Enquanto aguarda a resposta da Prefeitura do Recife ao seu pedido de informações, o pré-candidato do Democratas à Prefeitura do Recife, Mendonça Filho, adotou a estratégia de visitar bairros e órgãos públicos, para ouvir da população suas queixas e necessidades. “Precisamos construir uma mensagem baseada em propostas” afirmou hoje (23), no programa Samir Habou Hana. Durante cerca de uma hora de entrevista, ele falou comentou sobre educação, saúde, urbanização, gestão pública, relacionamento com adversários e respondeu perguntas de ouvintes.

Mesmo admitindo viver um momento “até certo ponto confortável” nas pesquisas, Mendonça pretende continuar suas andanças pela cidade porque entende que um candidato “não pode se acomodar”. E, pelo que tem ouvido nessas caminhadas, já sabe que pelo menos dois setores – saúde e educação – vão merecer uma atenção especial.

“Hoje, crianças de 10, 12 anos têm sido atraídas pelo tráfico para serem usadas como aviõezinhos no transporte de craque, maconha, cocaína”, denunciou para completar em seguida: “O papel da Prefeitura é resgatar essas crianças através de escolas de boa qualidade, em regime integral. É preciso fazer uma mudança radical na educação do Recife que, aliás, vai muito mal, ocupando o 27º lugar entre as capitais, segundo pesquisa do Sistema de Avaliação da Educação de Base”, disse.

A receita para escolas de boa qualidade disse ter aprendido nos oito anos de Governo (primeiro como vice e depois como governador) com os centros experimentais de ensino. “Desenvolvemos essa linha primeiro no Centro Experimental Ginásio Pernambucano e quando saí do Governo deixamos 30 escolas nesse regime integral, em 17 municípios do Estado”.

Com relação à saúde, afirmou que na visita a um posto na comunidade do Coque há duas semanas e também à Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, constatou falta de médicos – sobretudo especialistas –, de medicamentos e de aparelhamento, outra queixa da população local. Quanto aos Agentes Comunitários de Saúde, entende ser preciso melhorar a gestão. “Os agentes são pessoas trabalhadoras e dedicadas, mas o gestor público precisa melhorar a fiscalização. Muitas mães reclamam que não têm recebido visitas periódicas”.

Respondendo ao apresentador – boatos de que, se eleito, interromperia a transferência moradores de palafitas para casas de alvenaria – ele negou. “Nunca disse isso. É a mais absoluta mentira; esses boatos são contrapropaganda para dizer que só eles têm compromisso com os pobres”, desmentiu. Provocado a apontar pontos positivos da atual gestão, reconheceu que a urbanização da comunidade de Brasília Teimosa, no Pina, “foi uma ótima iniciativa” assim como “a inversão do trânsito em Boa Viagem”.

Com relação ao Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, o apresentador provocou Mendonça sobre se os R$ 30 milhões que a Prefeitura pretende investir na obra não seriam melhor aplicados em obras sociais. Para Mendonça, houve uma inversão de prioridades, além de irregularidades no processo de contratação. “Tanto que as obras já foram paralisadas pela Justiça várias vezes”. Entende que o bairro de Boa Viagem já é privilegiado pela localização e urbanização e que com 10% a 15% do valor a ser empregado no projeto atual, poderia ser construído um parque verde, com opções de lazer e esportes, como ocorre no Parque da Jaqueira. “E a maior parte do dinheiro poderia ser empregado na recuperação do Centro Social urbano Bidu Krause, no Totó, no de Campina do Barreto, da Mustardinha, do Alto do Pascoal e outras ações em áreas mais carentes”, concluiu.

Fonte: Democratas Pernambuco