ONGs, Mendonça disse que o Bolsa Família é importante, mas que a Prefeitura tem o papel de gerar políticas públicas que ampliem o combate à pobreza associando geração de renda e melhores condições de moradia a um programa de Educação de qualidade.

“A família que tiver o benefício do Bolsa Família receberá o incentivo do Poupança Educação, pois o combate à pobreza começa pela educação”, afirmou Mendonça, ressaltando que o formato da “poupança” ainda está sendo discutido por técnicos e segmentos sociais. “A idéia é estimular a permanência da criança na escola, através de um rígido acompanhamento da freqüência. Quanto maior o rendimento do aluno, melhor o valor da poupança”, explicou.

Mendonça reafirmou o seu compromisso com o Bolsa Família por acreditar que políticas de transferência de renda são um instrumento importante no atendimento à população mais pobre. “É um dever do poder público e um direito do cidadão, mas o Bolsa Família só não basta. Temos que agregar ações que possam transformar a realidade dessas famílias”, disse Mendonça, destacando que uma gestão como a do PT que oferece as suas crianças e aos seus jovens a pior educação entre as 27 capitais do País não está cuidando de verdade das pessoas.

O Seminário sobre Políticas Sociais foi aberto com a palestra do secretário de Assistência Social da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Garcia, sobre o “Bolsa Família como instrumento de transferência de renda”. Garcia considera que não se pode pensar em desenvolvimento do país, enquanto parte considerável para população brasileira viver em situação de pobreza, miséria e indigência.

Segundo ele, no Rio de Janeiro, 8 mil famílias não têm banheiro em casa (no Recife são cerca 8,7 mil), enquanto aproximadamente 109 mil famílias vivem do Bolsa Família no país. E esse programa, criado em 2004, “nada mais é que a junção dos cadastros de outros como o Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, PET, e Vale Gás, criados na gestão anterior”.

Depois da apresentação de Garcia, a economista e consultora em políticas sociais, Cláudia Lira apresentou um diagnóstico da realidade sócio-econômica do Recife, revelando dados que mostram 15% dos adolescentes do Recife entre 15 e 17 anos fora da escola. Quando a área em questão é a comunidade do Pilar ou a dos Coelhos (ambas no Centro do Recife) esse percentual sobe 25%. “Vamos trabalhar para mudar essa realidade investindo em educação, oferecendo esportes, lazer e cultura para a nossa juventude. Isso é, também, combater a violência”, afirmou Mendonça.

Recife tem 109 mil famílias cadastradas no Bolsa Família, o que corresponde a quase um terço da população. Segundo Marcelo Garcia, o cadastro do Bolsa Família é um poderoso instrumento para se ter uma “radiografia” da realidade da população. A partir desses dados, ele sugere a criação de “acordos populares” - a exemplo do que já ocorre aqui nos encontros com segmentos organizados da sociedade – para ouvir suas prioridades e escolher e adotar as exeqüíveis. Nesse sentido, ao final do encontro, Mendonça ponderou que essa é a razão de seminários como o de hoje onde, após ouvir líderes comunitários e técnicos, “se pode assumir compromissos possíveis de realizar, e com a força do povo mudar a realidade social”.

Fonte: Democratas Pernambuco

“O Bolsa Família é uma conquista e o Poupança Educação proposto por Mendonça amplia o combate à pobreza”, diz secretário

{ Posted on 18:24 by Edmar Lyra Filho }

Assistente Social por formação e gestor público da área social, Marcelo Garcia é secretário de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro, e foi Secretário Nacional de Assistência Social no governo Fernando Henrique Cardoso. Estuda o Orçamento Participativo e suas implicações desde que o modelo foi implantado pela primeira vez, na Prefeitura de Porto Alegre, em 1989. Convidado pelo Instituto de Desenvolvimento e Estudos Avançados (IDEA) e Instituto Frei Caneca para o Seminário “Políticas Sociais e o Bolsa Família”, Marcelo Garcia é estudioso das políticas públicas de transferência de renda e falou para o site do Democratas.

Democratas - Que importância o senhor vê num evento como esse?

Marcelo Garcia – O fato de trazer a população, representada por suas principais lideranças comunitárias, para um espaço como este para discutir essas idéias acerca de políticas sociais já um sinal do compromisso de Mendonça com a aplicação efetiva de novas ações nesta área. E o que eu vi aqui hoje foi um público extremamente receptivo às idéias e ansioso por uma mudança.

Que diferença o senhor vê entre as políticas sociais aplicadas na gestão petista do Recife e de sua gestão à frente da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro?

Marcelo Garcia – Não conheço tão a fundo o que é feito pela atual gestão da Prefeitura do Recife, mas pelo que se comenta aqui há enormes lacunas a serem preenchidas. O que tratamos hoje aqui foi justamente de maneiras de trazer mudanças efetivas na vida das pessoas, como no pacto que propusemos para a redução da pobreza e da indigência. Mais uma vez gostaria de ressaltar o compromisso de Mendonça Filho nesta área, pois vejo que ele vem percorrendo a cidade há um bom tempo, e tem uma visão ampla do que se passa.

O maior questionamento feito pelas lideranças é sobre o Bolsa Família e suas repercussões. Que avaliação o senhor faz do programa?

Marcelo Garcia – É preciso deixar claro que o Bolsa Família não é um favor que o Governo Federal concedeu à população: é uma conquista civilizatória. É um direito do povo brasileiro. A transferência de renda é um passo importante no sentido de dar dignidade às pessoas, mas não se pode ficar nisso. É preciso dar contrapartida e estímulo aos beneficiários, bem como atacar os demais problemas estruturais como saúde, educação e saneamento. É fundamental gerar políticas públicas de combate à pobreza, à miséria e à indigência. A agenda de Mendonça para o Recife é a de combate à pobreza. A proposta que ouvi aqui hoje de Mendonça para criar a “Poupança Educação” é um passo importantíssimo nesse sentido.

Fonte: Democratas Pernambuco

Candidatos a prefeito aparecerão na TV segundas, quartas e sextas. Terças, quintas e sábados ficam com vereadores

{ Posted on 18:22 by Edmar Lyra Filho }
Para prefeito e vice-prefeito, os programas serão transmitidos às segundas, quartas e sextas-feiras, em dois blocos de meia hora cada um. No rádio, das 7h às 7h30 e das 12h às 12h30; e na televisão, das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.

Os candidatos a vereador terão espaço para apresentar seus programas às terças, quintas-feiras e sábados, nos mesmos horários reservados aos prefeitos.

No primeiro turno não haverá veiculação da propaganda eleitoral gratuita aos domingos e a transmissão tem de considerar o horário de Brasília.

Nos municípios onde houver segundo turno para prefeito, a propaganda gratuita pode começar a partir de 48 horas após a proclamação dos resultados do primeiro turno e será transmitida até 24 de outubro, dois dias antes do segundo turno.

A divisão do tempo no segundo turno é de forma igualitária entre os dois candidatos, cada um terá direito a dois blocos diários de dez minutos de duração, inclusive aos domingos. No rádio, a propaganda será veiculada às 7h e às 12h. Na televisão, às 13h e às 20h30.

Inserções

Além dos blocos, os candidatos a prefeito também têm 30 minutos diários em forma de inserções de 15, 30 ou 60 segundos para divulgar a suas propagandas. As emissoras devem veicular as inserções ao longo da programação, entre as 8 horas e a meia-noite.

Fonte: Blog de Jamildo

TRE define que propaganda eleitoral começa dia 06 de julho

{ Posted on 18:20 by Edmar Lyra Filho }
As eleições municipais para a escolha de prefeitos e vereadores serão realizadas em 5 de outubro. Até o pleito, no entanto, a legislação eleitoral prevê várias etapas a serem cumpridas pelos partidos, como as convenções para escolha dos candidatos, o registro das candidaturas e o início da propaganda eleitoral, em 6 de julho. Uma das principais ações é a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, que começa em 19 de agosto, daqui a exatos três meses, e vai até 2 de outubro, no primeiro turno.

As regras que disciplinam a propaganda eleitoral gratuita estão na Resolução 22.718/08 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma das novidades trazidas pela Lei 11.300/06 (minirreforma eleitoral) é a divisão de dois terços do tempo da propaganda de acordo com o número de deputados federais eleitos em 2006. Até o último pleito, a divisão levava em conta a representação de cada partido na Câmara dos Deputados quando do início da legislatura em curso, considerando o número de deputados que tomaram posse naquela data. Confira outras normas:

Tempo

De acordo com a Resolução 22.718/08, serão veiculados dois blocos diários de 30 minutos no rádio e na televisão. Um terço desse tempo, dez minutos, é dividido de forma igualitária entre todos os candidatos. Os outros dois terços, que totalizam 20 minutos, serão divididos conforme a quantidade de deputados federais eleitos em 2006. Se houver coligação, somam-se os deputados eleitos de cada partido que a compõe.

A divisão do tempo de cada eleição (prefeito e vereador) será feita pelo juiz eleitoral de cada município, que vai se reunir, a partir de 8 de julho, com os partidos políticos e os representantes das emissoras de rádio e televisão para elaborar o plano de mídia. A distribuição do tempo entre os candidatos registrados é de responsabilidade dos partidos e das coligações.

Fonte: Blog de Jamildo

Exclusivo: FHC critica mesquinharia e propõe grande debate nacional a Lula

{ Posted on 20:02 by Edmar Lyra Filho }

“Parece eu... A minha situação hoje também é essa”, brinca o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao ler as primeiras linhas do subtítulo do meu livro "Uma Vida Nova e Feliz", que lhe trouxe de presente, onde está escrito: “...sem poder, sem cargo, sem carteira assinada, sem crachá...”

Afável como de costume e mais tranqüilo do que nunca, FHC estava sentado numa moderna poltrona igualzinha à do presidente da República no Palácio do Planalto. Conversamos sem pressa no final de tarde da última terça-feira, em seu confortável gabinete no sexto andar de um prédio bem antigo que dá vista para o Vale do Anhangabaú, em São Paulo, onde está instalado o Instituto Fernando Henrique Cardoso, seu atual local de trabalho.

Começamos falando da sua rotina de vida depois que deixou a Presidência da República, há mais de cinco anos - “a vida de ex-presidente é melhor do que a de presidente” -, da família, das palestras e dos livros, das muitas viagens pelo Brasil e ao exterior, do que ele mais sente falta dos seus tempos de poder.

Aos poucos, entramos nos assuntos políticos. FHC falou com franqueza sobre acertos e erros dos seus oito anos de mandato. Alternou críticas com elogios ao governo do presidente Lula. Analisou os cenários para as próximas eleições municipais e para a sucessão presidencial em 2010, as relações entre mídia e política, e entre PT e PSDB. Previu que a CPI dos Cartões Corporativos não vai dar em nada. E se queixou que o presidente Lula nunca lhe fez um gesto para abrir o diálogo com o PSDB, depois de uma transição das mais civilizadas.

Só no final da entrevista, quando lhe perguntei o que diria ao presidente Lula, se o encontrasse naquele dia, sobre o episódio do vazamento de despesas sigilosas do seu governo, FHC levantou o tom de voz para mostrar sua indignação, mas em seguida propôs um grande debate nacional para discutir os rumos do País e mostrou-se disposto a participar dele.

O principal trecho da entrevista com o que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso gostaria de dizer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

“Será que você não está vendo o que está acontecendo? Você acha que tem cabimento nós chegarmos a esse grau de mesquinharia, dadas às relações que nós sempre tivemos, que sempre foram boas? Lula, você não acha que chegou o momento de pensar maior? O Brasil está indo para um outro patamar e a política está indo para o buraco. Não dá para a gente pensar grande? Não dá para haver um debate sobre temas importantes - o que vamos fazer com essa riqueza petrolífera que está aí, por exemplo? Eu estou disposto a entrar nesse debate, esse seria um grande debate nacional, sim. Nós estamos apequenando a política”.

A seguir, a íntegra da nossa conversa, que durou pouco mais de uma hora:

IG: O que é melhor: a vida de presidente da República ou a de ex- presidente da República?

FHC: Sem dúvida, a vida de ex-presidente. Porque você tem a recordação da Presidência e, como toda memória, você vai selecionando... Você guarda o que foi agradável, o que deu certo... E vai esquecendo o que não funcionou...

IG: É a memória seletiva...

FHC: É isso, memória seletiva. A vida de ex-presidente, pelo menos no Brasil, é uma vida agradável. A população brasileira é muito cordata. Eu deixei a Presidência já há quase seis anos e trabalho aqui hoje muito tranqüilo, sem me preocupar com segurança, por exemplo...

IG: Foi isso que eu reparei quando cheguei. Na portaria do prédio ninguém me pediu documentos, subi direto, sem crachá...

FHC: Nada, nada... Não existe isso aqui. Mesmo quando eu saio a pé com a Ruth, vou a algum restaurante lá perto de casa, vou ao cinema, não tenho nenhuma preocupação com segurança, embora oficialmente eu tenha direito como ex-presidente. Então eu uso mais como motorista e, eventualmente, quando eu vou viajar, para me ajudar. Mas eu não tenho essa preocupação porque não precisa. Desde que eu saí da Presidência, só vi gestos de simpatia. Até porque aqueles que não são simpáticos a mim são educados o suficiente para não se manifestar. Quando você está na Presidência, não, é diferente, quem é contra você se manifesta... Então a vida de ex-presidente, deste ponto de vista, é uma vida tranqüila. Não vou dizer que a de presidente também não seja boa. São momentos diferentes da sua vida, da história. Eu nunca neguei que exerci a Presidência com energia e com satisfação, com prazer, mas eu acho que a vida de ex-presidente é melhor. E sou apenas um ex-presidente. Fiz questão de não ser candidato a mais nada, não é?

IG: Não tem queixa da vida?

FHC: Não tenho queixa da vida!

IG: Como é a rotina do ex-presidente FHC quando está em São Paulo? O que mais gosta de fazer? Dá tempo de pegar os netos na escola?

FHC: Eu tenho cinco netos, mas já estão todos grandinhos e nenhum mora em São Paulo. Quatro moram no Rio e um em Brasília, que é a mais moça, tem 13 anos. Os meus netos vêm com muita freqüência a São Paulo. Gosto de jogar cartas com o meu neto de 14 anos. Jogo buraco com ele, com os amigos dele. Isso a gente faz com muita satisfação. Outro dia eu e Ruth nos encontramos com a neta que tem 18 anos e está na Inglaterra. Nós estávamos na Espanha, ela foi nos encontrar para passar uns dias conosco, sair para jantar, essas coisas todas. A minha rotina aqui em São Paulo é a rotina de um acadêmico, um professor aposentado. Eu fico em casa de manhã, quando posso sempre eu fico em casa.

IG: No apartamento em Higienópolis...

FHC: Isso... Sempre morei ali e continuo lá. E lá eu leio, escrevo, fico em casa de manhã; de tarde, geralmente eu venho para cá. Aqui, o que eu faço? Eu recebo pessoas que vêm me procurar para conversar, ou então participo de seminários, que há muitos aqui, ou discuto com o pessoal do instituto sobre os trabalhos que eu estou fazendo, pesquisas e tal...

IG: Quantas pessoas trabalham aqui com o senhor ?

FHC: Aqui no Instituto deve ter umas 20 pessoas, mas a maior parte é para tratar da documentação do meu período de governo.

IG: Encontrei aqui o Sergio Fausto (assessor de FHC), que não via há muito tempo...

FHC: Sergio Fausto trabalha diretamente comigo, ele é uma espécie de chefe de gabinete. É o nosso diretor de toda a atividade referente a projetos e seminários. A parte relativa à documentação é com a Daniele Adaion (assessora), que já trabalhava no Palácio do Planalto e está comigo desde os tempos do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). E tenho um assessor internacional, o diplomata Miguel de Oliveira, que é ministro do Itamarati. Fora isso tem uma porção de gente que trabalha aqui na parte de documentação, na parte dos arquivos. É isso que eu faço quando eu estou aqui no Brasil. À noite, vou para casa. Às vezes alguém vai jantar lá em casa ou eu vou jantar na casa de algum amigo. Vou muito a concertos, sou presidente da Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), então vou muito aos concertos. Quando eu posso, vou ao cinema, a Ruth gosta muito de teatro também... Enfim, eu tenho uma vida normal, como sempre tivemos. Eu leio nos jornais que estou fazendo ativamente política e tal... Não é verdade. Eu converso, participo de discussões, mas eu não atuo no dia-a-dia da vida política, nem do PSDB.

IG: E não sente falta disso?

FHC: Olha, eu não sinto falta porque, quando eu quero, eu tenho espaço, né? E tenho também na mídia, quando eu quero tenho espaço. Não tenho do que me queixar. Não sinto falta daquela vida política diária porque nunca fui muito afeito a esse tipo de coisa, a esse tipo de vida. Eu sempre fui um pouco ambivalente, um pouco professor e acadêmico, um pouco atuando na área política.

IG: E como tem sido sua atividade durante as viagens aqui e no exterior? Sua principal atividade pública desde que deixou o governo são as palestras. Quantas por mês? Quais os temas mais freqüentes? O senhor se acha bem remunerado? Ainda dá aulas? Está escrevendo algum livro?

FHC: Vamos por partes. Durante cinco anos dei aulas nos Estados Unidos, na Universidade de Brown, no Instituto de Relações Internacionais. Eu sou o que eles chamam lá de “professor of life”, que significa o seguinte: tenho uma função fixa, mas eu dou as aulas que eu quero, umas conferências, recebo estudantes. Algumas vezes ia dar aula no curso normal mesmo, dava Sociologia, dava Desenvolvimento Econômico, História da América Latina. Ficava por lá 40 dias por ano. Este ano parei, não renovei o contrato. Agora sou do Conselho de Direção do Instituto, vou lá apenas uma vez por ano. E aí faço um seminário, mas não é regular. Fora isso, recebo uma vez por mês aqui nesse Instituto alunos de escolas públicas e privadas que estão no último ano do ciclo secundário. São uns 50, 60 estudantes que vêm aqui de cada vez, visitam o Instituto, assistem a um vídeo que mostra o que tem lá embaixo, o setor de documentação e tal, e aí eles vão conversar comigo. Sobre o quê? Eles propõem o tema. A última que veio aqui foi uma Escola Técnica da Penha, escola pública, os alunos queriam que eu falasse sobre as metrópoles e a urbanização. Outros querem discutir o sistema eleitoral ou como é que funciona a relação do Executivo com o Legislativo. Enfim, é variado...

IG: É como se fosse uma entrevista coletiva...

FHC: É como uma entrevista. Dou uma aula sobre o tema, falo uns 40 minutos e depois fica aberto para perguntas. Isso leva umas duas horas e é muito interessante. Agora não converso de política com eles...

IG: O senhor não fala de política?

FHC: Não, nada de política partidária. Eles sempre perguntam, mas eu procuro me esquivar porque não é bom misturar os papéis. Fora isso, eu faço palestras, e que tipo de palestras? Geralmente as faculdades e universidades propõem discussões em termos mais econômicos, empresarias, a situação do Brasil. Às vezes, elas são remuneradas, e bem remuneradas. Eu tenho um agente aqui e um outro no exterior, que é o mesmo do Clinton (Bill Clinton, ex-presidente dos EUA). Agora estou reduzindo bastante isso. Palestra remunerada eu faço no máximo uma vez por mês porque cansa. Viajar é muito cansativo. Muitas vezes eu viajo e faço palestra de graça também. São seminários, encontros na Universidade, aí eu não cobro ninguém. Mas quando é empresa, ou quando eles vão ganhar dinheiro com a sua palestra, aí tem que pagar!

IG: Isso aí virou uma grande indústria...

FHC: Virou uma grande indústria e, no meu caso, isso é bastante bem pago...

iG : E está preparando algum livro novo?

FHC: Eu escrevi três livros depois que deixei a Presidência da República. Um é A Arte da Política, que fez bastante sucesso, vendeu quase cem mil exemplares, é um livro grande. O outro é um livro para jovens que queiram se interessar por política, Cartas a um Jovem Político, e o terceiro chama-se The Accidental President of Brazil (O Presidente Acidental do Brasil), publicado em inglês só nos Estados Unidos. Fiz junto com um jornalista americano, mas que não sabia português. Não está traduzido porque, se traduzir, vai concorrer com o outro e também porque não é para um público brasileiro. Sempre estou escrevendo. Escrevi dois ensaios grandes e vou escrever mais um agora. Vou fazer um pequeno livro, uma espécie de revisão de um livro que escrevi faz muitos anos junto com o Milton Paletto, um chileno. Chama-se Dependência e Desenvolvimento na América Latina. Eu escrevi em 1968, 40 anos atrás. Aliás, fiz um seminário recentemente em Brown sobre esse livro, que agora vai ser publicado lá também. Participaram umas 30 pessoas de várias universidades, discutindo o impacto que esse livro teve na época nos Estados Unidos. Escrevi um ensaio sobre como eu encararia agora a América Latina à luz da metodologia que eu usei neste livro. Como muitas pessoas de má fé disseram para esquecer tudo o que eu escrevi, esse ensaio mostra que continuo pensando as mesmas coisas. Apesar das mudanças no Brasil e na América Latina, o modo de analisar não mudou. Depois escrevi um outro ensaio que vai ser publicado agora no livro do Otávio Barros (escritor), que é um ensaio longo sobre a globalização. Vai se chamar Um Mundo Surpreendente, que é na verdade uma análise da globalização, para mostrar que, em primeiro lugar, isso é antigo; segundo, falo desta nova etapa, essa coisa toda da China, que põe em xeque inclusive as teorias sobre dependência e desenvolvimento. Por que as matérias primas e os produtos de alimentação subiram muito de preço, muito mais do que os industriais? No passado, era o contrário, então eu analiso como é que o Brasil se ajeitou neste novo mundo, se inseriu neste novo mundo. Aí eu mostro que a abertura da economia, a estabilização e tudo o que me criticavam foram o que deram certo. O Brasil está hoje aí com um grau de investimento que não teria nunca se nós não tivéssemos feito o que eu fiz, e mostro como é que houve isso. Apesar das dificuldades, o Brasil hoje conseguiu dar um salto muito grande porque nós entendemos o que era a globalização e não ficamos como avestruz com a cabeça na areia.

IG: Este livro sai quando?

FHC: Sai agora em maio. Estou escrevendo um outro ensaio sobre o que é a política social-democrata, a política social em países como o Brasil. Vou juntar esses três ensaios e publicar um livrinho. Quer dizer, escrevendo eu estou sempre, lendo e escrevendo. Isso não tem solução... Leio muitas coisas ao mesmo tempo.

IG: Nas suas viagens ao exterior, qual é a sua percepção da imagem atual que o Brasil tem lá fora? O que mudou nessa imagem em relação ao tempo que o senhor viajava como presidente da República?

FHC: Acho que se consolidou a imagem do Brasil. Quando eu era ministro de Relações Exteriores, antes de ser presidente da República, fui ao Chile uma vez e disse que o Brasil tinha potencialidades, que o Brasil estava crescendo, mas todo mundo olhava para mim com uma descrença imensa, por causa da inflação. Depois, quando fui ministro da Fazenda, era também uma imensa dificuldade, falavam que o Brasil primeiro tinha que colocar ordem na casa. Nós pusemos ordem na casa. Então, no meu segundo mandato, quando eu viajava, já havia um reconhecimento grande por parte do Clinton (Bill Clinton, ex-presidente dos EUA), do Tony Blair (ex-premiê britânico), do Chirac (Jacques Chirac, ex-premiê e ex-presidente francês). Era uma relação em que eles reconheciam tudo o que fizemos, não só eu, mas o Brasil. E isso só fez melhorar de lá para cá. O Brasil tem hoje uma imagem positiva.

IG: Passados quase cinco anos e meio, do que mais o senhor sente falta dos tempos que morava no Palácio da Alvorada e mandava no País? O que melhorou e o que piorou no Brasil de lá para cá?

FHC: Bom, o que eu mais sinto falta é da convivência com as pessoas que me ajudaram muito. Não só das que fizeram o Plano Real, mas depois, também, das pessoas que implementaram as reformas na educação, na saúde, do Vilmar Faria (amigo e assessor especial na área social), que teve um enorme papel na criação de uma rede de proteção social. De fato, do que sinto falta mesmo é das pessoas, não é de situações, embora eu sempre tenha gostado de viver no Palácio da Alvorada. Essas questões de moradia a gente sabe que são transitórias mesmo e uma pessoa como eu, que já morou em várias partes do mundo, não fica tão apegado assim. Sinto falta é disso, das pessoas, até mesmo dos jornalistas, aquele contato constante...

IG : E o que melhorou, o que piorou no Brasil de lá para cá ?

FHC: Melhorou a economia. Indiscutivelmente, nós estamos vivendo um momento bastante positivo, acho que houve avanços também nos programas sociais, que se estenderam mais.

IG: O que piorou?

FHC: Acho que toda a parte institucional. Talvez menos a Justiça, talvez até a Justiça tenha melhorado. O Supremo Tribunal Federal tem tomado posições boas, mais ativas. Acho que o Ministério Público também nunca deixou de progredir. Mas a relação do Legislativo com o Executivo piorou. Hoje, a gente não sente mais vitalidade no Legislativo e nem sente que o Executivo esteja empenhado num programa junto ao Legislativo para produzir uma mudança para o Brasil, reformas... Você sente propaganda, mas não sente rumo. Por outro lado, acho que a questão da corrupção também piorou. Sem julgar se é verdade ou falsa, quando você lê os jornais de hoje, qualquer jornal, a política virou polícia, virou página policial. Sempre houve uma certa tendência nessa direção, mas agora é avassalador. Eu sempre dizia no passado, tirando até emprestada uma frase do Werneck Viana, um cientista político do Rio de Janeiro, que dizia o seguinte: “PT e PSDB disputam entre si para saber quem é que comanda o atraso! Então tenho a impressão de que, em certos momentos, o atraso está nos comandando”.

IG: Melhor seria se eles disputassem para ver quem leva o Brasil para frente...

FHC: Para ver quem tira o País do atraso. Tirar do atraso, aliado com o atraso, não dá. No Congresso, tem muita gente atrasada. Os dois partidos que têm capacidade de tocar o Brasil para frente são esses dois, o PSDB e o PT. Mas tenho a sensação às vezes que o atraso está ganhando. Dá a sensação de que em vez do PT e do governo estarem liderando o processo, eles estão sendo puxados pelos fatos que vão acontecendo, que são fatos do passado, clientelismo, corrupção, uma visão arcaica. Não tudo, é claro, não quero ser exagerado na crítica, mas tenho essa sensação. Isso eu acho que vai mal, essa relação do Executivo com o Legislativo, a coisa da corrupção e a falta de governo, no sentido de eficiência de governo. A economia vai bem, a área social está avançando, mas falta isso. Falta um cimento, falta uma política que dê coesão ao País. Falam que as pessoas não se interessam mais por política porque vivem bem, estão felizes...

IG: Mas a vida dos brasileiros não melhorou mesmo?

FHC: Mais ou menos, porque tem áreas muito ruins, né? De qualquer maneira, não é aí que o calo aperta... É como se o País tivesse virado um grande mercado. E é até uma coisa paradoxal, o presidente Lula, que vem do outro lado, é hoje o arauto do mercado. O mercado é necessário, é importante, mas não pode ser tudo. Não pode ser só mercado e nem só o mercado dar o ritmo da vida.

IG: Como o senhor enfrentaria o problema da energia hoje? O Brasil tem de fato de escolher entre plantar para produzir energia e plantar para produzir alimento? Corremos o risco de um novo apagão?

FHC: O risco de um novo apagão existe porque o investimento na hidroeletricidade está baixo. Este ano as chuvas vieram, salvaram a situação. Mas não acho que a crise dos alimentos seja por causa da questão do etanol. Ao contrário, eu acho que isso é um avanço. O fato de nós termos agora carros flex (movidos a álcool e gasolina) é um avanço. E não é verdadeiro que a cana esteja expulsando a produção de alimentos. Isso pode estar acontecendo nos Estados Unidos, por causa do milho. O milho, sim, aí pode haver problema, o aumento do preço da soja e não sei o quê. Mas o aumento do preço dos alimentos não deriva dos combustíveis, deriva da situação da China e da Índia, que aumentaram muito a demanda, e também de uma riqueza do mundo que aumentou. Digamos que esta é uma questão equivocada. É de má fé dizer que foi por causa da cana que está havendo o agravamento da situação alimentar, isso não é verdadeiro.

IG: Do que o senhor mais se orgulha de ter feito nos seus oito anos de governo e do que o senhor mais se arrepende?

FHC: Acho que orgulho é uma expressão muito forte, mas o que eu acho que nós conseguimos fazer? Primeiro, a democracia. Para mim isso é importante. Não persegui ninguém, não botei ninguém na cadeia, não fiz chantagem, nada disso. E também com a oposição fiz uma transição absolutamente democrática, pensando no Brasil. Segundo, sem dúvida alguma, a estabilidade da economia. Isso foi garantido com muito sacrifício. Foi muito difícil, levou muito tempo. Estabilidade não é só o Plano Real. É também você colocar em ordem as finanças públicas. Como é que você põe ordem nos bancos, acaba com a dívida dos Estados? Enfim, é esse conjunto de coisas. Em terceiro, é que as mudanças nas áreas sociais, em dois setores, principalmente, naquilo que é universal, Educação e Saúde, foram um marco muito forte o meu governo. Pela primeira vez, todas as crianças foram para a escola, e melhorou também a qualificação do professorado. Mudamos as leis para poder fazer isso. O SUS não existia, existia só no papel. Na prática, foi montado no meu governo. Depois, as políticas sociais todas que deram origem ao que se chama hoje de Bolsa Família, mas que nasceram na Bolsa Escola, na Bolsa de Alimentação, na Bolsa Gás. Isso vem do tempo do Itamar (Itamar Franco, ex-presidente). Toda essa tecnologia nova de transferência de renda, com o cartão que dá acesso a dinheiro, que é dado à mulher, à mãe, quebrou o clientelismo...

IG: A dona de casa é quem recebe o dinheiro.

FHC: Quem recebe é ela.

IG: Mas quem faz as listas são as prefeituras.

FHC: Bom, esse é um problema difícil porque, como quem faz as listas são as prefeituras, o controle disso está sendo muito difícil, já era no meu tempo. Eu tinha certas dúvidas de juntar tudo num cartão só. Isso começou no meu governo, quando o novo governo assumiu já estava preparada na Caixa Econômica esta tecnologia para fazer a junção das bolsas. E eu tinha dúvidas, por quê? Porque, quando o Ministério da Educação dá Bolsa Escola, ele tem mais interesse em vigiar se as crianças estão mesmo assistindo às aulas; quando o Ministério da Saúde dá a Bolsa Maternidade, ele tem interesse em ver se a mulher está sendo bem atendida; quando a Previdência tira a criança do trabalho penoso, ela tem de fiscalizar para que não volte a ele. E, quando você junta tudo num só cartão, diminui o controle, fica mais burocrático. Essa junção das bolsas começou mesmo no meu governo, mas pessoalmente sempre tive dúvidas sobre isso porque acho que é um problema maior controlar se quem precisa está tendo de fato algum efeito na promoção social, se a criança está mesmo indo para a escola ou se a família está só recebendo dinheiro.

IG: E do que o senhor se arrepende?

FHC: Eu me arrependo de várias coisas. Eu acho que mandei reformas demais para o Congresso de uma vez só. A sociedade muda mais devagar do que eu gostaria. Comprei briga com todo mundo. Nós forçamos demais a marcha das reformas. Eu também poderia ter tentado a mudança no sistema de câmbio antes, quando eu deixei para fazer isso no começo do segundo mandato...

IG: Não foi por causa da reeleição?

FHC: A eleição foi em outubro de 1998, mas não foi por isso. Nós não fizemos porque tivemos medo da volta da inflação. Depois, ficou provado - engenharia de obra feita é mais fácil, né? – que a inflação não voltaria, como não voltou. A gente poderia ter feito a mudança cambial antes que não voltaria a inflação. De má fé, as pessoas, e inclusive o Delfim Netto repete sempre isso, disseram que era populismo cambial. É mentira, não foi para ganhar a eleição que adiamos a mudança.

IG: Ele e outros críticos disseram que essa crise cambial quebrou o País...

FHC: Isso é tudo lero-lero. Quem quebrou o País foi ele! Ele quebrou o Brasil em 1982, mas em 1999 não quebrou o País coisa nenhuma. O que acontece é que nós podíamos ter feito uma mudança antes.

IG: O senhor deve ter visto uma reportagem do “Financial Times”, publicada no último final de semana, em que o diário financeiro britânico faz a seguinte avaliação: “Lula deve deixar o cargo em 2010 proclamado como o presidente do grau de investimento, uma reputação bem melhor do que a do seu predecessor que, devido aos problemas enfrentados no setor de energia, saiu da Presidência taxado de presidente do apagão”. O que o senhor gostaria de responder ao jornal?

FHC: Que ele está mal-informado! Não era isso que ele dizia na época do meu governo. Esta coisa do apagão não ficou como uma marca pessoal minha. É uma situação real do Brasil, e que não está resolvida até hoje. Nós escapamos do apagão há pouco tempo porque choveu. A questão do apagão ali não foi falta de investimento em eletricidade. Em média, nós investimos por ano muito mais do que o governo atual. Fizemos a conexão com a Venezuela, com a Argentina, com a Bolívia, na questão do gás. Ali o que houve foi falta de planejamento no manejo das águas. E por que houve isso? O ministro das Minas e Energia, que era do PFL, na verdade, achava, e talvez até com razão, que daria para atravessar o período de estiagem e não haveria apagão, e não houve apagão. Mas nós resolvemos fazer um racionamento rigoroso. Nós nos assustamos, nós mesmos dissemos ao País: “Ah! Tem que fazer racionamento e tal”. E não era essa a posição do Ministério até que mudou o ministro. O novo ministro não sabia como estava a situação, e nem eu... Portanto, o governo tem responsabilidade, eu não sabia o grau de gravidade da situação. Como é que podia não saber que havia um problema de água? Talvez nós pudéssemos não ter assustado tanto a população. Mas, enfim, isso não inibe o problema. O Brasil tem um problema de energia que não está resolvido.

IG: Como principal referência do PSDB, como o senhor está vendo a guerra entre tucanos que apóiam o Alckmin (Geraldo Alckmin, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo) e aqueles que defendem a aliança com o Kassab (Gilberto Kassab, prefeito e pré-candidato à reeleição)? O que o senhor considera o melhor para o seu partido? Por trás dessa disputa municipal já está em jogo a sucessão de 2010? O senhor tem algum palpite sobre quem será eleito presidente?

FHC: Em todos os partidos, sobretudo os partidos maiores, que têm mais chances de ganhar, quando se aproxima uma eleição, as opiniões se dividem, isso é normal. A opinião majoritária tem que prevalecer e todo mundo vai ter que ficar junto. Fiz uma análise algum tempo atrás: se a política fosse racional, era melhor preservar o Geraldo Alckmin para ser candidato ao governo de São Paulo. Entretanto, ele não gostou da minha observação. Ele quer ser candidato já e ele tem condições de ser. Eu achava melhor preservá-lo porque nós tínhamos condições de reeleger o prefeito atual agora e manter o governo do Estado em 2010, mas a política não é racional. Agora a gente tem que buscar um entendimento para evitar que haja uma guerra entre aliados. Não é fácil, mas vou me empenhar nisso. Vou seguir o meu partido.

IG: Quer dizer que agora o senhor apóia o Alckmin?

FHC: Eu apóio. Se a convenção votar por ele, vou apoiar o Alckmin, mas vou fazer de tudo para preservar a aliança. O Kassab é um bom prefeito, não é nosso inimigo, e a Prefeitura do Kassab é tucana também, então é uma situação difícil.

IG: E como é que fica o discurso do PSDB com candidato próprio?

FHC: Fica difícil, muito difícil... Por isso que eu queria outra solução. Agora, quanto ao palpite para a sucessão presidencial que você está me pedindo, acho o seguinte: não se pode nunca minimizar a força do governo, sobretudo quando o presidente está com popularidade e quando tem um partido que é aguerrido. Eu não minimizo essa força. Acho, entretanto, que daqui até o término do mandato muita coisa vai acontecer ainda. Não sei se para o bem ou para o mal, depende de como se levar as coisas. Na oposição, hoje, quando você olha as pesquisas, o PSDB tem um nome consolidado, que é o nome do Serra (José Serra, governador de São Paulo), e tem um nome promissor, que é o nome do Aécio (Aécio Neves, governador de Minas Gerais). Assim como eu disse sobre a questão da Prefeitura, a análise vale para a Presidência também. A partir de um certo momento, um dos dois, aquele que tiver mais chances, vai ter o meu apoio, e vou fazer tudo para que seja apoiado pelo outro. Porque, se não, não é partido. Nós temos chances de ganhar. Por quê? Porque nós temos influência nos dois grandes eleitorados do Brasil, São Paulo e Minas. Havendo uma boa postura e coesão interna nós ganharemos com qualquer um dos dois. Neste momento, está à frente o Serra. Ele tem por volta de 40% nas pesquisas e o Aécio tem cerca de 10%. Mas isso pode mudar. Os dois são do PSDB, os dois são bons governadores, o Aécio também é um bom governador. Vamos ver o que vai acontecer mais perto de 2010. Temos que criar um clima em que um apóie o outro, qualquer que seja. Você não pode dizer, “só vou apoiar se for o Serra”. Os dois são bons, eu vou com qualquer um dos dois.

IG: Analistas políticos têm insistido ultimamente em apontar a falta de unidade, de bandeiras, de projetos, de iniciativa da oposição. Com este vazio, muitos setores da mídia acabam assumindo este papel, que seria dos partidos de oposição, como o presidente Nicolas Sarkozy denunciou outro dia que estaria acontecendo na França. O que o senhor pensa disso?

FHC: Eu penso que é verdadeiro. A mídia no Brasil muitas vezes assume o papel dos partidos, fala pela sociedade. Não é que não exista quem fale. Mas, como o Congresso Nacional tem voz baixa no momento, a oposição fala, mas não é ouvida, e a oposição só vai ser ouvida quando ela definir os seus candidatos. Aí é que os candidatos vão ter que falar pela oposição. Porque numa democracia a palavra política que vale é de quem tem voto. Como tenho muita consciência do meu papel, falo como uma pessoa independente e sou ouvido nos círculos de opinião, mas não pelo povo. O povo só vai ouvir quem for candidato. Se eu quisesse ser ouvido pelo povo, eu tinha que ser candidato. Quando eu digo que não serei candidato, eu sei que não vou ser ouvido, mas aqueles que decidem que vão ser candidatos, esses têm obrigação de marcar posição.

IG: Qual seria a bandeira principal hoje de um candidato da oposição?

FHC: Vote em mim porque eu vou fazer o Brasil avançar mais. Não é dizer que não avançou. É dizer que eu vou fazer o Brasil avançar mais. O meu partido iniciou tudo isso, não é contra, mas eu vou poder avançar mais. Tenho mais competência técnica, tenho estilo, não estou marcado pela corrupção e vou fazer o Brasil avançar mais. Acho o seguinte: você tem que mostrar que o Brasil tem muita potencialidade econômica e vai avançar independentemente do governo. Os motores já estão em marcha. Agora o problema é que o candidato de oposição tem que dar segurança ao eleitor de que não vai perder o que já tem. Esse mundo é muito dinâmico, mas ele é muito inseguro para o povo, quer dizer, o povo não vai votar num candidato em que não veja garantias do tipo “olha, eu não vou piorar a sua vida, vou manter e melhorar”. Ambos têm credencial para dizer isso. O Serra teve papel muito importante como ministro da Saúde. Ele pode dizer “eu fiz o genérico, eu fiz o programa de combate à aids, eu fiz o SUS”. Tem que dizer que vai lutar pelo povo.

IG: E o Aécio tem o que para oferecer?

FHC: Ora, o Aécio é um grande governador de Minas, ele tem um apoio imenso em seu Estado.

IG: E qual seria a bandeira dele?

FHC: A dele seria a da eficiência da gestão e a simpatia. Cada um tem seu estilo, mas nós temos cartas para jogar.

IG: Nas minhas muitas viagens pelo Brasil, tenho sentido um abismo entre o permanente clima de fim de mundo encontrado entre políticos e jornalistas em Brasília, às voltas sempre com crises e CPIs, e o clima de alto astral que predomina em quase todos os setores da sociedade fora dos gabinetes do poder. Como sociólogo e estudioso do Brasil, como o senhor analisa esse descolamento entre o Brasil oficial e o Brasil real que a gente vê por aí?

FHC: Esse descolamento é antigo e aumentou, e aumentou por quê? Porque a política se desgarrou da vida cotidiana do povo. Desgarrou, quer dizer, ela passou a ser uma conversa fechada entre políticos e jornalistas. É um mundo fechado e, mais ainda, visto pelo povo é um mundo de privilégio e de impunidade. Portanto, é um mundo que não tem credibilidade. Não é que a vida esteja boa para todo mundo, não está. Tem muitos problemas. É só você entrar na classe média para ver como ela está apertada. Vai ver a questão do emprego, que muitas vezes não existe, vai ver a escola, vai ver a saúde, tem muita reclamação, mas não está piorando. O que está piorando? A crença nas instituições.

IG: O senhor sente que, apesar de tudo isso, aumentou a auto-estima do brasileiro?

FHC: Eu acho que o brasileiro sempre teve boa auto-estima. As pesquisas mostram isso. O povo sempre acreditou no Brasil, mais do que os políticos e os jornalistas. Eu tinha essa mesma sensação no meu governo. O lado negativo era muito mais a fofoca da política, que fica uma coisa cansativa, repetitiva. Vou lhe dizer uma coisa: eu não tenho mais paciência para ler o que se chama editoria política dos jornais. Não tenho, porque é muita intriga, é jogar um contra o outro. Você sabe que é intriga. Vejo que dizem a meu respeito, sobre o que eu penso, o que eu falo... Isso não corresponde ao que eu penso, ao que eu falo, muitas vezes. O jornalista não é ele que faz a intriga, não. É outro que fala para ele. O sujeito vem aqui falar comigo e sai daqui contando para os jornalistas que eu disse não-sei-o-que, que eu penso isso ou aquilo, tira do contexto. Eu tenho por hábito o seguinte: fulano falou mal de mim, eu digo “ah, é? Está bem”. Não vou me preocupar, porque se você começar a se preocupar com isso... Olha, não há uma entrevista que eu dê, com pouquíssimas exceções como a sua, que não me forcem a falar mal para pinçar uma frase contra o Lula. Aí eles vão ao Lula e fazem a mesma coisa comigo. Uma pessoa que assiste à televisão, o que ela vê hoje? Ela vê esporte, crime, violência, bandalheira, corrupção, e o presidente Lula falando. Não tem mais nada.

IG: É uma obsessão por assuntos que vão se repetindo...

FHC: É o dia inteiro, todo dia a mesma pauta. É como fazer pesquisa de opinião pública e não ouvir o outro lado, só tem o nome do presidente Lula. Na televisão, ou está tudo ruim ou é o Lula falando, naturalmente falando bem dele e do governo. É assim que o povo se informa na televisão. O jornal é mais aberto, tem alguns colunistas excelentes. Não vou nominar, mas são quatro ou cinco de primeira grandeza. Agora, a reportagem, o dia-a-dia da política, é só fofoca!

IG: Fofoca e desgraça...

FHC: É, daqui e de fora. Agora mesmo tivemos esse terremoto na China, aquele tarado lá da Áustria, o tarado de São Paulo, é desesperador! E fica, fica, repete, repete, repete. Depois você vai querer que o povo se interesse por outros assuntos, não vai se interessar. Fica apático.

IG: Se o senhor se encontrasse hoje com o presidente Lula, o que gostaria de dizer a ele sobre esse episódio do vazamento de dados das despesas do seu governo? Como imagina que essa CPI dos cartões corporativos vai acabar? O que o senhor gostaria de dizer ao presidente Lula?

FHC: “Será que você não está vendo o que está acontecendo? Você acha que tem cabimento nós chegarmos a esse grau de mesquinharia, dadas às relações que nós sempre tivemos, que sempre foram boas?” Agora, fora isso, eu ia dizer a ele o que eu tenho escrito até: “Ô, Lula, você não acha que chegou o momento de pensar maior? O Brasil está indo para um outro patamar e a política está indo para o buraco. Não dá para a gente pensar grande? Não dá para haver um debate? Não é para falar do seu governo. É um debate nacional sobre temas significativos. Por exemplo, o que nós vamos fazer com a riqueza petrolífera que está aí? Como é que nós vamos olhar para o futuro?” Eu estou disposto a entrar neste debate. Este seria um grande debate nacional, sim.

IG: O senhor acha que um dia será possível fazer em São Paulo a aliança que PSDB e PT estão construindo com Aécio Neves e Fernando Pimentel (prefeito de Belo Horizonte) em Minas? Por que em Minas é possível e, em São Paulo, é tão difícil ou impossível?

FHC: Talvez porque PSDB e PT sejam muito fortes em São Paulo. Eu digo isso já há alguns anos: a disputa entre PSDB e PT não é ideológica. Pode ter sido no passado, existem algumas questões, por exemplo, a visão de funcionamento do Estado, da democracia, no PSDB é diferente do que no PT. O PT é mais corporativista, mais aparelhador. Mas não é essa a briga principal nossa. É uma briga de poder apenas, saber quem é que vai mandar. Eles não passaram o tempo todo me acusando de neoliberal para depois fazer exatamente a mesma política que eu estava fazendo que não era neoliberal, nem a minha e nem a do Lula? Fizemos o que é possível no mundo de hoje em termos de compatibilizar o mercado com o interesse social. Mas não passaram o tempo todo só discutindo isso, fingindo que tinham um argumento ideológico? Queriam apenas ganhar a eleição e isso é natural, a política é assim. Então, aqui em São Paulo é difícil. Quando nós fizemos a transição, eu imaginei que, a partir de 2003, nós teríamos um diálogo maduro. Ao invés de ter um diálogo maduro, o Zé Dirceu (José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil) inventou a herança maldita da qual eles vivem até hoje - não da maldita, da boa. E o Lula nunca fez um gesto de diálogo, nunca. Definiram, a meu ver equivocadamente, o PSDB como adversário principal. Foram buscar apoio no que havia de mais podre na política brasileira, e deu no mensalão. E isso não é responsabilidade do PSDB, é do PT. Nós fizemos um caminho que não era de afastamento.

IG: E esse caminho tem volta?

FHC: Hoje é mais difícil porque as marcas vão ficando, você perde a confiança. Fizeram um dossiê contra a eleição do Serra, um dossiê de cartão corporativo agora. Vamos ver no que vai dar isso. Acho que não vai dar em nada. A minha tese é muito simples: não há gasto secreto nenhum, nunca pensei em gasto secreto, é uma invenção. O que precisa é ter um controle maior dos gastos, criar novos instrumentos. Duas coisas que estão erradas: a difusão dos cartões - me disseram, e eu não sei se é verdade, precisa verificar, que nós tínhamos cento e poucos e agora já são mais de 11 mil - e poder tirar dinheiro à vista. Deveria ser o oposto para deixar registrado o gasto. Esses são os dois erros fundamentais.

IG: Mas a CPI fica nesta história de que um gastou tanto nisso, o outro gastou xis naquilo...

FHC: É ridículo! É ridículo! E tem outra coisa: aparece lá, como se fosse gasto pessoal meu ou da Ruth o que é gasto dos palácios. Aluguel de carro. Uma que ela nem sabe que o carro é alugado, ela tem um carro da primeira-dama. Alugaram o carro da segurança sei lá de quem para estar viajando. Aí vem lá: 180 garrafas de champanhe nacional, sabe o que é isso? Despesa do dia 28 de dezembro de 1998. Claro, porque no dia primeiro de janeiro de 1999 teve uma recepção no Palácio por causa da posse. Gasto pessoal de FHC? Isso é ridículo... Nós estamos apequenando a política brasileira. Isso que eu diria ao Lula: “Não é possível, você não vê a que ponto chegamos?”

Fonte: Portal IG

Criação de nova CPMF deve ser decidida segunda-feira

{ Posted on 19:59 by Edmar Lyra Filho }
O governo vai decidir na segunda-feira, durante reunião da coordenação política, uma forma de aumentar a arrecadação para investir na área da saúde, segundo informou o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, à Agência Brasil.

O objetivo é compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a provável aprovação da Emenda à Constituição nº 29, que obriga o governo a investir R$ 20 bilhões em saúde até 2010. O texto já foi aprovado no Senado e deve entrar na pauta da Câmara após o feriado de Corpus Christi, na próxima quinta-feira (22).

“Não tem nada definido, o que estamos fazendo é um levantamento, uma avaliação. Vamos bater o martelo na reunião de segunda”, disse Múcio.

O ministro confirmou que o governo estuda criar um novo imposto sobre movimentações financeiras, com alíquota de 0,08%, e elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) cobrado da indústria do cigarro.

A providência para aumentar a arrecadação começou a tomar forma na quarta-feira (14), quando a bancada do PMDB comunicou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que vai votar a favor da Emenda 29, pois seria inviável rejeitar um texto aprovado pelo Senado.

No dia seguinte, Múcio e Mantega reuniram-se com o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Chegaram à conclusão de que, aprovada a Emenda 29, o governo não terá como cumprir as obrigações na área de saúde sem uma nova fonte de receita.

Fonte: Blog de Jamildo

Mendonça quer pré-candidatos engajados na Educação

{ Posted on 11:48 by Edmar Lyra Filho }

Juntar forças no sentido de aplicar um novo modelo de gestão à educação pública. Foi esse o apelo do pré-candidato do Democratas à Prefeitura do Recife, Mendonça Filho (foto), durante o encontro que reuniu demais pré-candidatos a prefeito e vereador, na manhã de hoje, no Recife.

Mendonça apresentou à platéia um diagnóstico da situação da educação nos níveis federal, estadual e municipal, seguido da experiência exitosa das Escolas em Tempo Integral, implantadas nos Governos de Jarbas e Mendonça.

"De longe, o maior problema que a educação enfrenta no Brasil é a falta de um modelo eficiente de gestão, onde existam controle, prazos e metas", frisou. Apontando a Escola Integral como o caminho para uma educação de qualidade no Recife, Mendonça apresentou resultados positivos dos Centros Experimentais de Ensino.

"No Enem de 2006, por exemplo, a nota média nacional ficou em 44,15, enquanto nosso Centro Experimental do Ginásio Pernambucano obteve 51,57. Em 2007, quando a média nacional aumentou para 51,44, obtivemos 61,95", disse Mendonça.

Segundo Mendonça, embora o desempenho da educação pública em Pernambuco ainda apresente desempenho desanimador, a experiência e o resultado dos Centros de Ensino Experimental comprovam que "encontramos a solução" para a educação de qualidade. "Adotamos uma nova política de gestão, além de uma didática diferenciada para os alunos, e os resultados são excelentes e que são referência no País", completou.

Fonte: Democratas Pernambuco

Uma entrevista com o Senador José Agripino Maia(DEM-RN)

{ Posted on 18:15 by Edmar Lyra Filho }

Um panfleto de esquerda, financiado pelo lulismo, estampou há dias, na capa, a foto do senador José Agripino Maia (RN), líder dos Democratas, como um "filhote da ditadura". O método para fazer "reportagem" — e ponham aspas aí — seguiu o rigor que os esquerdopatas querem ver no que chamam "imprensa burguesa" ou "mídia": para fazer o perfil do senador, o escriba só falou com os seus inimigos. Vocês sabem: os valentes acham o jornalismo burguês muito parcial... Financiados pelas estatais e pelo leite de pata do oficialismo, eles querem nos ensinar o que é independência. Lixo! E a capa, vejam só, estava na banca antes de quarta-feira passada, 7 de maio, quando a ministra Dilma Rousseff falou à Comissão de Infra-Estrutura do Senado.

Já se assistia, portanto, com financiamento público, ao trabalho para queimar uma das vozes mais ativas da oposição. Seu principal crime é opor-se ao lulismo. O esforço, justiça seja feita, não se restringe à imprensa esquerdista. Mesmo naquela dita "burguesa", os jornalistas afinados com a esquerda referem-se aos representantes dos Democratas como "os demos". Está em curso, literalmente, um esforço de demonização dos adversários do PT, tratados, como na tal reportagem, como "filhotes" ou "herdeiros" da ditadura.

Dilma Rousseff soube explorar, desnecessário dizer de novo, a pergunta mal formulada pelo senador Agripino. E tentaram lhe conferir a condição de heroína — aquela que não fala a verdade nem sob tortura — para proteger, disse com emoção, a vida de seus "companheiros". Embora seus "companheiros" também matassem pessoas, assaltassem, praticassem atos terroristas. Num estado democrático e de direito, é certo, não poderiam jamais ser torturados. A tortura é coisa das ditaduras — inclusive das comunistas, como a que Dilma queria implantar no Brasil. Como a cubana, que o governo que ela integra defende.

Claro, com tortura não se brinca. Nem com democracia. Na quarta, a ministra disse que não havia dossiê. Na quinta, conhecemos uma pessoa envolvida com o vazamento do... dossiê!!! Portanto, é mentira que ele não existe. Uma mentira contada num regime democrático e de direito. E o papelório, diga-se, foi feito CONTRA esse regime, dado que mobilizou funcionários públicos para constranger a oposição.

Já escrevi vários posts a respeito. Alguns dos diletos "filhos da ditadura" — daquela instaurada em 1964 — estão hoje com o lulismo. A carreira de Agripino foi feita na democracia. Segue, abaixo, uma entrevista com ele. Assim como o governo mobilizou funcionários do estado para produzir um dossiê criminoso, o subjornalismo financiado com o nosso dinheiro se encarrega de fazer o serviço sujo. É nada mais nada menos do que a feitura de dossiê, mas por outros meios. Vamos à entrevista:

Blog – O sr. é defensor da tortura, senador Agripino Maia? Lendo alguns comentários, fiquei com a impressão que o sr. auxiliava o delegado Sérgio Paranhos Fleury em interrogatórios. É isso mesmo?
José Agripino Maia - Quem é defensor da tortura não vai buscar entre ex-presos, ex-perseguidos políticos ou ex-exilados, figuras para ser seus principais auxiliares, como fiz quando fui, por duas vezes, governador do meu estado.

Blog – O sr. está tentando se justificar?
JAM – Não é isso. Mas, se eles, que foram vítimas do regime de exceção, vieram governar comigo, é porque, no mínimo, aprovavam a minha forma de fazer política. Agiram na plenitude de suas convicções. Nunca denunciei nem persegui ninguém por razões ideológicas ou divergências de pensamento.

Blog – Quem são "eles"?
JAM – O professor Hélio Vasconcelos, a doutora Mailde Ferreira e o doutor Josema Azevedo tinham sido presos políticos, e os doutores José Eufrânio e Leônidas Ferreira também tinham sido perseguidos pelo regime. Estiveram todos no meu governo.

Blog – Por que chamar tantos esquerdistas ou ex-esquerdistas para trabalhar com o sr.? Não havia gente competente com outra ideologia?
JAM – Justamente porque eram competentes. Também veio o professor Marcos Guerra, um exilado voluntário. Eles formaram o primeiro time da administração. Eram responsáveis pela educação, saúde e Gabinete Civil.

Blog - O que o sr. queria, afinal, com aquela pergunta à ministra Dilma? Provar que, se ela mentiu sob tortura, poderia estar mentindo ali também?
JAM – Claro que não! Eu queria a verdade apenas. Reconhecendo a perversidade de que ela foi vítima no regime de exceção — e apresentei claramente a minha solidariedade a sua Excelência —, manifestei minha preocupação com a volta ao passado.

Blog – Que volta ao passado? Tortura? Ditadura?
JAM – Não! A minha indagação era outra.

Blog – Qual era?
JAM – Queria saber se não é legítimo supor que o Estado, dispondo de informações privilegiadas, também estaria tentando constranger um ex-presidente e toda a oposição. Quem não se lembra do caso Francenildo? Aquilo traduziu o uso de poderes do Estado contra um cidadão modesto. A indignação nacional, no caso, foi tal, que levou à renúncia de um importante ministro [Antonio Palocci]. E o caso do dossiê? Se a minha pergunta constrangeu a ministra, não foi essa a minha intenção e, por isso lhe peço desculpas. Muito menos busquei brilho pessoal, como avaliou o presidente da Republica. Minha pergunta buscava apenas a verdade, que ainda busco, sem agredir ninguém, como é o meu estilo. Daí a minha afirmativa de que aquele era o momento certo de esclarecer tudo.

Blog – Mas, afinal, o que sr. queria saber?
JAM – O que todo mundo quer: "Quem mandou fazer o dossiê e com que objetivo?"

Blog - No dia 31 de março de 1964, o senhor tinha 19 anos e um mês. Em dezembro de 1968, quando foi decretado o AI-5, tinha 23 anos. Diga-me, senador: o sr. ajudou a dar o golpe de 1964? O senhor foi um dos signatários do AI-5?
JAM - Entre 1964 e 1968, anos de chumbo do regime militar, eu era estudante no Rio de Janeiro e me dedicava ao curso de engenharia...

Blog – Ah, o sr. estudava? Muito suspeito...
JAM - ... e buscava o que tantos brasileiros querem: uma profissão e um emprego por merecimento. Nada mais.

Blog - O sr. começou a sua carreira política em 1979, no fim da ditadura, como prefeito de Natal. Disputou a primeira eleição em 1982 e se elegeu governador do Rio Grande do Norte. O sr. se sente um representante da ditadura militar?
JAM - Fui prefeito nomeado de Natal, é verdade. Mas, quatro anos depois, pelo que pude realizar como prefeito, terminei candidato a governador e, disputando o pleito depois de vinte anos sem eleições, obtive perto de dois terços dos votos apurados. Isso me deu independência para ajudar a construir a redemocratização do país com a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral.

Blog – Quer dizer que o sr. não deu o golpe, não assinou o AI-5, não torturou ninguém, não apoiou a tortura e governou com ex-presos e ex-exilados políticos? E, parece, colaborou com a redemocratização.
JAM - Apoiei Tancredo, correligionário do meu adversário local, para permitir eleições diretas para presidente. Foi na minha casa, no Rio de Janeiro, que ocorreu a reunião, que coordenei, entre os governadores do Nordeste para sacramentar o fim do regime de exceção.

Blog - Senador, quando a ministra Dilma foi presa, em 1970, ela tinha 23 anos, e não 19, como disse. Infelizmente, ela foi torturada, o que é, de fato, um absurdo. Com tortura ou não, o fato é que, aos 23 anos, ela queria uma ditadura comunista no Brasil e recorreu às armas para isso. Ela disse que vocês estavam em lados opostos. O que o sr. queria, então, com 25 anos?
JAM – Se, na época, eu já estivesse na vida pública, seguramente estaríamos, de fato, em lados diferentes, pois, se ela recorria às armas para implantar um regime totalitário comunista, eu estaria, como anos à frente estive, lutando pacífica e democraticamente pelo regime de representação popular.

Blog - Alguma vez, em sua vida pública, o sr. defendeu leis de exceção e um estado ditatorial?
JAM - Nem defendi como governador nem nunca votei como senador nada que atentasse contra as liberdades ou direitos individuais. Pelo contrário: denuncio permanentemente atentados aos direitos humanos como os recentemente praticados, sob o silêncio do Estado brasileiro, pelo governo cubano.

Blog – Qual foi a sua atuação na Frente Liberal, que rachou o PDS, o partido do então governo, para fazer o acordo com Tancredo Neves?
JAM - Mais do que pioneiro na formação da Frente Liberal, fui talvez o primeiro dos governadores a anunciar publicamente apoio a Tancredo. Isso me custou, além do rompimento com tradicionais companheiros da política local, isolamento e retaliação por parte do governo federal.

Blog - Obrigado, senador. Espero que, num próximo governo, o sr. contrate menos esquerdistas.
JAM – Reinaldo, a minha preocupação sempre foi contratar gente competente. Sou pluralista, minhas convicções são democráticas.

Blog – O sr. não precisa dizer nada. Encerro assim a nossa entrevista: um dos grandes feitos da sua biografia, então, foi ter encontrado esquerdistas competentes.


Fonte: Democratas

Mendonça defende parceria com Igrejas para ampliar a rede de solidariedade social no Recife

{ Posted on 18:00 by Edmar Lyra Filho }

O pré-candidato a prefeito do Recife, Mendonça Filho, defendeu hoje, ao participar da festa do Dia das Mães promovida pela Igreja Ministério das Missões em Cristo Internacional, no Jordão Baixo, parceria entre a Prefeitura e as igrejas para ampliar o atendimento às populações mais carentes do Recife.

“As Igrejas, tanto Católicas, como Evangélicas fazem um belo trabalho nas periferias assistindo a mulheres, crianças, idosas e aos jovens”, afirmou Mendonça, destacando que tem compromisso de potencializar essa rede de solidariedade existente no Recife.

Mendonça tomou café-da-manhã com mulheres do Grupo de Mães Solteiras do Jordão, da Associação da Terceira Idade do bairro e do Grupo de Mães da Tia Edite, no Templo do Ministério das Missões em Cristo, que desenvolve diversos projetos sociais no Jordão Baixo. Na chegada, Mendonça assistiu apresentação de um grupo de capoeira, formado por jovens da comunidade, foi muito cumprimentado pelas mães do bairro e recebido pelo bispo da Igreja Emanoel, pelo pastor João Ricardo e pela pastora Cleide Camargo.

O bispo Emanoel destacou a importância de trabalhos sociais que ajudem as pessoas a se profissionalizarem e a se tornarem produtivas. “Deus quer que nós ensinemos as pessoas a pescar. Para isso temos de ensiná-las a fazer as coisas, a se profissionalizar”, afirmou o Bispo. Mendonça afirmou que seu compromisso é com um Recife Melhor e que para isso acontecer é preciso investir na geração de oportunidade de trabalho, na educação de qualidade e na profissionalização do povo, principalmente dos jovens.

Mendonça disse que a atuação das Igrejas como rede de solidariedade social nas comunidades pobres do Recife tem dupla importância: evangelizar levando a palavra de Deus com mensagens de paz, harmonia e amor, e resgatar pessoas que estão nos descaminhos da vida e vulneráveis a marginalidade, através de projetos sociais.

Fonte: Democratas Pernambuco

Homenagem ao Dia das Mães

{ Posted on 11:21 by Edmar Lyra Filho }

No dia em que Deus criou as mães (e já vinha virando dia e noite há seis dias), um anjo apareceu-lhe e disse:
- Por que esta criação está lhe deixando tão inquieto Senhor?
E o Senhor Deus respondeu-lhe:
- Você já leu as especificações desta encomenda? Ela tem que ser totalmente lavável, mas não pode ser de plástico. Deve ter 180 partes móveis e substituíveis, funcionar à base de café e sobras de comida. Ter um colo macio que sirva de travesseiro para as crianças. Um beijo que tenha o dom de curar qualquer coisa, desde um ferimento até as dores de uma paixão, e ainda ter seis pares de mãos.
O anjo balançou lentamente a cabeça e disse-lhe:
- Seis pares de mãos Senhor? - Parece impossível !?!
Mas o problema não é esse, falou o Senhor Deus - e os três pares de olhos que essa criatura tem que ter?
O anjo, num sobressalto, perguntou-lhe:
- E tem isso no modelo padrão?
O Senhor Deus assentiu:
- Um par de olhos para ver através de portas fechadas, para quando se perguntar o que as crianças estão fazendo lá dentro (embora ela já saiba); outro par na parte posterior da cabeça, para ver o que não deveria, mas precisa saber, e naturalmente os olhos normais, capazes de consolar uma criança em prantos, dizendo-lhe: - "Eu te compreendo e te amo! - sem dizer uma palavra.
E o anjo mais uma vez comenta-lhe:
- Senhor...já é hora de dormir. Amanhã é outro dia.
Mas o Senhor Deus explicou-lhe:
- Não posso, já está quase pronta. Já tenho um modelo que se cura sozinho quando adoece, que consegue alimentar uma família de seis pessoas com meio quilo de carne moída e consegue convencer uma criança de 9 anos a tomar banho...
O anjo rodeou vagarosamente o modelo e falou:
- É muito delicada Senhor!
Mas o Senhor Deus disse entusiasmado:
- Mas é muito resistente! Você não imagina o que esta pessoa pode fazer ou suportar!
O anjo, analisando melhor a criação, observa:
- Há um vazamento ali Senhor...
- Não é um simples vazamento, é uma lágrima! E esta serve para expressar alegrias, tristezas, dores, solidão, orgulho e outros sentimentos.
- Vós sois um gênio, Senhor! - disse o anjo entusiasmado com a criação.
- Mas, disse o Senhor, isso não fui eu que coloquei. Apareceu assim...


Feliz dia das Mães.
É o desejo de Edmar Lyra a todos os recifenses.

Em artigo, Krause critica a esquerda nostálgica

{ Posted on 15:10 by Edmar Lyra Filho }
Por Gustavo Krause

Dou um doce a quem imaginar como será o mundo em maio de 2068. Dou uma dúzia de doces a quem, usando o gênero da ficção científica, da fantasia literária, das profecias sociais, passe triscando pelo cenário real daquele futuro não tão distante.

Aliás, sempre desconfiei dos profetas, futurólogos, videntes. Em geral são charlatães do desconhecido e exploradores da ansiedade humana pelo conhecimento antecipado do que não lhe pertence: o futuro. Ademais, este tipo de gente não estará vivo, nem ele nem seus ouvintes, para pagar o preço do desmentido.

Certeza mesmo somente para dois fatos: todos os viventes de maio 1968 serão, como filosofava em Meditações o estóico Marco Aurélio, "Cinzas. E o nome não passará de mero ruído ou eco"; todos os sobreviventes estarão celebrando, estudando e avaliando o evento centenário que eclodiu na França e mudou o mundo.

Sobre a passagem dos 40 anos de maio de 1968, fui entrevistado pelo Jornalista Sérgio Montenegro do JC. Um registro por dever de justiça: o jovem repórter superou o trato superficial das matérias, exigência determinada pelo tempo e espaço na atividade jornalística. Tinha estudado - e bem - o assunto.

Foram duas horas de conversa, de reflexões sem, contudo, perder foco da entrevista cujo objetivo era avaliar os efeitos de maio de 68 sobre a política atual, em especial, sobre a clivagem político-ideológica esquerda x direita.

Embora não tenha sido uma revolução clássica, maio de 68 foi o movimento social mais importante do século XX.

Com a palavra, um dos símbolos do movimento estudantil francês, Daniel Cohn-Bendit: "O movimento de 1968 punha em questão o modo de vida: reclamava o direito ao prazer e atacava a sociedade do metro-boulot-dodo" (rotina dos franceses que se resumia ao metrô-trabalho-sono).

Rebeldes, libertários, contestadores, os jovens protagonistas de 68 deixavam isto claro nas suas palavras de ordem: "é proibido proibir", "o poder está nas ruas", "a imaginação está nas ruas", "seja razoável, peça o impossível", "desobedeça antes de escrever nos muros", "não acredite em ninguém com mais de 30 anos" e "faça amor e não faça a guerra", o dístico da contracultura hippie.
Por trás desta contestação, parecia estar um traço freudiano, segundo o qual "felicidade só existe ao preço de uma revolta", associado a um questionamento amplo e irrestrito a respeito de tudo que os rodeavam. Revolta e transgressão batiam de frente com as ordens estabelecidas, as verdades cristalizadas e o tradicionalismo instaurado.
Na época, havia eletricidade no ar e bastava uma centelha para provocar o curto-circuito destes fios desencapados. A rebelião estudantil de Nanterre foi a centelha. Dali vieram, como diz, hoje, Cohn-Bendit "sinais premonitórios da necessidade de reformas profundas".

Depois de maio de 68 o mundo não foi mesmo. Nenhuma forma de poder ficou livre de contestação: o poder dos pais sobre os filhos; dos homens sobre as mulheres; dos brancos sobre os negros; dos hetero sobre os homossexuais; das maiorias sobre as minorias; do homem sobre a natureza. A política convencional perdeu prestígio. As ideologias entraram em crise. Em contrapartida a agenda transversal, suprapartidária, humanitária ganhou espaço e passou a ocupar centralidade no debate mundial (feminismo, ecologismo, ecumenismo, igualitarismo entre os diferentes, etc...).

Em todos os recantos do Globo, havia o prenúncio de rupturas: desde a "ofensiva tet" dos vietcongues contra os americanos, passando pelo fim da "Primavera de Praga", pela multiplicação dos movimentos estudantis até os assassinatos dos líderes americanos Luther King e Bob Kennedy.

No Brasil, Zuenir Ventura, personagem, cronista e historiador, conta, com notável lucidez, a aventura de uma geração no livro "1968, o ano que não terminou", recentemente enriquecido com a publicação de "1968, o que fizemos de nós".

Porque estava além das ideologias dominantes e da definição clássica de direita e esquerda, o movimento dos jovens de 68 fez soar as trombetas que, em 1989, fizeram ruir o muro de Berlim; gestou a "terceira onda democrática" a partir da década de setenta; embaralhou os conceitos da política tradicional.

Como fica nos dias de hoje "direita" e "esquerda", tomando-se como ponto de partida 1968?

A direita triunfalista saúda a morte da esquerda, sepultada sob os escombros do socialismo real. É uma tese que reflete o ajuste de contas dialético frente a uma corrente do pensamento que esbanjou soberba no debate político ao longo dos séculos XIX e XX. Esta soberba repousava sobre a crença num modelo de sociedade que resultaria da inexorável marcha da história; propunha a utopia da sociedade igualitária, construída por uma classe eleita, o proletariado; nela seria recriado o novo homem, repleto de virtudes, entre elas, a pureza ética. Não rezar pela cartilha marxista era imperdoável heresia. No entanto, o ajuste de contas, é importante ressaltar, não é o mais nobre argumento para uma discussão saudável.

Noutro extremo, a esquerda nostálgica resiste à necessidade de atualização; permanece mais apegada a velhos fantasmas do que inclinadas a assumir novas bandeiras; romantizam o passado e seguem incapazes de compreender o mundo atual e vislumbrar o futuro.

Entre as posições extremadas, há os que reconhecem que estas categorias continuam habitando o imaginário, inspirando conteúdos programáticos e orientando a ação política. Entretanto, houve um evidente deslocamento tanto da direita quanto da esquerda em direção ao espectro político do centro. A pergunta pertinente é a seguinte: quais são os critérios de diferenciação?

Norberto Bobbio, no seu livro "Esquerda e Direita", tomou, como critérios de diferenciação dois ideais - liberdade e igualdade, e as duas ideologias dominantes - o liberalismo e o socialismo, ressalvando que "nenhum dos dois ideais pode ser realizado em suas extremas conseqüências sem alguma limitação às possibilidades de realização do outro".

Nesta linha de raciocínio, usa o critério da igualdade para distinguir esquerda e direita e o critério da liberdade para distinguir os extremos da esquerda e da direita. E propõe esquematicamente o seguinte espectro em que se situam as posições políticas:

"a) na extrema-esquerda estão os movimentos simultaneamente igualitários e autoritários, dos quais o jacobinismo é o exemplo histórico mais importante, a ponto de se ter tornado uma abstrata categoria aplicável, e efetivamente aplicada, a períodos e situações históricas diversas;

b) no centro-esquerda, doutrinas e movimentos simultaneamente igualitários e libertários, para os quais podemos empregar hoje a expressão "socialismo liberal", nela compreendendo todos os partidos social-democratas, em que pesem suas diferentes práxis políticas;

c) no centro-direita, doutrinas e movimentos simultaneamente libertários e inigualitários, entre os quais se inserem os partidos conservadores, que se distinguem das direitas reacionárias por sua fidelidade ao método democrático, mas que, com respeito ao ideal da igualdade, se prendem à igualdade diante da lei, que implica unicamente o dever por parte do juiz de aplicar imparcialmente as leis, e à liberdade idêntica, que caracteriza aquilo que chamei de igualitarismo mínimo;

d) na extrema-direita, doutrinas e movimentos antiliberais e antiigualitários, dos quais creio supérfluo indicar exemplos históricos bem conhecidos como o fascismo e o nazismo".
Pelo visto, Bobbio estava certo quando se definia como "um dualista impenitente".
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