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Guerra de táxis no aeroporto

{ Posted on 19:00 by Edmar Lyra Filho }

O estacionamento da área de desembarque do Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre virou terra de ninguém. É o que pensa grande parte dos 120 taxistas credenciados às duas cooperativas que têm autorização para trabalhar no local. O motivo é a invasão de veículos sem qualquer licença. Não são apenas táxis recifenses que estão tomando conta indevidamente da área. Ali param carros com praças de Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista e de São Lourenço da Mata. Até particulares e vans, denunciam os taxistas credenciados, tentam faturar ao oferecer viagens "mais baratas" aos passageiros. Para fazer isso, esses motoristas não medem esforços. Abordam as pessoas logo na saída do desembarque. Alguns estacionam os automóveis em pontos proibidos por lei.

A reportagem do Diario presenciou o assédio na hora do desembarque. Mal passam pelo portão, os passageiros são abordados. Taxistas mostram até cartões de visita. Há passageiros que descartam o serviço. Outros cedem à tentação. Afinal, do portão da sala de desembarque à calçada, alguns chegam a ser abordados três ou quatro vezes. E onde está o carro? Alguns, estacionam em trechos proibidos, como flagrou o Diario. Esses são os comuns, que têm adesivos azuis. Já os autorizados, têm a faixa vermelha.

"Essa invasão tem crescido nos últimos meses", atestou o presidente da Cooperativa de Serviço de Táxi Comum do Aeroporto (Coopstar), Edson Caetano. As reclamações são freqüentes. Por uma razão simples: elas afetam o bolso. Estima-se perdas superiores a 50% nos dois últimos anos. "Antes, um carro que trabalhava 24 horas costumava fazer 17 corridas diárias. Hoje faz oito ou nove", calculou. Por causa disso, segundo ele, motoristas autonômos estariam deixando de trabalhar no aeroporto, onde operam 120 táxis credenciados. Metade deles opera com a tarifa especial, que é 20% mais cara em função da segurança e da corrida tabelada. A outra parte trabalha com preços comuns, assim como os carros adesivados de azul.

Concorrência - Na queda-de-braço, os taxistas credenciados afirmam estar em desvantagem. "Temos que trabalhar com crachá, carros limpos e com ar condicionado. Os concorrentes não têm essas exigências", reclamou o taxista Abson Peres dos Santos. Sem falar do respeito a fila. Há cerca de dois anos com a concessão, Eduardo Lima conhece bem essa realidade. Se o táxi dele faz uma viagem é preciso esperar que os outros 59 façam. "Já os invasores não precisam fazer isso. Tem gente aí que faz o dobro de nossas viagens, pois não obedece essa lógica", comentou. E se vão reclamar com os não-credenciados, o que seria uma conversa termina em bate-boca. Às vezes, em xingamentos. Com o taxista Júnior Farias foi pior. "Falei e ouvi piadas, além de ameaças de apanhar", disse

Da mesma forma, os taxistas credenciados reclamam da segurança. "Quando um passageiro perde um objeto em um táxi nosso, basta apresentar o número de tiquete que é fácil localizar o veículo", argumentou o presidente da Cooperativa de Serviço de Táxi Especial do Aeroporto (Coopseta), Adauto Paes Barreto. O mesmo, ressaltou, nem sempre é assegurado para os não-credenciados.

Diário de Pernambuco,Vida Urbana, 25 de Março de 2008

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