O deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) adverte: CPI por consenso, com o “beneplácito do Palácio do Planalto" e sem independência, significará mais desmoralização para o Poder Legislativo. "Agora se faz acordo para instalar CPI. O que vai entender o povo desse acordo? Isso desmoraliza a Casa”, avalia. "Melhor não fazer CPI nenhuma a fazer uma CPI do Amém", completa.

Magalhães critica o que chama de “presidencialismo imperial” em vigor no Brasil. Diz que o sistema está ferindo de morte a independência da Camara e do Senado, uma vez que a Emenda Constitucional nº 32, que criou a obstrução da pauta para dar prioridade às medidas provisórias, tem o poder de paralisar o Legislativo. "Nos regimes parlamentares do Primeiro Mundo, é o Parlamento que derruba o Executivo; é o Parlamento que, por um voto de desconfiança, derruba ministérios. Aqui é o contrário: quem nos põe de braços cruzados, quem nos coloca em recesso fora de época é o Executivo”, observa.

Sobre os gastos abusivos do governo no cartão corporativo, ele lembra a transferência da Corte Portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808. D. João VI tinha entre 10 e 15 mil pessoas na sua Corte, todas sustentadas pelos cofres públicos. "Passaram-se duzentos anos e o Brasil conserva práticas da indigitada Corte de D. João VI, dos tempos da monarquia absoluta”, ironiza Magalhães.

Fonte: Blog Democrata