Quase metade do Senado defende Sarney no cargo
{ Posted on 17:33
by Edmar Lyra Filho
}
Da Folha de S. Paulo
Pelo menos um quarto dos senadores defende a licença do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), segundo enquete realizada pela Folha. Ele conta com o apoio de ao menos 36 senadores para continuar no cargo.
A reportagem ouviu 69 dos 80 colegas de Sarney (86%) ontem e anteontem. Questionados se o presidente da Casa deveria permanecer, pedir licença ou renunciar ao cargo, 22 avaliam que ele deveria se licenciar até que todas as denúncias contra ele sejam esclarecidas, o que representa 27% do universo possível (32% do total de ouvidos).
Onze não quiseram se manifestar, e 11 não foram ouvidos. Nenhum senador defendeu a renúncia de Sarney.
A pressão aumentou na semana passada, quando foram revelados novos casos de parentes e aliados atuando direta ou indiretamente no Senado. O PSOL estuda entrar com um pedido de processo por quebra do decoro no Conselho de Ética. A possibilidade de cassação é remota, já que precisa passar no conselho e no plenário.
É do PT o maior número de senadores que defendem o afastamento temporário. Dos 11 ouvidos na enquete, 6 são pela licença. Na semana passada, Sarney afirmou que estava sendo perseguido por apoiar o governo do presidente Lula, do PT.
No partido, Serys Slhessarenko (MT) integra a ala que acha que Sarney deve ficar no cargo. Tião Viana (AC), Paulo Paim (RS) e Eduardo Suplicy (SP) estão entre os que defendem o afastamento. O líder petista, Aloizio Mercadante (SP), prefere não se manifestar.
É no seu próprio PMDB que Sarney tem mais apoio, embora não seja unânime: 14 senadores dizem que ele tem de ficar no cargo, e só três optam pela licença.
No PSDB e no DEM, três senadores de cada partido defendem a licença. Neste último Sarney tem seu maior desafio. Seu aliado desde a eleição para o cargo, em fevereiro, o DEM passou a discutir publicamente sua saída. O partido reunirá a bancada na terça para tomar uma decisão. "A gente anda pelo interior do Estado e sente que o desgaste do Senado é uma coisa terrível", diz Raimundo Colombo (DEM-SC).
No PSDB, o líder do partido, Arthur Virgílio, afirmou que Sarney tem de se licenciar. "É minha opinião pessoal, mas, como líder, tenho de ouvir a minha bancada." Já Álvaro Dias (PR) defende a licença, mas duvida dela. "Não creio que ele vá para o sacrifício pessoal em nome da preservação da instituição", disse.
Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gim Argello (PTB-DF) estão por trás das estratégias para blindar Sarney. "O presidente vai ficar. Ele tomou as medidas corretas até agora", afirmou Argello.
A crise no Senado teve início em março, com a demissão do então diretor-geral, Agaciel Maia, após a Folha ter revelado que ele escondeu da Justiça uma mansão avaliada em R$ 5 milhões. No início deste mês, a crise se aprofundou, com a revelação de que o Senado usou 663 atos secretos, muitos dos quais para nomear e exonerar parentes e aliados de Sarney.
Pelo menos um quarto dos senadores defende a licença do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), segundo enquete realizada pela Folha. Ele conta com o apoio de ao menos 36 senadores para continuar no cargo.
A reportagem ouviu 69 dos 80 colegas de Sarney (86%) ontem e anteontem. Questionados se o presidente da Casa deveria permanecer, pedir licença ou renunciar ao cargo, 22 avaliam que ele deveria se licenciar até que todas as denúncias contra ele sejam esclarecidas, o que representa 27% do universo possível (32% do total de ouvidos).
Onze não quiseram se manifestar, e 11 não foram ouvidos. Nenhum senador defendeu a renúncia de Sarney.
A pressão aumentou na semana passada, quando foram revelados novos casos de parentes e aliados atuando direta ou indiretamente no Senado. O PSOL estuda entrar com um pedido de processo por quebra do decoro no Conselho de Ética. A possibilidade de cassação é remota, já que precisa passar no conselho e no plenário.
É do PT o maior número de senadores que defendem o afastamento temporário. Dos 11 ouvidos na enquete, 6 são pela licença. Na semana passada, Sarney afirmou que estava sendo perseguido por apoiar o governo do presidente Lula, do PT.
No partido, Serys Slhessarenko (MT) integra a ala que acha que Sarney deve ficar no cargo. Tião Viana (AC), Paulo Paim (RS) e Eduardo Suplicy (SP) estão entre os que defendem o afastamento. O líder petista, Aloizio Mercadante (SP), prefere não se manifestar.
É no seu próprio PMDB que Sarney tem mais apoio, embora não seja unânime: 14 senadores dizem que ele tem de ficar no cargo, e só três optam pela licença.
No PSDB e no DEM, três senadores de cada partido defendem a licença. Neste último Sarney tem seu maior desafio. Seu aliado desde a eleição para o cargo, em fevereiro, o DEM passou a discutir publicamente sua saída. O partido reunirá a bancada na terça para tomar uma decisão. "A gente anda pelo interior do Estado e sente que o desgaste do Senado é uma coisa terrível", diz Raimundo Colombo (DEM-SC).
No PSDB, o líder do partido, Arthur Virgílio, afirmou que Sarney tem de se licenciar. "É minha opinião pessoal, mas, como líder, tenho de ouvir a minha bancada." Já Álvaro Dias (PR) defende a licença, mas duvida dela. "Não creio que ele vá para o sacrifício pessoal em nome da preservação da instituição", disse.
Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gim Argello (PTB-DF) estão por trás das estratégias para blindar Sarney. "O presidente vai ficar. Ele tomou as medidas corretas até agora", afirmou Argello.
A crise no Senado teve início em março, com a demissão do então diretor-geral, Agaciel Maia, após a Folha ter revelado que ele escondeu da Justiça uma mansão avaliada em R$ 5 milhões. No início deste mês, a crise se aprofundou, com a revelação de que o Senado usou 663 atos secretos, muitos dos quais para nomear e exonerar parentes e aliados de Sarney.