Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina

PE-292 abandonada por Eduardo Campos.

{ Posted on 23:20 by Edmar Lyra Filho }


A rodovia que liga Sertânia a Afogados da Ingazeira está completamente abandonada pelo Governo de Pernambuco. Na verdade esse é o trecho mais crítico de todo o trajeto que liga a BR-232 no Cruzeiro do Nordeste até o município de Tabira no Sertão do Pajeú.

Como podemos observar, essa estrada não cabe mais qualquer ação baseada na operação tapa-buracos, infelizmente o atual governo deixou chegar numa situação tão precária que só fazendo uma estrada nova.

Para se ter um ideia, de Recife a Afogados da Ingazeira temos aproximadamente 400 km, até o Cruzeiro do Nordeste percorremos 300 km, de lá até Afogados temos mais 100 km. Na primeira parte da viagem, que corresponde a 3/4 dela, precisamos de 2 horas e meia, já na segunda onde utilizamos a rodovia estadual para chegar ao destino final precisamos de mais 2 horas e meia. Baseados no período da primeira parte da viagem, utilizaríamos 3 horas e 20 minutos a uma velocidade média de 120 km/h.

Digamos que utilizemos algo em torno de 4 horas para fazer o percurso de Recife a Afogados da Ingazeira, estaria de bom tamanho. Mas, por conta da falta de conservação, precisamos de 5 horas para realizar a viagem. Dependendo do motorista, esse tempo pode ir a algo em torno de 6 horas ou mais.

Isso mostra o quanto o Governo de Pernambuco através de Eduardo Campos e do Secretário de Transportes Isaltino Nascimento se preocupa com as rodovias de Pernambuco.

A situação que é observada na PE-292 se repete por diversas estradas de Pernambuco. Por isso não é surpresa pra ninguém o desleixo do atual governo com a BR-232.

Nas plenárias de Eduardo Campos ele prometeu mundos e fundos para a população do Sertão do Pajeú, mas até agora sequer apresentou um projeto de reconstrução da PE-292 visando a melhora do tráfego de veículos na rodovia.

Alguns dizem que Eduardo Campos tem 4 anos pra fazer isso, mas será que o povo do Pajeú pode esperar esse tempo todo? Quantos não morrerão nessa estrada abandonada pelo poder público até que ela seja refeita?

O Governador está com o caixa cheio, pelo menos é o que ele diz, não custa nada refazer uma estrada numa região onde os 17 prefeitos são da base aliada dele e esta mesma região lhe reconduziu ao cargo na eleição passada com uma grande votação.

Tábua de salvação

{ Posted on 16:17 by Edmar Lyra Filho }
Por Sérgio Montenegro Filho, no blog http://polislivre.blogspot.com

O Brasil de hoje tem 28 partidos inscritos formalmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem falar nos outros que aguardam a apreciação do seu pedido de registro. De todos estes, seis ou sete podem ser realmente levados a sério. Os demais, ou são verdadeiros balcões de negócios ou não representam nenhum grupo ou setor da sociedade. São blocos do "eu sozinho".

A permissividade da atual legislação é a grande responsável por esse excesso que, ao contrário de ajudar, só atrapalha a construção de uma democracia séria no País. A regulamentação de uma nova lei dos partidos políticos é um dos itens mais urgentes e necessários na pauta de uma eventual reforma política. Digo eventual porque, por mais que seus defensores se esforcem, ainda não acredito que ela venha a se concretizar. Pelo menos não da forma como a sociedade deseja.

Mas independente de qualquer reforma que venha a ser votada no Legislativo, um outro tipo de mudança está sendo negociada, e se consolidada, terá um impacto razoável no cenário político. É a fusão do PSDB com o DEM. Os dois partidos governaram juntos o País por oito anos, e há oito anos dividem a oposição ao governo petista.

Essa condição de opositor enfraqueceu as duas legendas, mas machucou muito mais os demistas que os tucanos. Descendente de uma árvore genealógica totalmente adversa ao modelo de centro-esquerda adotado pelo PSDB, o DEM traz no sangue sinais genéticos da Arena, do PDS e do PFL, ainda que tenha deixado pelo caminho parte do conservadorismo dos ancestrais.

Historicamente falando, também não ajudou o fato de o DEM - ou seu antecessor PFL - ter se colocado como coadjuvante do poder. À exceção do ex-vice-presidente Aureliano Chaves, o partido nunca encabeçou uma chapa na disputa presidencial, optando pela vice do PSDB em 1994 e 1998. Em 2002, o PFL sequer esteve representado em alguma chapa. Simplesmente apoiou a dobradinha PSDB-PMDB.

Em 2006, o DEM reassumiu seu papel tradicional, na vice da chapa do tucano Geraldo Alckmin. Em paralelo foi, aos poucos, perdendo também o domínio político nos Estados.

Aquele PFL que na primeira eleição direta pós-golpe militar, em 1982, elegeu quase todos os governadores brasileiros - inclusive os dos nove Estados do Nordeste - em 2006 só conquistou o governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Aí veio o escândalo do mensalão, Arruda renunciou e o partido perdeu o único comando estadual que tinha.

Em 2010, num esboço de reação, o DEM elegeu dois governadores: Rosalba Ciarlini (RN) e Raimundo Colombo (SC). Mas hoje o catarinense está de malas afiveladas para cair fora. Isso sem falar na redução significativa das bancadas parlamentares na Câmara dos Deputados - que já foi a mais numerosa -, no Senado e nas assembleias estaduais.

Diante desse retrato cruel, mas realista, a proposta de fusão com o PSDB pode até não ser tão vantajosa para os tucanos. Mas com certeza seria o caminho da salvação para os ex-pefelistas.

Casamento do Século.

{ Posted on 16:16 by Edmar Lyra Filho }

Agradecimentos à Comunidade da UFPE

{ Posted on 13:41 by Edmar Lyra Filho }
Por Pierre Lucena

Ontem tivemos a eleição para Reitor da UFPE, e como muitos já sabem, fiquei em segundo lugar na disputa, com pouco mais de 5.500 votos (aproximadamente 30% no cálculo da paridade).

Queria agradecer toda a confiança depositada pela Comunidade Universitária nesta jornada. Foram meses de debates intensos na UFPE, e acredito que o Movimento Nova UFPE cumpriu seu papel com grande êxito, que era debater os problemas reais da Universidade.

Tenham certeza que não é fácil para um Professor de fora da estrutura de poder da Reitoria, sair candidato a Reitor e conseguir abrir o debate de forma tão aberta e franca, trazendo à tona relações arcaicas de poder que estão em vigor na UFPE há décadas. Para terem idéia da desproporção, não tive o apoio de nenhum dos 12 Diretores de Centro, tive o apoio de apenas um Chefe de Departamento (de 80) e de dois Coordenadores de Curso (de 160). Para quem está de frente, é um processo muito desgastante, com calúnias e boatarias sendo lançadas por estruturas de poder que defendem a permanência do status quo a todo custo.

Para termos uma ideia do jogo, tenho cópia de vários emails enviados por coordenadores de curso ou professores aos alunos, um dia antes da eleição, me chamando de irresponsável, privatista, aventureiro e por aí vai. São atitudes que jamais se esperariam dentro de um ambiente acadêmico. Esses fatos por si só não foram responsáveis pelo resultado final, mas denigre o espaço de discussão, tornando-o maniqueísta.

Mas tudo isso é muito menor do que a satisfação de levantar a poeira da UFPE, buscar e convencer as pessoas de forma independente, sem ter absolutamente nada a oferecer, a não ser o compromisso de mudança. Durante este tempo, muita gente espontaneamente se agregou à campanha, a grande maioria estudantes e técnicos, que viveram comigo esta batalha contra uma máquina gigantesca. Outro fato interessante, é que quando nossa candidatura cresceu, todos saíram da Reitoria para o debate e para a campanha, mostrando que nem tudo vem assim tão fácil.


Queria parabenizar os professores Amaro e Anísio pela vitória na eleição, e o Professor Gilson, que apesar de todas as adversidades, manteve firme sua candidatura, e se mostrou uma pessoa extremamente ética e decente durante toda esta campanha. Inclusive ontem mesmo fiz questão de ligar para o atual Reitor e o novo Reitor eleito para dizer da satisfação por este pleito, e para desejar sorte na administração afinal, antes de tudo, sou professor da casa, e quero melhorias no nosso ambiente de trabalho.

Agradeço ao Núcleo do Movimento, que se desdobrou para que pudéssemos fazer campanha em todos os lugares. Apesar de sermos um grupo com pouco mais de vinte pessoas, a garra com que lutaram foi essencial para esta votação expressiva, em tão pouco tempo de articulação. O envolvimento pessoal que todos tiveram comigo e com a candidatura foi emocionante. Para não esquecer ninguém, o agradecimento vai a todos em nome do Professor Heitor Scalambrini, que é o coordenador do Movimento, e ao meu vice, Professor José Roberto.

Deixo aqui os agradecimentos especiais aos alunos de Administração e do CCSA, que se envolveram muito na campanha. Foi emocionante ver o CCSA todo verde ontem no dia da eleição, além das declarações espontâneas pela rede. Também foi ótimo saber por muitos alunos de outros centros que votaram em mim porque tiveram referências positivas sobre meu trabalho à frente da Coordenação do Curso.

Não poderia deixar de agradecer aos técnicos da UFPE. Confesso que cheguei a me surpreender com a expressiva votação no segmento, em torno de 40%, apesar de toda a pressão exercida pelas chefias. São pessoas que estão muito comprometidas com a Instituição, e que nunca são ouvidas. Conheci muitos que se tornaram verdadeiros amigos, e que pude contar em todos os momentos.

Apesar da disputa desigual, conseguimos vitórias importantes, seja em segmentos, ou mesmo em todo o Centro, como no CCSA, Hospital das Clínicas, CIN, CFCH, Faculdade de Direito e NTI (cuja urna estava na Biblioteca).

Não se faz democracia sem oposição. Para a gestão, nada mais motivador do que a cobrança justa por melhorias no ambiente.

O Movimento Nova UFPE continua, pois hoje 30% da Universidade apostou nas nossas propostas, e querem uma oposição propositiva, que cobre tudo aquilo que foi prometido na campanha.

Não podemos nunca nos abater quando acreditamos nas nossas ideias e no nosso potencial.

A coragem de lutar pelo que acreditamos é o maior exemplo que podemos deixar a nossos alunos.

Um grande abraço a todos

Pierre Lucena

A BR-232 e a falácia socialista.

{ Posted on 20:13 by Edmar Lyra Filho }
Durante o feriado da Semana Santa aumentou o fluxo de veículos que saíram do Recife rumo a Gravatá, Caruaru e outras cidades adjacentes, por conta disso, a imprensa de Pernambuco realizou uma matéria sobre a falta de conservação da BR-232, obra duplicada no Governo Jarbas Vasconcelos/Mendonça Filho e entregue aos pernambucanos em 2002, símbolo do desenvolvimento econômico de Pernambuco.

A duplicação da BR-232 foi realizada com recursos provenientes da privatização da Celpe, iniciada pelo então Governador Miguel Arraes com a anuência do então Secretário da Fazenda e hoje Governador de Pernambuco Eduardo Campos. O que houve na privatização é que Eduardo Campos e Arraes quiseram a antecipação dos recursos e como o momento político que eles atravessavam era avassalador com uma crise sem precedentes instaurada em Pernambuco, eles não tiveram respaldo político para conseguir os recursos.

A prova foi tanta que em 1998 Jarbas Vasconcelos foi eleito Governador de Pernambuco no primeiro turno com uma grande diferença de votos contra Miguel Arraes que disputava a reeleição.

Entrando no mérito da gestão e da BR-232 em si, é fato que os recursos deveriam vir na União, mas se Jarbas Vasconcelos não tivesse a visão de futuro que ele tem, até hoje os pernambucanos estariam sentindo dificuldades para trafegar na estrada que liga a capital ao sertão.

A duplicação da BR-232 significou o avanço de Pernambuco, o desenvolvimento de todas as regiões do estado e mostrou que Jarbas Vasconcelos, mesmo enfrentando uma máquina ineficiente e com sérias dificuldades de gestão oriundas de um governo pífio que o antecedeu, teve capacidade de gestão e realização.

É inaceitável que o Governador Eduardo Campos faça da BR-232 motivo de picuinha com o Senador Jarbas Vasconcelos. A BR-232, assim como qualquer bem material, passa por depreciação, sobretudo diante do elevado fluxo de veículos de passeio e também dos veículos de transporte de cargas viabilizados graças ao desenvolvimento econômico proporcionado pelo Governo Jarbas Vasconcelos/Mendonça Filho.

Quando Eduardo Campos age com esse tipo de expediente, ele não atinge apenas Jarbas Vasconcelos e a oposição, ele está prejudicando milhares de pernambucanos que necessitam da estrada em perfeitas condições de uso.

Não bastou ser reeleito com uma grande votação depois de se apropriar de todos os avanços conquistados por Jarbas Vasconcelos, ele quer fazer como Stálin, líder da União Soviética, que apagava fotos e fatos que enalteciam adversários.

O povo pode até ter memória curta, mas a história comprova a relevância do Governo Jarbas Vasconcelos para Pernambuco, nem Eduardo Campos nem Lula, nem ninguém irão apagar este fato.

O que nós da oposição pedimos a Eduardo Campos é que ele desça do palanque e se preocupe em cuidar de Pernambuco, principalmente das estradas, assim como a BR-232, quase todas as rodovias de Pernambuco passam por total descuido e fatalmente acarretando acidentes e mortes de pernambucanos inocentes.

A falácia não pode imperar e se ocorrer isso, ela só dura enquanto a verdade não chega.

O DEM acabou. E é bom o PSDB se cuidar

{ Posted on 15:28 by Edmar Lyra Filho }
Por Reinaldo Azevedo

“É preferível ser o primeiro numa vila a ser segundo em Roma”.

Pois é… A frase costuma ser mais elegantemente pronunciada por quem dispõe dos meios de… ser o primeiro em Roma! Afinal, ninguém cuja ambição fosse ser o primeiro numa vila teria conseguido tornar o lema famoso. Como escreveu o Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) do poema “Tabacaria”, “0 mundo é para quem nasce para o conquistar/ E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.”

O DEM, na prática, acabou. Confirmada a decisão do governador Raimundo Colombo, de Santa Catarina, de migrar para o PSD, levando junto uma penca de prefeitos, sobrará pouco para a legenda que já quis um dia ser um partido liberal. Sua cidadela relevante é o governo do Rio Grande do Norte, de Rosalba Ciarlini, aliada do senador Agripino Maia (RN), que hoje preside a legenda.

Mas que diabo aconteceu ao partido? A explicação mais óbvia, fácil e errada é que foi engolido pelo lulo-petismo. Os nove anos da oposição teriam dilapidado seu patrimônio eleitoral, demonstrando que não havia como, de fato, opor-se etc e tal. Ser oposição não é mesmo fácil, mas o mal que acometeu o DEM foi outro. E deveria servir de advertência ao… PSDB!

O grupo que tomou conta da direção do partido achou que sua grande e mais difícil missão era derrotar aqueles que passaram a ser considerados os “inimigos internos”. Isso costuma ser conseguido sem grandes dificuldades quando se controla a máquina. O problema é o que fazer, depois, com a vitória. Tanto o grupo triunfante não reproduzia a vontade do partido que, eleito o novo comando, deu-se para valer a diáspora.

Faltou tudo! Moderação, bom senso, maturidade. A disputa pelo comando do partido contou, imprudentemente, com uma clara interferência externa. O comando do DEM decidiu antecipar para 2011 a disputa eleitoral de 2014 — a rigor, ela já estava presente na eleição de 2010. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) teve peso importante na derrota do grupo de Gilberto Kassab e Jorge Bornhausen, como é público e notório. Foi uma jogada obviamente errada: para o DEM e para o PSDB.


Vamos ver. Um caminho provável para a legenda é a fusão com o PSDB, o que é uma operação menos tranqüila do que parece. Um dos melhores senadores da República, Demóstenes Torres (GO), pertence hoje a um partido esfacelado. O próprio Agripino Maia (RN), que sempre teve uma atuação muito respeitável no Senado, cumprindo a tarefa que lhe delegou o eleitor — fazer oposição — terá de encontrar o seu lugar nesse novo cenário.

A fusão representaria um ganho para o PSDB? Pode ser que sim, pode ser que não. Se o grupo que hoje resta no DEM aderir às hostes tucanas para se comportar, por exemplo, como um bolsão de pressão em favor de uma das alas, o vírus que destruiu o DEM pode apenas migrar de hospedeiro.

A imprudência e as ambições acima das sandálias destruíram o DEM. É bom o PSDB se cuidar.

É fácil ser o primeiro numa vila. Mas é extremamente difícil ser o segundo o Roma. Imaginem, então, ser o primeiro… Não basta querer.

Coluna Gazeta Nossa primeira quinzena de maio.

{ Posted on 13:35 by Edmar Lyra Filho }
Pernambuco perdeu José Mendonça.

José Mendonça Bezerra nasceu em 18 de janeiro de 1936 em Belo Jardim, filho de João Bezerra Filho e Tereza Bezerra de Mendonça. De origem humilde, Mendonção como era conhecido, precisou trabalhar cedo para custear seus estudos e aos 27 anos formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife. Começou a vida pública como Deputado Estadual em 1966 e exerceu o cargo por três mandatos. Em 1979 foi eleito Deputado Federal, cargo que ocupou por ininterruptos oito mandatos. Em 1994 realizou uma grande façanha quando conseguiu ser eleito Deputado Federal juntamente com seu filho Mendonça Filho. Mendonção foi o idealizador da União por Pernambuco numa parceria entre o seu PFL e o PMDB de Jarbas Vasconcelos, então adversários históricos. No ano de 1994, Jarbas ainda Prefeito do Recife não quis disputar o Governo e a União por Pernambuco lançou Gustavo Krause contra Miguel Arraes que foi vitorioso. A mesma aliança elegeu Roberto Magalhães Prefeito do Recife em 1996 que foi o sucessor de Jarbas Vasconcelos. Em 1998, Jarbas Vasconcelos decidiu disputar o Governo de Pernambuco contra Miguel Arraes que tentava a reeleição e foi eleito Governador de Pernambuco tendo como seu vice Mendonça Filho. Na mesma eleição José Jorge conseguiu ser eleito Senador na esteira da força de Jarbas Vasconcelos. Em 2002 a mesma aliança reelegeu Jarbas Vasconcelos e elegeu Marco Maciel e Sérgio Guerra para o Senado. Em março de 2006 Mendonção realizou um dos seus maiores sonhos, viu seu filho Mendoncinha ser Governador de Pernambuco quando Jarbas se desincompatibilizou do cargo para disputar o Senado. Mas não conseguiu ver seu filho ser reeleito Governador contra Eduardo Campos. Em 2010 Mendonção realizou mais uma proeza, conseguiu eleger Mendonça Filho e Augusto Coutinho para a Câmara Federal. Na esfera futebolística, Mendonção era um fervoroso torcedor do Santa Cruz, foi Presidente do clube entre 2001 e 2002. Na sua passagem pelo tricolor disputou a primeira divisão e quase que seu time ficaria na primeira divisão, sendo rebaixado na última partida. Ele conquistou bons patrocinadores para o Santa Cruz, assim como atraiu investimentos para Pernambuco, em especial a região do Agreste e principalmente sua terra natal Belo Jardim. Sua atuação na Câmara dos Deputados sempre foi muito discreta, ele não era afeito a aparições midiáticas, mas, sem dúvidas, teve papel fundamental no desenvolvimento de Pernambuco quando foi um dos mais atuantes Deputados Federais de Pernambuco. Era um político querido por todas as forças, e sua principal característica era a fidelidade ao grupo pelo qual militou politicamente. Uma prova disso foi que em 1986 havia sido convidado por Miguel Arraes para disputar o Senado em sua chapa, mas por respeito ao seu grupo, declinou do convite. Seu último desejo não pôde ser realizado, queria terminar a vida pública como Prefeito de Belo Jardim. Mendonção deixa saudades não só para os seus familiares como também para todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com ele. Ele era uma figura humana ímpar, de tal simplicidade que nem parecia ter conquistado tanta coisa como conquistou. No domingo de páscoa Pernambuco perdeu um dos seus maiores defensores no Congresso Nacional.

Fernando Lyra - Recentemente, o ex-ministro da justiça Fernando Lyra decidiu abandonar a vida pública, uma grande perda para Pernambuco, se serve de consolo, ele confirmou que continuará nos bastidores. Ele sempre foi brilhante.

João da Costa - O Prefeito do Recife deu total demonstração de falta de interesse para com a cidade quando decidiu viajar para a Espanha no momento em que o Recife estava se acabando em chuvas.




Elias Gomes - Diferentemente do colega vizinho, o Prefeito de Jaboatão botou literalmente o pé na lama e foi conferir de perto os estragos ocorridos por conta das chuvas.




PSD - André de Paula assumiu a presidência do partido de Kassab em Pernambuco. O PSD nasce forte e sua criação lembra a do PSDB onde todos criticaram e terminou governando o Brasil por oito anos.




PSB - Diante do volume de adesões ao PSD, é difícil de imaginar que o novo partido venha a se fundir com o de Eduardo Campos. A tendência é que esta movimentação seja uma alternativa para José Serra disputar novamente a Presidência da República caso não tenha apoio do PSDB.




Troca-troca - A movimentação é grande dentro das Câmaras Municipais entre vereadores que não terão condições de conseguir a reeleição nos atuais partidos. Tem gente filiando a esposa para, caso não consiga mudar, não perder o espaço.




Acorda Recife - Um grupo de insatisfeitos com a atual gestão da Prefeitura do Recife se uniu no Facebook e criou um espaço recheado de críticas ao Prefeito João da Costa. O idealizador do grupo, o médico Carlos Bayma também realiza discussões sobre alternativas para resolver os problemas da cidade.


Financiamento Público - A melhor alternativa para consolidar a democracia brasileira é instaurar o financiamento público de campanha, isso visa aumentar as chances daqueles que têm poucos recursos de obter o mandato, aumentando assim a representatividade popular.

Suape necessita de controle ambiental.

{ Posted on 21:21 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Na apresentação de relatório sobre a Petroquímica Suape esta semana, o Governo do Estado revelou, de forma ufanista, que aquele complexo petroquímico será o maior pólo integrado de Poliester das Américas e da Europa. Pode não ser tanto assim, mas dá para desconfiar que pode vir a ser. Somando-se a isso, a Refinaria, ( em construção) e o Estaleiro, fora outros projetos, dá para perceber o quanto está crescendo em pujança econômica a área de Suape e adjacências.

Mas, se o crescimento econômico prospera, traz também problemas ambientais. E não se pode relegar ou deixar em segundo plano a discussão sobre o que todos eles vão provocar de danos à natureza em nosso estado.

Não se conhece até agora nenhum debate substancioso sobre o assunto. Os projetos enviados pelo Governo para a Assembléia autorizando desmatamentos poderiam ser um bom momento para provocar uma análise acurada. Mas estes são aprovados em regime de urgência, por conta da grande base governista na casa, e nada acontece além de alguns pronunciamentos pontuais.

Justiça se faça à bancada de oposição na gestão passada que, mesmo com tempo exíguo, conseguiu apoio dos ambientalistas e o Governo acabou aceitando reduzir em 30% o aterramento de 1 mil hectares de mangue em Suape, como previa o projeto inicial. O percentual foi o possível na negociação mas quem garante que não poderia ter sido maior se a discussão tivesse se estendido?

Normalmente, quando se desmata, o que menos se exige é que o Governo ou a iniciativa privada se encarreguem de compensar o meio-ambiente, plantando novas árvores ou providenciando a recuperação do eco-sistema, quando se trata de mangues.

As notícias, porém, não são animadoras. O Conselho Estadual de Meio-Ambiente revelou, em reunião recente,como registrou o Jornal do Commércio, que das 11 intervenções feitas sobre o meio-ambiente em Suape só uma fez a compensação devida: a Termopernambuco.

Ao todo os empreendimentos em Suape suprimiram até agora 365,36 hectares de vegetação nativa, mangue e restinga.

O pior é que não se pode sequer confiar que as áreas, cujo desmatamento obedeceram a todas as exigências dos órgãos ambientais, como o Ibama, estão sendo monitoradas. Dá para desconfiar que não. Esta semana, por exemplo, a imprensa denunciou que uma estrada estava
sendo aberta em meio à reserva de Mata Atlântica em Suape, sem que qualquer providência tivesse sido tomada. Foi preciso que os pescadores procurassem os jornalistas para por fim a tamanha ousadia e descaso.

Está faltando também um grande debate em Pernambuco sobre Suape e até que ponto vamos permitir que empresas e mais empresas ali se instalem, quando poderiam ser deslocadas para outros municípios. Cada dia se sabe pelos jornais que novas empresas estão
chegando lá sem qualquer explicação sobre os motivos que estão levando as autoridades a
empanturrar o local de empreendimentos.

Claro que Suape precisa continuar crescendo mas como Pernambuco tem um grande potencial turístico e o turismo hoje produz mais rendimentos do que indústrias, está no momento de saber que danos as praias de Porto de Galinhas, Muro Alto – só para citar as principais – podem vir a ter na medida em que a instalação de empresas em Suape fugir do controle. Sobretudo ambiental.

Em termos futuros, Porto de Galinhas, apontada seguidas vezes como a melhor praia do Brasil, pode representar em geração de emprego e renda muito mais do que muitas e muitas empresas que estão sendo ou virão a ser implantadas em Suape.

Seria o momento, quem sabe, de uma grande discussão sobre isso na Universidade com a participação dos ambientalistas e da sociedade em geral. O Partido Verde poderia ser um caminho mas, infelizmente, perdeu a neutralidade na medida em que se incorporou à base governista, deixando a oposição.

CURTAS

Torpedo

Francisco Rocha, o “Rochinha do PT”, requisitado à direção nacional sempre que o partido enfrenta dificuldades por aqui, anunciou à coluna Pinga Fogo que o PT não pode negar legenda a um prefeito candidato à reeleição, a não ser que ele enfrente problemas sérios, como os de natureza ética. Rochinha deixou a entender que João da Costa será o candidato a prefeito do Recife em 2012. Esta semana, no entanto, reunida em Recife, a direção estadual do PT informou que os candidatos de 2012 só serão escolhidos no momento oportuno. Uma freada em J. da Costa. Quem está com razão? Rochinha ou a seccional pernambucana?

Problemas

Apesar de ter sido lançado com pompa e circunstância, o PSD, de Kassab, não deve abrigar tantos políticos quanto se imagina. Motivo: ainda não se sabe se até a eleição de 2012 a agremiação vai conseguir cumprir todos os prazos legais para participar, sem atropelos,
da eleição municipal. Por isso, prefeitos e vereadores que disputarão as próximas eleições estão com as barbas de molho. Não é à-toa que o partido está atraindo mais deputados, vice- governadores ou pessoas que vão deixar o mandato em 2012, sem condições de concorrer,
como é o caso de Kassab.

Namoro

Desconfia-se de que o ex-governador Joaquim Francisco ajudou na atração do ex-deputado federal André de Paula para o Palácio do Campo das Princesas. Nunca é demais lembrar que André herdou na eleição passada bases tradicionais de Joaquim, como Macaparana. Lá ele fez dobradinha com o deputado estadual Maviael Cavalcanti, que é parente de Joaquim. Ninguém acredita, porém, que Maviael deixe o DEM pelo PSD, por conta de sua inquestionável postura oposicionista na Assembléia.

João Inundação abandona o Recife.

{ Posted on 20:07 by Edmar Lyra Filho }



O Prefeito João da Costa dá mostras de como não se deve agir na política, sobretudo quando se exerce o cargo de chefe do executivo municipal.

Não bastasse obter apenas 24% de ótimo e bom na última pesquisa Datafolha e ser considerado um dos piores Prefeitos do Brasil, João da Costa decidiu viajar para a Espanha com sua família e passar oito dias lá.

A viagem em si não é nenhum crime, mas quando ela é feita num momento apropriado.

Infelizmente o momento não era de João da Costa viajar sequer a Paraíba, imaginem a Espanha? O Recife se acaba em chuvas, transtornos cada vez maiores para os recifenses.

Não que a presença dele fosse totalmente necessária, mas o simbolismo da ausência dele corrobora a falta de rumo e de gestão que o Recife se encontra, e a sensação cada vez mais latente perante os recifenses é de que o Recife não tem Prefeito.

1.000 seguidores!

{ Posted on 02:11 by Edmar Lyra Filho }
Gostaria de compartilhar com vocês o fato de chegar a 1.000 seguidores no Twitter.

Mantenho meu perfil no Twitter desde julho de 2009, nele comento sobre Política, Economia, Chiclete com Banana, Turismo, Santa Cruz, e muitas outras coisas. Nele, aproveito para difundir nossos posts e nossas ideias.

Segundo o site http://www.tweetrank.com.br/, nosso perfil perde apenas para o do Deputado Sérgio Guerra entre os integrantes da oposição em Pernambuco, onde obtemos média 45,76. O Tweet Rank mede aspectos como influência, popularidade e assiduidade.


Fico satisfeito de chegar a esta meta sem utilizar programas que bombam o Twitter de seguidores. Apenas com informação e discussão sobre temas inerentes a nossa sociedade. Rumo aos 10.000 seguidores! Para seguir nosso Twitter basta acessar http://www.twitter.com/EdmarLyra.


Grato,


Edmar.

André de Paula é do PSD.

{ Posted on 01:07 by Edmar Lyra Filho }

O ex-deputado federal André de Paula tomou uma decisão surpreendente para muitos que o conhecem de perto como eu. Decidiu sair do DEM, partido que presidiu por 15 anos e exerceu os cargos de vereador do Recife, deputado estadual e deputado federal, bem como secretário de estado para assumir a Presidência estadual do Partido Social Democrático, o PSD de Gilberto Kassab. André de Paula sempre foi um político muito dedicado ao DEM.

Pude conferir de perto quando militei entre 2004 e 2009 no partido. Sem sombra de dúvidas, André de Paula chegou ao posto de Deputado Federal graças, além da sua competência, ao fato de ser filiado ao PFL. Não dá pra negar que ele constituiu carreira dentro do PFL. A questão é que André tem menos de 50 anos, é um político ainda jovem e não podia se dar ao luxo de colocar o pijama. Precisava fazer política. No DEM ele não tinha condições de continuar.

O partido se tornou pequeno para abrigar políticos expressivos. Aqui em Pernambuco tem dois políticos que tenho profundo respeito e admiração que são os Deputados Mendonça Filho e Augusto Coutinho.

André de Paula tomou a decisão certa e agora será o responsável pela consolidação do Partido Social Democrata em Pernambuco.

FHC tem razão.

{ Posted on 23:18 by Edmar Lyra Filho }
O artigo, O papel da oposição, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sintetizou com maestria os caminhos que a oposição devem seguir. FHC constatou o óbvio: Não adianta querer mudar a mentalidade de quem recebe benefícios do governo do PT.

No governo do PSDB, criamos o Bolsa-Escola, Bolsa-Renda e Vale-Gás, ambos se tornaram o Bolsa-Família atual. Mas nunca o PSDB utilizou politicamente esses programas sociais. É fato que muitas pessoas saíram da pobreza graças aos programas sociais. E consequentemente, mudarão suas demandas. Se você não tem comida, você quer apenas comida, quando a conquista quer uma roupa, quando tem a roupa, quer um passeio e assim sucessivamente, o fato é que na nossa sociedade, ninguém está satisfeito com o que tem.

Diante dessa cultura, onde as pessoas não têm mais o problema da inflação que foi minimizado por FHC, e não se sabe se vai voltar agora com o PT, onde todos têm acesso a comunicação graças a FHC, etc. Vão surgir outras demandas. Hoje todos também têm computador, internet, etc. Isso é fruto do controle inflacionário, da estabilização econômica, onde podemos planejar o nosso salário e nossa renda para fazermos aquisições, sejam a vista ou parcelado.

O que pode ser uma nova demanda da sociedade atual? Redução de impostos, viabilizar estudos no exterior para recém-formados através de um financiamento estudantil, políticas públicas voltadas para a inclusão racial, inclusão sexual, etc. Legalização das drogas também pode ser uma demanda de uma parte considerável da sociedade. Além do mais, essa própria sociedade talvez nem se preocupe exclusivamente com o que o Governo pode dar a ela.

Pode ser que o que ela queira seja apenas participar, opinar, discutir, debater com os políticos através da internet. Talvez a proposta de acabar com a corrupção, maior eficiência de gestão, apresentando o quanto o Brasil perde com a corrupção e quanto ele poderia ganhar melhorando sua eficiência governamental. Quanto o brasileiro pagaria a menos de impostos se não tivéssemos corrupção.

Uma questão a ser discutida diretamente com o eleitor seria sobre a Previdência Social. Explicar que na atual situação a tendência é que ela não possa assistir aos pensionistas e aposentados no futuro e qual seria a melhor alternativa para estruturar um sistema eficiente e eficaz de seguridade social. O PSDB e a oposição também precisam exaltar os avanços do governo FHC, que não foram poucos. Não podemos mais nunca esconder a importância do governo dele para o que vivemos hoje. Enquanto o PT exalta Lula, o PSDB esconde FHC. Isso não pode acontecer.

Se o Brasil hoje cresce e tem uma economia consolidada, isso foi exclusivamente feito do PSDB e do Governo FHC. Imaginem o que seria do Brasil se em 1994 tivesse sido eleito Lula em vez de FHC? E Lula tivesse feito tudo o que ele havia prometido? Estaríamos no mesmo nível de Cuba ou até pior. O Governo de Lula deu certo e ele saiu com elevada aprovação porque FHC deixou as bases consolidadas para que o país tivesse um norte e um rumo. O discurso da oposição tem de ser esse, defesa do legado do Governo do PSDB e apresentar novas alternativas e discussões de reformas que o PT não foi capaz de fazer.

A reforma universitária, previdenciária, judiciária, tributária e a mãe de todas as reformas, a política, devem ser uma obsessão da oposição. Na universitária precisamos consolidar o ProUni, o Reuni, fortalecer o Protec e transformar o Fies em uma alternativa de financiamento para estudos no exterior, fazendo com que a classe média possa levar seus filhos para estudar no exterior com um financiamento viável que caiba no orçamento da classe C.

Na reforma judiciária, podemos cobrar uma maior eficiência dos processos, fazendo com que os Juizados de Pequenas Causas voltem a ter a rapidez de quando ela foi idealizada. Estabelecer prazos para que os demais processos andem rapidamente, diminuindo a quantidade de recursos possíveis. Isso ajudará bastante o andamento da sociedade brasileira e é uma bandeira a ser defendida que tem respaldo popular. Quem não quer uma justiça mais rápida?

Na reforma previdenciária, precisamos mostrar para a sociedade que o atual modelo é inviável e que daqui a vinte ou trinta anos será impossível que o atual contribuinte possa ser beneficiado pela Previdência Social. Podemos propor um sistema de concessão privada com regulamentação governamental para que as pessoas possam contribuir e terem a garantia que receberão por isso. O sistema de previdência privada é melhor, mais viável e não onera a máquina pública.

Na reforma tributária a maior proposta não é exclusivamente de redução de impostos, porque somos conscientes e sabemos que o Brasil não consegue andar se tiver uma carga tributária de 25% por exemplo. A questão é distribuir melhor os recursos obtidos e simplificar os tributos que são pagos onde o consumidor final paga diretamente tudo o que é cobrado pelo governo. Sob a ótica da classe média também temos a questão das rodovias brasileiras, onde podemos fazer um programa nacional de recuperação do sistema rodoviário brasileiro. O sistema aeroviário também pode ser apresentado um novo modelo de gestão para os aeroportos do Brasil através de concessões a iniciativa privada e regulação governamental, hoje a classe média sofre diante de um sistema que opera estrangulado.

O fato é que alternativas a oposição tem, a ideia está colocada por FHC e pode ser alimentada diariamente por outras pessoas que não concordam com as forças que atualmente governam o país. Precisamos utilizar mais e melhor a internet, as redes sociais e aproximar os partidos da oposição perante a classe média, que geralmente vota com a oposição, mas não se sente instigada a discutir política e influenciar pessoas a votarem na oposição. Se existir essa proximidade, facilitaremos o discurso da oposição e a penetração perante todas as classes sociais.

Até mesmo aqueles lá de cima que citei, que apesar de ser reduto petista, pode passar a votar conosco se sentir que sua demanda deixou de ser o Bolsa-Família e almejar coisas melhores para si e para sua família.

Acorda Recife: Já somos quase 500 pessoas.

{ Posted on 16:29 by Edmar Lyra Filho }
Criado há três dias no Facebook, o Grupo Acorda Recife já conta com quase 500 membros. Entre eles militantes partidários, políticos de mandato e o principal: A sociedade civil organizada.

Entre as discussões estão: A Via Mangue, Iluminação Pública, Tráfego, Alagamentos, Contratação de Servidores Comissionados, etc.

Este pode ser o pontapé inicial para se discutir a cidade do Recife e apresentar uma nova alternativa para a cidade, castigada por 12 anos de completo abandono por parte da gestão do PT.

O Prefeito João da Costa tem elevada rejeição, sua eleição foi um dos maiores erros da história da cidade, faz uma pífia gestão e não tem qualquer perspectiva de melhora. Precisamos discutir com a sociedade as alternativas para a cidade, os problemas atuais e as soluções para eles.

Faça parte também do Acorda Recife a convide seus amigos a discutirem o Recife. A cidade precisa de você. Não podemos nos furtar da nossa obrigação de fiscalizar a gestão e apresentar alternativas.

Contamos com todos vocês.

Fernando Lyra deixa a política.

{ Posted on 01:34 by Edmar Lyra Filho }
Do JC Online

A saída do ex-deputado federal Fernando Lyra, 73 anos, da presidência da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) representa também a sua despedida da vida pública. Após oito anos à frente da instituição, Lyra – que cumpriu seis mandatos na Câmara Federal e também foi ministro da Justiça durante o governo de José Sarney (PMDB), escolhido por Tancredo Neves – anunciou nessa segunda-feira (11) que chegou a hora de deixar a vida pública. “Eu acho que na vida, principalmente na vida pública, você tem que saber a hora de sair e, para mim, esta é a hora de sair de uma vez por todas da vida pública”, disse durante a posse do novo presidente da Fundaj, o engenheiro agrônomo Fernando Freire. “Não tenho nenhuma intenção em nenhum cargo de vida pública. Isso para mim encerrou. Mas vou continuar dando os meus pitacos na política, que é o que eu sei e gosto”.

Comentário: Fernando Lyra é um dos mais brilhantes políticos de Pernambuco, inteligentíssimo e com grande visão dos bastidores da política. É uma pena para Pernambuco e para o Brasil que ele deixe a vida pública, mas assim como todos que gostam disso, ele continuará dando pitacos sobre política. O que é bom para todos nós que gostamos da boa política e das boas ideias.

Coluna Gazeta Nossa segunda quinzena de Abril.

{ Posted on 22:50 by Edmar Lyra Filho }
Ela está voltando.

Você já deve ter percebido no posto de combustível, no restaurante, no supermercado que os preços das mercadorias estão aumentando. Gasolina beirando os R$ 3,00 o litro, Etanol a um preço médio de R$ 2,50 por litro. O feijão, o açúcar, o arroz, o refrigerante, todos, sem exceção aumentando de preço de maneira desenfreada. Pois bem, a inflação, um fantasma exorcizado em 1994 com a implantação do Plano Real durante o governo Itamar Franco e foi responsável pela eleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, está voltando. Isso é reflexo de um governo que gasta muito e gasta mal, um mercado superaquecido por conta da abundância de crédito e a falta de planejamento do governo que não previu a possibilidade real de volta da inflação, fato que já podia ser observado no final do governo Lula. Segundo especialistas, a economia brasileira deve crescer algo em torno de 4%, enquanto a meta de inflação, antes diagnosticada em menos de 6% já está em mais de 7%, com grandes perspectivas de ultrapassar os 8%. Se você acha isso pouco, leve em consideração que a nossa meta de inflação vinha sendo alcançada e não passava de 5%. O que deve ser feito? Cortar gastos públicos mais do que já foi cortado e elevar a taxa de juros a um nível em que o consumo seja desacelerado. Não sabemos se isso surtirá efetido imediato, mas pode pelo menos diminuir ou conter a curva de crescimento da taxa inflacionária. Quem viveu os momentos de inflação elevada no governo Sarney, Collor e Itamar não quer a volta desse mal, onde os únicos beneficiários eram os bancos que compravam títulos por um valor e vendiam por outro, o restante da população via seu salário corroído pela febre remarcadora de preços. O Plano Real através do Proer saneou todo o sistema financeiro brasileiro, que estava especulando através do overnight, gerando títulos podres. Vários bancos quebraram com o Proer, mas o sistema financeiro brasileiro foi estruturado e serviu de modelo para a recuperação da economia norte americana na crise de 2008. Se a inflação voltar com a força daquele período negro da nossa história econômica, dificilmente teremos outro plano real e outro proer pra resolver. O governo Dilma precisa ser coerente, ágil e de pulso firme no tocante à política econômica. O Comitê de Política Monetária, o Copom, que decide a taxa básica de juros, a selic, precisa ver a melhor alternativa para espantar esse fantasma. Sem dúvidas, precisamos conter o consumo que anda elevado. Nós, meros consumidores, precisamos fazer a nossa parte, evitando novas aquisições que possam gerar dívidas consideráveis, bem como diminuir nossa demanda do mercado para que haja uma adequação dela a oferta. Quanto a investimentos, se você tiver um dinheirinho guardado, aproveite para investir em títulos públicos, porque estes são corrigidos pela selic, se ela aumentar, você irá ganhar com isso.

Combustíveis - O Governo precisa intervir urgentemente nos combustíveis, não podemos aceitar que a Gasolina seja R$ 3,00 e o Álcool R$ 2,50 porque dificilmente esses preços irão regredir. A tendência é estabilizar nisso e quem paga é o consumidor final, como sempre.

Cartel - Uma prática que ficamos mais sensíveis a observar é o cartel dos postos de combustíveis quando a inflação vem, eles aumentaram de maneira igual em todo o Brasil. Não dando oportunidade para o consumidor encontrar o combustível a um preço mais barato.

Dumping - O dumping, que é uma prática contrária ao cartel, que significa baixar o preço da mercadoria ao menor nível possível nenhum empresário faz, mas o cartel todos sabem fazer, tanto o dumping quanto o cartel são práticas ilegais que ferem o mercado, mas se é pra fazer cartel que prejudica o povo, por quê não fazem o dumping que é melhor para todos?

Sérgio Guerra - Com o apoio do Senador e presidenciável Aécio Neves, o Deputado Sérgio Guerra deverá ser reconduzido ao posto de Presidente do PSDB. Ele trava uma batalha interna com o Ex-Governador José Serra que ainda não demoveu da cabeça a ideia de ser candidato novamente.

João Paulo - Caso queira continuar sua vitoriosa carreira política, o Deputado João Paulo tem que sair do PT. O melhor destino é, sem dúvidas, o PMDB de Jarbas Vasconcelos para disputar a PCR em 2012 e o Governo do Estado em 2014.

Armando Monteiro - O Senador Armando Monteiro tem feito um mandato consistente e articulado, tem se colocado como pré-candidato a Governador de Pernambuco e espera ter a benção de Eduardo Campos para ser o candidato da Frente Popular em 2014.


Antônio Luiz Neto - Vereador do Recife e Presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto (PTB) deverá ser um dos Vereadores mais votados em 2012 se conseguir tirar o Tricolor do Arruda da Série D e conquistar o Campeonato Pernambucano.

Terezinha Nunes - Há um comentário que a ex-deputada Terezinha Nunes deverá ser candidata a vereadora do Recife em 2012, ela e o ex-deputado Pedro Eurico devem reforçar a chapa do PSDB para a Câmara do Recife nas eleições do ano que vem.

João da Costa - O Prefeito do Recife até agora não encontrou o rumo da sua gestão, com as chuvas que caíram na cidade, a popularidade do Prefeito que já era baixa foi literalmente pelo ralo.

O papel da oposição

{ Posted on 18:41 by Edmar Lyra Filho }
Por Fernando Henrique Cardoso

Há muitos anos, na década de 1970, escrevi um artigo com o título acima no jornal Opinião, que pertencia à chamada imprensa “nanica”, mas era influente. Referia-me ao papel do MDB e das oposições não institucionais. Na época, me parecia ser necessário reforçar a frente única antiautoritária e eu conclamava as esquerdas não armadas, sobretudo as universitárias, a se unirem com um objetivo claro: apoiar a luta do MDB no Congresso e mobilizar a sociedade pela democracia.

Só dez anos depois a sociedade passou a atuar mais diretamente em favor dos objetivos pregados pela oposição, aos quais se somaram também palavras de ordem econômicas, como o fim do “arrocho” salarial. No entretempo, vivia-se no embalo do crescimento econômico e da aceitação popular dos generais presidentes, sendo que o mais criticado pelas oposições, em função do aumento de práticas repressivas, o general Médici, foi o mais popular: 75% de aprovação. Não obstante, não desanimávamos.

Graças à persistência de algumas vozes, como a de Ulisses Guimarães, às inquietações sociais manifestadas pelas greves do final da década e ao aproveitamento pelos opositores de toda brecha que os atropelos do exercício do governo, ou as dificuldades da economia proporcionaram (como as crises do petróleo, o aumento da dívida externa e a inflação), as oposições não calavam. Em 1974, o MDB até alcançou expressiva vitória eleitoral em pleno regime autoritário. Por que escrevo isso novamente, 35 anos depois? Para recordar que cabe às oposições, como é óbvio e quase ridículo de escrever, se oporem ao governo. Mas para tal precisam afirmar posições, pois, se não falam em nome de alguma causa, alguma política e alguns valores, as vozes se perdem no burburinho das maledicências diárias sem chegar aos ouvidos do povo. Todas as vozes se confundem e não faltará quem diga – pois dizem mesmo sem ser certo – que todos, governo e oposição, são farinhas do mesmo saco, no fundo “políticos”.

E o que se pode esperar dos políticos, pensa o povo, senão a busca de vantagens pessoais, quando não clientelismo e corrupção? Diante do autoritarismo era mais fácil fincar estacas em um terreno político e alvejar o outro lado. Na situação presente, as dificuldades são maiores. Isso graças à convergência entre dois processos não totalmente independentes: o “triunfo do capitalismo” entre nós (sob sua forma global, diga-se) e a adesão progressiva – no começo envergonhada e por fim mais deslavada – do petismo lulista à nova ordem e a suas ideologias. Se a estes processos somarmos o efeito dissolvente que o carisma de Lula produziu nas instituições, as oposições têm de se situar politicamente em um quadro complexo.

Complexidade crescente a partir dos primeiros passos do governo Dilma que, com estilo até agora contrastante com o do antecessor, pode envolver parte das classes médias. Estas, a despeito dos êxitos econômicos e da publicidade desbragada do governo anterior, mantiveram certa reserva diante de Lula. Esta reserva pode diminuir com relação ao governo atual se ele, seja por que razão for, comportar-se de maneira distinta do governo anterior. É cedo para avaliar a consistência de mudanças no estilo de governar da presidente Dilma. Estamos no início do mandato e os sinais de novos rumos dados até agora são insuficientes para avaliar o percurso futuro.

É preciso refazer caminhos

Antes de especificar estes argumentos, esclareço que a maior complexidade para as oposições se firmarem no quadro atual – comparando com o que ocorreu no regime autoritário, e mesmo com o petismo durante meu governo, pois o PT mantinha uma retórica semianticapitalista – não diminui a importância de fincar a oposição no terreno político e dos valores, para que não se perca no oportunismo nem perca eficácia e sentido, aumentando o desânimo que leva à inação. É preciso, portanto, refazer caminhos, a começar pelo reconhecimento da derrota: uma oposição que perde três disputas presidenciais não pode se acomodar com a falta de autocrítica e insistir em escusas que jogam a responsabilidade pelos fracassos no terreno “do outro”.

Não estou, portanto, utilizando o que disse acima para justificar certa perplexidade das oposições, mas para situar melhor o campo no qual se devem mover. Se as forças governistas foram capazes de mudar camaleonicamente a ponto de reivindicarem o terem construído a estabilidade financeira e a abertura da economia, formando os “campeões nacionais” – as empresas que se globalizam – isso se deu porque as oposições minimizaram a capacidade de contorcionismo do PT, que começou com a Carta aos Brasileiros de junho de 1994 e se desnudou quando Lula foi simultaneamente ao Fórum Social de Porto Alegre e a Davos.

Era o sinal de “adeus às armas”: socialismo só para enganar trouxas, nacional--desenvolvimentismo só como “etapa”. Uma tendência, contudo, não mudou, a do hegemonismo, ainda assim, aceitando aliados de cabresto. Segmentos numerosos das oposições de hoje, mesmo no PSDB, aceitaram a modernização representada pelo governo FHC com dor de consciência, pois sentiam bater no coração as mensagens atrasadas do esquerdismo petista ou de sua leniência com o empreguismo estatal. Não reivindicaram com força, por isso mesmo, os feitos da modernização econômica e do fortalecimento das instituições, fato muito bem exemplificado pela displicência em defender os êxitos da privatização ou as políticas saneadoras, ou de recusar com vigor a mentira repetida de que houve compra de votos pelo governo para a aprovação da emenda da reeleição, ou de denunciar atrasos institucionais, como a perda de autonomia e importância das agências reguladoras.

Da mesma maneira, só para dar mais alguns exemplos, o Proer e o Proes, graças aos quais o sistema financeiro se tornou mais sólido, foram solenemente ignorados, quando não estigmatizados. Os efeitos positivos da quebra dos monopólios, o do petróleo mais que qualquer outro, levando a Petrobras a competir e a atuar como empresa global e não como repartição pública, não foram reivindicados como êxitos do PSDB. O estupendo sucesso da Vale, da Embraer ou das teles e da Rede Ferroviária sucumbiu no murmúrio maledicente de “privatarias” que não existiram.

A política de valorização do salário mínimo, que se iniciou no governo Itamar Franco e se firmou no do PSDB, virou glória do petismo. As políticas compensatórias iniciadas no governo do PSDB – as bolsas – que o próprio Lula acusava de serem esmolas e quase naufragaram no natimorto Fome Zero – voltaram a brilhar na boca de Lula, pai dos pobres, diante do silêncio da oposição e deslumbramento do país e… do mundo! Não escrevo isso como lamúria, nem com a vã pretensão de imaginar que é hora de reivindicar feitos do governo peessedebista. Inês é morta, o passado… passou. Nem seria justo dizer que não houve nas oposições quem mencionasse com coragem muito do que fizemos e criticasse o lulismo.

As vozes dos setores mais vigorosos da oposição se estiolaram, entretanto, nos muros do Congresso e este perdeu força política e capacidade de ressonância. Os partidos se transformaram em clubes congressuais, abandonando as ruas; muitos parlamentares trocaram o exercício do poder no Congresso por um prato de lentilhas: a cada nova negociação para assegurar a “governabilidade”, mais vantagens recebem os congressistas e menos força político-transformadora tem o Congresso. Na medida em que a maioria dos partidos e dos parlamentares foi entrando no jogo de fazer emendas ao orçamento (para beneficiar suas regiões, interesses – legítimos ou não – de entidades e, por fim, sua reeleição), o Congresso foi perdendo relevância e poder.

Consequentemente, as vozes parlamentares, em especial as de oposição, que são as que mais precisam da instituição parlamentar para que seu brado seja escutado, perderam ressonância na sociedade. Com a aceitação sem protesto do “modo lulista de governar” por meio de medidas provisórias, para que serve o Congresso senão para chancelar decisões do Executivo e receber benesses? Principalmente, quando muitos congressistas estão dispostos a fazer o papel de maioria obediente a troco da liberação pelo Executivo das verbas de suas emendas, sem esquecer que alguns oposicionistas embarcam na mesma canoa.

Ironicamente, uma importante modificação institucional, a descentralização da ação executiva federal, estabelecida na Constituição de 1988 e consubstanciada desde os governos Itamar Franco e FHC, diluiu sua efetividade técnico--administrativa em uma pletora de recursos orçamentários “carimbados”, isto é, de orientação político-clientelista definida, acarretando sujeição ao Poder Central, ou, melhor, a quem o simboliza pessoalmente e ao partido hegemônico.

Neste sentido, diminuiu o papel político dos governadores, bastião do oposicionismo em estados importantes, pois a relação entre prefeituras e governo federal saltou os governos estaduais e passou a se dar mais diretamente com a presidência da República, por meio de uma secretaria especial colada ao gabinete presidencial. Como, por outra parte, existe – ou existiu até a pouco – certa folga fiscal e a sociedade passa por período de intensa mobilidade social movida pelo dinamismo da economia internacional e pelas políticas de expansão do mercado interno que geram emprego, o desfazimento institucional produzido pelo lulismo e a difusão de práticas clientelísticas e corruptoras foram sendo absorvidos, diante da indiferença da sociedade.

Na época do mensalão, houve um início de desvendamento do novo Sistema (com S maiúsculo, como se escrevia para descrever o modelo político criado pelos governos militares). Então, ainda havia indignação diante das denúncias que a mídia fazia e os partidos ecoavam no Parlamento. Pouco a pouco, embora a mídia continue a fazer denúncias, a própria opinião pública, isto é, os setores da opinião nacional que recebem informações, como que se anestesiou. Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude. Diante deste quadro, o que podem fazer as oposições?

Definir o público a ser alcançado

Em primeiro lugar, não manter ilusões: é pouco o que os partidos podem fazer para que a voz de seus parlamentares alcance a sociedade. É preciso que as oposições se deem conta de que existe um público distinto do que se prende ao jogo político tradicional e ao que é mais atingido pelos mecanismos governamentais de difusão televisiva e midiática em geral. As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental. Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos.

Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias. Sendo assim, dirão os céticos, as oposições estão perdidas, pois não atingem a maioria.

Só que a realidade não é bem essa. Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à ti (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de “classe c” ou de nova classe média. Digo imprecisamente porque a definição de classe social não se limita às categorias de renda (a elas se somam educação, redes sociais de conexão, prestígio social, etc.), mas não para negar a extensão e a importância do fenômeno.

Pois bem, a imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.

Mas não é só isso: as oposições precisam voltar às salas universitárias, às inúmeras redes de palestras e que se propagam pelo país afora e não devem, obviamente, desacreditar do papel da mídia tradicional: com toda a modernização tecnológica, sem a sanção derivada da confiabilidade, que só a tradição da grande mídia assegura, tampouco as mensagens, mesmo que difundidas, se transformam em marcas reconhecidas. Além da persistência e ampliação destas práticas, é preciso buscar novas formas de atuação para que a oposição esteja presente, ou pelo menos para que entenda e repercuta o que ocorre na sociedade.

Há inúmeras organizações de bairro, um sem-número de grupos musicais e culturais nas periferias das grandes cidades, etc., organizações voluntárias de solidariedade e de protesto, redes de consumidores, ativistas do meio ambiente, e por aí vai, que atuam por conta própria. Dado o anacronismo das instituições político-partidárias, seria talvez pedir muito aos partidos que mergulhem na vida cotidiana e tenham ligações orgânicas com grupos que expressam as dificuldades e anseios do homem comum. Mas que pelo menos ouçam suas vozes e atuem em consonância com elas. Não deve existir uma separação radical entre o mundo da política e a vida cotidiana, nem muito menos entre valores e interesses práticos. No mundo interconectado de hoje, vê-se, por exemplo, o que ocorre com as revoluções no meio islâmico, movimentos protestatórios irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional.

Talvez as discussões sobre os meandros do poder não interessem ao povo no dia-a-dia tanto quanto os efeitos devastadores das enchentes ou o sufoco de um trânsito que não anda nas grandes cidades. Mas, de repente, se dá um “curto-circuito” e o que parecia não ser “política” se politiza. Não foi o que ocorreu nas eleições de 1974 ou na campanha das “diretas já”? Nestes momentos, o pragmatismo de quem luta para sobreviver no dia-a-dia lidando com questões “concretas” se empolga com crenças e valores. O discurso, noutros termos, não pode ser apenas o institucional, tem de ser o do cotidiano, mas não desligado de valores.

Obviamente em nosso caso, o de uma democracia, não estou pensando em movimentos contra a ordem política global, mas em aspirações que a própria sociedade gera e que os partidos precisam estar preparados para que, se não os tiverem suscitado por sua desconexão, possam senti-los e encaminhá-los na direção política desejada. Seria erro fatal imaginar, por exemplo, que o discurso “moralista” é coisa de elite à moda da antiga UDN. A corrupção continua a ter o repúdio não só das classes médias como de boa parte da população. Na última campanha eleitoral, o momento de maior crescimento da candidatura Serra e de aproximação aos resultados obtidos pela candidata governista foi quando veio à tona o “episódio Erenice”. Mas é preciso ter coragem de dar o nome aos bois e vincular a “falha moral” a seus resultados práticos, negativos para a população. Mais ainda: é preciso persistir, repetir a crítica, ao estilo do “beba Coca Cola” dos publicitários. Não se trata de dar-nos por satisfeitos, à moda de demonstrar um teorema e escrever “cqd”, como queríamos demonstrar. Seres humanos não atuam por motivos meramente racionais. Sem a teatralização que leve à emoção, a crítica – moralista ou outra qualquer– cai no vazio. Sem Roberto Jefferson não teria havido mensalão como fato político.

Qual é a mensagem?

Por certo, os oposicionistas para serem ouvidos precisam ter o que dizer. Não basta criar um público, uma audiência e um estilo, o conteúdo da mensagem é fundamental. Qual é a mensagem? O maior equívoco das oposições, especialmente do PSDB, foi o de haver posto à margem as mensagens de modernização, de aggiornamento do País, e de clara defesa de uma sociedade democrática comprometida com causas universais, como os direitos humanos e a luta contra a opressão, mesmo quando esta vem mascarada de progressismo, apoiada em políticas de distribuição de rendas e de identificação das massas com o Chefe.

Nas modernas sociedades democráticas, por outro lado, o Estado tanto mantém funções na regulação da economia como em sua indução, podendo chegar a exercer papel como investidor direto. Mas o que caracteriza o Estado em uma sociedade de massas madura é sua ação democratizadora. Os governos devem tornar claros, transparentes, e o quanto possível imunes à corrupção, os mecanismos econômicos que cria para apoiar o desenvolvimento da economia. Um Estado moderno será julgado por sua eficiência para ampliar o acesso à educação, à saúde e à previdência social, bem como pela qualidade da segurança que oferece às pessoas.

Cabe às oposições serem a vanguarda nas lutas por estes objetivos. Defender o papel crescente do Estado nas sociedades democráticas, inclusive em áreas produtivas, não é contraditório com a defesa da economia de mercado. Pelo contrário, é preciso que a oposição diga alto e bom som que os mecanismos de mercado, a competição, as regras jurídicas e a transparência das decisões são fundamentais para o Brasil se modernizar, crescer economicamente e se desenvolver como sociedade democrática.

Uma sociedade democrática amadurecida estará sempre comprometida com a defesa dos direitos humanos, com a ecologia e com o combate à miséria e às doenças, no país e em toda a parte. E compreende que a ação isolada do Estado, sem a participação da sociedade, inclusive dos setores produtivos privados, é insuficiente para gerar o bem-estar da população e oferecer bases sólidas para um desenvolvimento econômico sustentado. Ao invés de se aferrarem a esses valores e políticas que lhes eram próprios como ideologia e como prática, as oposições abriram espaço para que o lulopetismo ocupasse a cena da modernização econômica e social. Só que eles têm os pés de barro: a cada instante proclamam que as privatizações “do PSDB” foram contra a economia do País, embora comecem a fazer descaradamente concessões de serviços públicos nas estradas e nos aeroportos, como se não estivessem fazendo na prática o mea-culpa.

Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do País: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante? Quão caro já estamos pagando pela ineficiência de agências reguladoras entregues a sindicalistas “antiprivatizantes” ou a partidos clientelistas, como se tornou o PC d B, que além de vender benesses no ministério dos Esportes, embota a capacidade controladora da ANP, que deveria evitar que o monopólio voltasse por vias transversas e prejudicasse o futuro do País.

Oposição precisa vender o peixe

Dirão novamente os céticos que nada disso interessa diretamente ao povo. Ora, depende de como a oposição venda o peixe. Se tomarmos como alvo, por exemplo, o atraso nas obras necessárias para a realização da Copa e especializarmos três ou quatro parlamentares ou técnicos para martelar no dia-a-dia, nos discursos e na internet, o quanto não se avança nestas áreas por causa do burocratismo, do clientelismo, da corrupção ou simplesmente da viseira ideológica que impede a competição construtiva entre os setores privados e destes com os monopólios, e se mostrarmos à população como ela está sendo diretamente prejudicada pelo estilo petista de política, criticamos este estilo de governar, suscitamos o interesse popular e ao mesmo tempo oferecemos alternativas.

Na vida política tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo. Se gritarmos por todos os meios disponíveis que a dívida interna de R$ 1,69 trilhão (mostrando com exemplos ao que isto corresponde) é assustadora, que estamos pagando R$ 50 bilhões por ano para manter reservas elevadas em dólares, que pagamos a dívida (pequena) ao FMI sobre a qual incidiam juros moderados, trocando-a por dívidas em reais com juros enormes, se mostrarmos o quanto custa a cada contribuinte cada vez que o Tesouro transfere ao BNDES dinheiro que o governo não tem e por isso toma emprestado ao mercado pagando juros de 12% ao ano, para serem emprestados pelo BNDES a juros de 6% aos grandes empresários nacionais e estrangeiros, temos discurso para certas camadas da população.

Este discurso deve desvendar, ao mesmo tempo, o porquê do governo assim proceder: está criando um bloco de poder capitalista-burocrático que sufoca as empresas médias e pequenas e concentra renda. Este tipo de política mostra descaso pelos interesses dos assalariados, dos pequenos produtores e profissionais liberais de tipo antigo e novo, setores que, em conjunto, custeiam as benesses concedidas ao grande capital com impostos que lhe são extraídos pelo governo. O lulopetismo não está fortalecendo o capitalismo em uma sociedade democrática, mas sim o capitalismo monopolista e burocrático que fortalece privilégios e corporativismos.

Com argumentos muito mais fracos o petismo acusou o governo do PSDB quando, em fase de indispensável ajuste econômico, aumentou a dívida interna (ou, melhor, reconheceu os “esqueletos” compostos por dívidas passadas) e usou recursos da privatização – todos contabilizados – para reduzir seu crescimento. A dívida pública consolidada do governo lulista foi muito maior do que a herdada por este do governo passado e, no entanto, a opinião pública não tomou conhecimento do fato. As oposições não foram capazes de politizar a questão. E o que está acontecendo agora quando o governo discute substituir o fator previdenciário, recurso de que o governo do PSDB lançou mão para mitigar os efeitos da derrota sofrida para estabelecer uma idade mínima de aposentadoria? Propondo a troca do fator previdenciário pela definição de… uma idade mínima de aposentadoria.

Petistas camaleões

Se os governistas são camaleões (ou, melhor, os petistas, pois boa parte dos governistas nem isso são: votavam com o governo no passado e continuam a votar hoje, como votarão amanhã, em vez de saudá-los porque se aproximam da racionalidade ou de votarmos contra esta mesma racionalidade, negando nossas crenças de ontem, devemos manter a coerência e denunciar as falsidades ideológicas e o estilo de política de mistificação dos fatos, tantas vezes sustentado pelo petismo. São inumeráveis os exemplos sobre como manter princípios e atuar como uma oposição coerente.

Mesmo na questão dos impostos, quando o PSDB e o DEM junto com o PPS ajudaram a derrubar a CPMF, mostraram que, coerentes, dispensaram aquele imposto porque ele já não era mais necessário, como ficou demonstrado pelo contínuo aumento da receita depois de sua supressão. É preciso continuar a fazer oposição à continuidade do aumento de impostos para custear a máquina público-partidária e o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros.

E para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, nomeados discricionariamente, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais, para conter a fúria de apadrinhamento e de conchavos partidários à custa do povo. Em suma: não há oposição sem “lado”. Mais do que ser de um partido, é preciso “tomar partido”. É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias. O que o PSDB pensa sobre liberdade e pluralidade religiosa? Como manter a independência do Estado laico e, ao mesmo tempo, prestigiar e respeitar as religiões que formam redes de coesão social, essenciais para a vida em sociedade? O que pensa o partido sobre o combate às drogas? É preciso ser claro e sincero: todas as drogas causam danos, embora de alcance diferente. Adianta botar na cadeia os drogados?

Sinceridade comove a população

Há casos nos quais a regulação vale mais que a proibição: veja-se o tabaco e o álcool, ambos extremadamente daninhos. São não apenas regulados em sua venda e uso (por exemplo, é proibido fumar em locais fechados ou beber depois de uma festa e guiar automóveis) como estigmatizados por campanhas publicitárias, pela ação de governos e das famílias. Não seria o caso de fazer a mesma coisa com a maconha, embora não com as demais drogas muito mais danosas, e concentrar o fogo policial no combate aos traficantes das drogas pesadas e de armas?

Se disso ainda não estivermos convencidos, pelo menos não fujamos à discussão, que já corre solta na sociedade. Sejamos sinceros: é a sinceridade que comove a população e não a hipocrisia que pretende não ver o óbvio. Se a regra é ser sincero, por que temer ir fundo e avaliar o que nós próprios fizemos no passado, acreditando estar certos, e que continua sendo feito, mas que requer uma revisão? Tome-se o exemplo da reforma agrária e dos programas de incentivo à economia familiar. Fomos nós do PSDB que recriamos o Ministério da Reforma Agrária e, pela primeira vez, criamos um mecanismo de financiamento da agricultura familiar, o Pronaf.

Nenhum governo fez mais em matéria de acesso à terra do que o do PSDB quando a pasta da Reforma era dirigida por um membro do PPS. Não terá chegado a hora de avaliar os resultados? O Pronaf não estará se transformando em mecanismo de perpétua renovação de dívidas, como os grandes agricultores faziam no passado com suas dívidas no Banco do Brasil? Qual é o balanço dos resultados da reforma agrária? E as acusações de “aparelhamento” da burocracia pelo PT e pelo MST são de fato verdadeiras? Sem que a oposição afirme precipitadamente que tudo isso vai mal – o que pode não ser correto – não pode temer buscar a verdade dos fatos, avaliar, julgar e criticar para corrigir.

Existe matéria em abundância para manter os princípios e para ir fundo nas críticas sem temer a acusação injusta de que se está defendendo “a elite”. Mas política não é tese universitária. É preciso estabelecer uma agenda. Geralmente esta é dada pelo governo. Ainda assim, usemo-la para concentrar esforços e dar foco, repetição e persistência à ação oposicionista. Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida). Se é assim, por que não recusar de plano a proposta da “lista fechada”, que reforça a burocracia partidária, não diminui o personalismo (ou alguém duvida que se pedirão votos para a lista “do Lula”?) e separa mais ainda o eleitor dos representantes?

Compromisso com o voto digital

Não é preciso afincar uma posição de intransigência: mantenhamos o compromisso com o voto distrital, façamos a pregação. Se não dispusermos de forças para que nossa tese ganhe, aceitemos apenas os melhoramentos óbvios no sistema atual: cláusula de desempenho (ou de barreira), proibição de coligações nas eleições proporcionais e regras de fidelidade partidária, ainda que para algumas destas medidas seja necessário mudança constitucional. Deixemos para outra oportunidade a discussão sobre financiamento público das campanhas, pois sem a distritalização o custo para o contribuinte será enorme e não se impedirá o financiamento em “caixa preta” nem o abuso do poder econômico.

Mas denunciemos o quanto de antidemocrático existe no voto em listas fechadas. Em suma: não será esta uma boa agenda para a oposição firmar identidade, contrapor-se à tendência petista de tudo burocratizar e, ao mesmo tempo, não se encerrar em um puro negativismo aceitando modificações sensatas? Por fim, retomando o que disse acima sobre o “triunfo do capitalismo”. O governo do PT e o próprio partido embarcaram, sem dizer, na adoração do bezerro de ouro. Mas, marcados pelos cacoetes do passado, não perceberam que o novo na fase contemporânea do capitalismo não é apenas a acumulação e o crescimento da economia. Os grandes temas que se estão desenhando são outros e têm a ver com o interesse coletivo: como expandir a economia sem destroçar o meio ambiente, como assegurar direitos aos destituídos deles, não só pela obreza, mas pelas injustiças (desigualdades de gênero, de raça, de acesso à cultura)? Persistem preocupações antigas: como preservar a Paz em um mundo no qual há quem disponha da bomba nuclear?

A luta pela desnuclearização tem a ver com o sentido de um capitalismo cuja forma “selvagem” a sociedade democrática não aceita mais. Esta nova postura é óbvia no caso da ecologia, pois o natural egoísmo dos Estados, na formulação clássica, se choca com a tese primeira, a da perpetuação da vida humana. O terror atômico e o aquecimento global põem por terra visões fincadas no terreno do nacional-estatismo arcaico. Há um nacionalismo de novo tipo, democrático, aberto aos desafios do mundo e integrado nele, mas alerta aos interesses nacionais e populares. Convém redefinir, portanto, a noção do interesse nacional, mantendo-o persistente e alerta no que é próprio aos interesses do País, mas compatibilizando-o com os interesses da humanidade.

Estas formulações podem parecer abstratas, embora se traduzam no dia-a-dia: no Brasil, ninguém discute sobre qual o melhor modo de nossa presença no mundo: será pelo velho caminho armamentista, nuclearizando-nos, ou nossas imensas vantagens comparativas em outras áreas, entre elas as do chamado soft power, podem primar? Por exemplo, nossa “plasticidade cultural mestiça”, a aceitação das diferenças raciais – sem que se neguem e combatam as desigualdades e preconceitos ainda existentes – não são um ganho em um mundo multipolar e multicultural? E a disponibilidade de uma matriz energética limpa, sem exageros de muitas usinas atômicas (sempre perigosas), bem como os avanços na tecnologia do etanol, não nos dão vantagens? Por que não discutir, a partir daí, o ritmo em que exploraremos o pré-sal e as obscuras razões para a “estatização do risco e divisão do lucro” entre a Petrobras e as multinacionais por meio do sistema de partilha? São questões que não exploramos devidamente, ou cujas decisões estão longe de ser claramente compatíveis com o interesse nacional de longo prazo.

Falta de estratégia

Na verdade, falta-nos estratégia. Estratégia não é plano de ação: é o peso relativo que se dá às questões desafiadoras do futuro somado à definição de como as abordaremos. Que faremos neste novo mundo para competir com a China, com os Estados Unidos ou com quem mais seja? Como jogar com nossos recursos naturais (petróleo à frente) como fator de sucesso e poder sem sermos amanhã surpreendidos pelo predomínio de outras fontes de energia? E, acima de tudo, como transformar em políticas o anseio por uma “revolução educacional” que dê lugar à criatividade, à invenção e aos avanços das tecnologias do futuro?

A China, ao que parece, aprendeu as lições da última crise e está apostando na inovação, preparando-se para substituir as fontes tradicionais de energia, sobretudo o petróleo, de que não dispõe em quantidade suficiente para seu consumo crescente. E os próprios Estados Unidos, embora atônitos com os erros acumulados desde a gestão Bush, parecem capazes de continuar inovando, se conseguirem sair depressa da crise financeira que os engolfou. De tudo isso o PT e seus governos falam, mas em ziguezague. As amarras a uma visão oposta, vinda de seu passado recente, os inibem para avançar mais.

Não é hora das oposições serem mais afirmativas? E se por acaso, como insinuei no início deste artigo, houver divisões no próprio campo do petismo por causa da visão canhestra de muitos setores que apoiam o governo e de suas necessidades práticas o levarem a direções menos dogmáticas? Neste caso, embora seja cedo para especular, terá a oposição inteireza e capacidade política para aproveitar as circunstâncias e acelerar a desagregação do antigo e apostar no novo, no fortalecimento de uma sociedade mais madura e democrática? Engana-se quem pensar que basta manter a economia crescendo e oferecer ao povo a imagem de uma sociedade com mobilidade social.

Esta, ao ocorrer, aumenta as demandas tanto em termos práticos, de salários e condições de vida, como culturais. Em um mundo interconectado pelos modernos meios de comunicação o cidadão comum deseja saber mais, participar mais e avaliar por si se de fato as diferenças econômicas e sociais estão diminuindo. Sem, entretanto, uma oposição que se oponha ao triunfalismo lulista, que coroa a alienação capitalista, desmistificando tudo o que seja mera justificativa publicitária do poder e chamando a atenção para os valores fundamentais da vida em uma sociedade democrática, só ocorrerão mudanças nas piores condições: quando a fagulha de alguma insatisfação produzir um curto-circuito.

Mesmo este adiantará pouco se não houver à disposição uma alternativa viável de poder, um caminho preparado por lideranças nas quais a população confie. No mundo contemporâneo este caminho não se constrói apenas por partidos políticos, nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe apenas uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade.

Reitero: se as oposições institucionais não forem capazes de se ligar mais diretamente aos movimentos da vida, que pelo menos os ouçam e não tenham a pretensão de imaginar que pelo jogo congressual isolado alcançarão resultados significativos. Os vários focos de insatisfação social, por sua vez, também podem se perder em demandas específicas a serem atendidas fragmentariamente pelo governo se não encontrarem canais institucionais que expressem sua vontade maior de transformação. As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?

Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, foi presidente da República (1995-2003) e é presidente de honra do PSDB.

Entrevista: Sérgio Guerra

{ Posted on 18:26 by Edmar Lyra Filho }


Do Blog Pinga-Fogo

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, comentou há pouco o artigo “O papel das oposições” do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que será publicado na edição da revista Interesse Nacional, na quinta-feira. Entre outros pontos, o ex-presidente sugere uma profunda revisão da estratégia das oposições para chegar ao poder.

Veja trechos da entrevista de Guerra à CBN. “O artigo é uma evidente crítica ao PSDB e às oposições, uma crítica ampla, e um aceno para o futuro. O principal é a defesa de mais clareza das oposições e mais sintonia com as novas forças que estão se construindo e que representam novos setores sociais para os quais ninguém (políticos) fala”. “São setores novos que estão prosperando e ganhando um repertório intelectual novo, no qual o setor político não tem chegado nem perto. Me reuni outro dia com muitos desses setor, jovens principalmente, e eles mal entendem o que se diz por aqui (em Brasília).

Eles não prestam atenção no que acontece no Congresso Nacional. Entendem como ‘coisa de político’.” “No que se refere ao PSDB, o que temos de ter é mais firmeza, principalmente. Há um problema grave no nosso partido de se falar uma coisa e fazer outra. O PSDB, aliás a oposição, têm de resolver isso. Nós (do PSDB) ganhamos a eleição (2010) em oito Estados e em quase todos ganhamos com candidatos que já governaram, e governaram bem, por isso a população os trouxe de volta. A gente tem capacidade de fazer bem feito.

Precisamos é nos identificar com gente nova e conduzir esse processo de mudança.” “As redes sociais são pouco ou mal utilizadas pelos partidos. E é claro que na medida em que esse tipo de uso (das redes sociais) não tem identidade cultural com os que as utilizam ele fica periférico e não produz grandes resultados.

O uso da Internet não foi eficaz na eleição de 2010. Muito se apostou nessa ferramenta, mas não foi eficaz (seu uso) porque os políticos estão em outro mundo”. “Foi uma falha nossa a falta de defesa dos governos do ex-presidente Fernando Henrique. Concordo que houve notória falta de capacidade do PSDB e do nosso conjunto de forças de falar sobre o que fizemos. Nós não nos comunicamos bem. E vamos rever essas técnicas (de comunicação) que estão falidas”.

2012 é logo ali.

{ Posted on 15:15 by Edmar Lyra Filho }
Tenho acompanhado a pífia gestão que João da Costa faz na Prefeitura do Recife, e sua maciça reprovação perante o povo recifense. Infelizmente tenho visto uma oposição pouco articulada no intuito de construir uma candidatura viável para efetivamente conquistar a PCR.

Alternativas viáveis existem, tem o caso da candidatura de João Paulo pelo PMDB que já coloquei em outras oportunidades, que é, sem dúvidas, o grande golpe de mestre da oposição. Mas o que quero abordar não é isso.

Entendo que Mendonça Filho, Raul Henry, Raul Jungmann, Bruno Araújo e Daniel Coelho querem ser candidatos, e têm legitimidade para buscarem uma candidatura a Prefeito do Recife. O que precisamos levar em consideração é se eles querem disputar apenas pra ser mais um na eleição ou se realmente querem vencer a PCR e tomá-la do PT.

Se quiserem vencer a eleição, precisam levar em conta aqueles que têm grande intenção de voto, mas principalmente aqueles que têm baixa rejeição. Não adianta, por exemplo, determinado candidato ter 30% nas pesquisas se sua rejeição passa dos 40%. Ele pode ter um elevado índice de intenção de votos, mas não consegue crescer a ponto de vencer a eleição.

Eis a minha análise sobre cada pré-candidato que possa se tornar candidato da oposição.

Mendonça Filho: Já disputou duas eleições majoritárias, em 2006 para Governador e em 2008 para Prefeito do Recife, não conseguiu crescer nas intenções de voto durante a campanha, apesar de ser um político preparado, gestor competente, não o vejo como um nome competitivo para vencer a eleição.

Raul Jungmann: Foi candidato a Prefeito do Recife em 2004, ganhou boa inserção na classe média, mas não cresceu muito. Em 2010 candidatando-se ao Senado, obteve boa votação no Recife, mas sob minha ótica, não creio que ele tenha condições de crescimento a ponto de vencer a eleição.

Daniel Coelho: É um nome jovem na cidade, já exerceu dois mandatos de vereador e obteve expressiva votação para Deputado Estadual, é um nome com pouca rejeição, pode crescer, mas não se sabe o nível de crescimento de uma candidatura dele. Além do mais, ele pra se viabilizar precisa sair do PV.

Bruno Araújo: Nome extremamente qualificado e preparado, tem boa oratória e é um político com grande visão. Também é bastante jovem e já é experiente, exerce o segundo mandato de Deputado Federal, pode crescer se for candidato, mas assim como Daniel Coelho, não sabemos se pode chegar a vitória.

Raul Henry: Já foi vice-prefeito do Recife, Deputado Estadual, Secretário e é Deputado Federal. Em 2008 foi o candidato da oposição que mais cresceu, saindo dos 2% iniciais até os 17% finais da eleição. É um político qualificado, preparado e com pouca rejeição, talvez sendo candidato único da oposição tenha a melhor chance.

Acredito que na ausência de João Paulo na disputa, a oposição deveria lançar as candidaturas de Mendonça Filho pelo DEM e Raul Henry pelo PMDB. Repetindo 2008, mas com maior carga em Raul Henry, por considerar que ele seja o nome de menor rejeição e maior potencial de crescimento.

Antes de definir essas duas candidaturas, os partidos devem dialogar com a sociedade, repetindo o que Elias Gomes fez em Jaboatão dos Guararapes. Considerando que temos um lapso temporal até as definições das candidaturas, os pré-candidatos devem realizar reuniões sistemáticas com a sociedade no intuito de serem inseridos nela, bem como apresentar um programa de governo em sintonia com os anseios da população.

A contratação de um marqueteiro competente como Duda Mendonça ou Nizan Guanaes também deve ser viabilizada pela oposição, porque as dificuldades continuarão as mesmas. Precisarão ter um discurso de fácil percepção por parte do povo do Recife. Duda Mendonça fez o operário Presidente, Nizan Guanaes fez FHC que não tinha muito traquejo na comunicação Presidente. Portanto, são nomes competentes que podem de uma vez por todas colocar a oposição de volta à PCR.

Segurança e eficiência energética.

{ Posted on 13:33 by Edmar Lyra Filho }
Por Heitor Scalambrini Costa*

A segurança energética é um fator prioritário para o país e somente aumentará com a diversificação da matriz energética com o uso de fontes energéticas renováveis.

Do ponto de vista da produção de energia, segundo a Empresa de Planejamento Energético-EPE, o país tem folga no abastecimento, e pode suprir as necessidades de energia elétrica, com as atuais taxas previstas de crescimento, para os próximos anos.

Portanto não existe relação direta entre os atuais apagões, que tem ocorrido freqüentemente no país todo, com a necessidade da instalação de mega-hidroelétricas e de usinas nucleares para evitá-los.

Como que se os atuais apagões fossem decorrentes do desabastecimento, e novamente repetiríamos 2001/2002.

O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo assim novas usinas.

Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma dada demanda.

O que essa previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país ser consumida por seis setores industriais apenas: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro e papel/celulose.

São exatamente estes setores que elevam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletro-intensivos. Precisamos urgentemente discutir no planejamento energético dois pontos: energia para quê? E para quem? Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte.

A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.

No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída,... ).

Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido à geração, transporte e uso da energia.

A conservação com o uso eficiente de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais.

Exemplos ocorridos em outros países nos anos 80, particularmente nos EUA demonstraram este. A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de, ao mesmo tempo reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes energéticas renováveis solar, eólica e biomassa; a segurança energética do país.

*Professor da Universidade Federal de Pernambuco.


Enviado pelo meu aparelho BlackBerry® da Vivo

Aécio Neves e uma oposição que se impõe.

{ Posted on 17:37 by Edmar Lyra Filho }

Desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e sua posse em 2003 que a oposição capitaneada pelo PSDB vivia uma estagnação, ora pela popularidade de Lula, ora por falta de união, comprometimento e organização.

O fato é que durante os oito anos de Lula a oposição não soube se opor, e o Governo Lula, mesmo tendo uma excelente aprovação popular, não fez nada além do que qualquer Governo bem estruturado faria. Se não foi péssimo nem ruim, o Governo Lula não foi excepcional nem acima da média. Lula foi beneficiado pela herança bendita recebida de FHC da Estabilização Econômica, dos Programas Sociais e do Controle da Inflação.

Claro que Lula teve méritos, seria leviano da parte de qualquer analista dizer que o Presidente Lula não foi importante para o Brasil. Seu governo trouxe avanços na questão social, na distribuição regional através do desenvolvimento econômico, sobretudo no Nordeste, enfim, fez um bom governo amparado numa capacidade ímpar de se comunicar com as massas e no momento econômico vivido pelo país e pelo mundo.

O fato da aprovação de Lula inviabilizou um discurso de oposição, mas porque a oposição não soube capitalizar para si os avanços obtidos por ela quando era governo, deixou que Lula se apropriasse de todos os feitos de Fernando Henrique Cardoso. Também não soube aproveitar questões como o mensalão e aceitou o discurso do PT de que todos eram iguais e a diferença do partido era que ele era 'do povo'. Se considerarmos apenas o contexto da corrupção, por muito menos Fernando Collor de Mello sofreu o impeachment. O que ocorreu no Governo Lula foi algo sistemático, uma corrupção instituicionalizada que vivia nas entranhas do poder.

O passado vai ser julgado pela história, tanto o Governo FHC quanto o Governo Lula serão lembrados e a história dirá que FHC foi eficiente e Lula apenas eficaz diante da conjuntura política e econômica que cada um encontrou nos seus oito anos à frente da Presidência da República.

Diante do Governo Dilma, lembrando o resultado da eleição de 2010, a oposição precisa entender que é apoiada por 44 milhões de brasileiros e que estes discordaram da maneira do PT de governar, por isso não votaram na atual Presidente Dilma Rousseff. É para estes 44 milhões de brasileiros que a oposição precisa se impor, não apenas por eles que nos confiaram o voto na pessoa de José Serra, mas pelo futuro do Brasil e pelo bem da democracia.

O discurso de Aécio Neves no Senado deu mostras da agenda que a oposição deve apresentar ao país durante o Governo Dilma. Nós precisamos apresentar um modelo de reforma tributária que contribua com o governo federal, mas também evite um sistema complexo como o atual, que possa distribuir melhor os recursos com os estados e municípios e estes possam apresentar através de obras uma melhora efetiva na vida dos brasileiros.

A oposição não pode se furtar da discussão de legalização das drogas, ou a proibição como um todo delas. Este também é um tema que interessa diretamente ao povo brasileiro. Bem como a legalização ou não do aborto, será que isso não deve ser amplamente discutido com a sociedade? Esperar que o Governo coloque isso na pauta política brasileira é deixar que Dilma e o PT voem em céu de brigadeiro. A população precisa ser chamada para a discussão. Se ela achar que está tudo normal, diminui o clamor por mudanças e a tendência é que quem esteja no governo continue nele e quem está na oposição continue nela.

Quanto a questão da reforma política, que apesar de não ser algo diretamente ligado à população, a oposição deve propor o fim das coligações proporcionais, voto distrital misto, financiamento exclusivamente público de campanha e cobrar que a Cláusula de Barreira seja respeitada, evitando que o clientelismo dos partidos pequenos continuem a existir.

A reforma da previdência também deve entrar na discussão política. Será que o atual sistema viabiliza que a Previdência Social possa existir por muito tempo? Qual seria a melhor alternativa para amparar os trabalhadores brasileiros?

E o Judiciário? Será que a população se sente satisfeita com a morosidade da justiça? O que a oposição pode apresentar para a população brasileira como alternativa para a melhoria do serviço do Poder Judiciário?

No que diz respeito à economia. Há uma máxima sobre aprovação e reprovação de governos: "É a economia, estúpido." Já ouviu isso? Pois bem, a aprovação de Lula se deu pelo momento econômico vivido pelo Brasil. Dilma, por conta dos gastos desenfreados do governo do seu antecessor e também pelo superaquecimento da economia, enfrenta uma ameaça real da volta da inflação, que foi sumariamente extinta pela oposição quando governava o país. Caso ela volte, como dá sinais que voltará, a oposição saberá desgastar o governo? Discurso já tem: "Nós acabamos com a inflação e o PT trouxe-a de volta." Esse é um discurso letal e de fácil percepção social.

Quanto ao respaldo popular, a oposição não precisa ter cautela sobre criticar ou não o governo, ela precisa criticar sim, oposição existe pra isso, se fosse pra elogiar, acabaria a necessidade da existência de uma oposição. Quando fazemos oposição consistente não agimos contra o governo, mas sim a favor do Brasil.

O Senador Aécio Neves sintetiza nas suas palavras a necessidade de uma oposição que se imponha e que realmente faça oposição. Os brasileiros precisam se sentir representados também pela oposição, mesmo que aprove o governo. Caso a oposição saiba utilizar o discurso e paute o governo no Senado e na Câmara dos Deputados, o caminho está dado para retomar a Presidência da República em 2014 com o Senador Aécio Neves.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina