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Centro do Recife, um resgate necessário e urgente

{ Posted on 23:00 by Edmar Lyra Filho }
Por Mendonça Filho

Tenho andado muito pelo Recife para conhecer e conviver com cada recanto da cidade e ouvir das pessoas como as coisas funcionam e como poderiam melhorar. Nessas “andanças pelo Recife”, já fui diversas vezes ao Centro, coração da nossa cidade e guardião da nossa riqueza histórica, cultural e arquitetônica e de um cenário único de beleza com seus rios e pontes. Antes palco de efervescência econômica, cultural e social, o Centro vive um período de declínio.

Sem dinamismo econômico, artístico e cultural a área hoje é cenário de prédios abandonados, desordenamento urbano e sujeira que, associados à falta de segurança, de estacionamento e às poucas opções de lazer e entretenimento expõem nosso Centro a uma situação vergonhosa que nega ao recifense o convívio com o melhor da sua cidade.

Assim como “expulsa” o turista, pois andar pelo Centro já não é mais um passeio agradável e seguro como antes. Com isso, afastamos, também, a possibilidade de mais uma fonte de geração de renda para o povo que ganha com o turismo e com o comércio.

Revitalizar o centro da cidade, envolvendo a população e os diversos setores interessados, além de ser importante economicamente, é um instrumento de resgate da identidade da cultura local. Tanto que esse tipo de intervenção urbana é uma realidade nas grandes cidades do mundo em especial na Europa.

Como recifense que se orgulha do nosso valor histórico e cultural e com a experiência de gestor público que tenho, sei que é possível promover uma intervenção radical no centro do Recife – bairros de Santo Antônio, São José, Bairro do Recife e Boa Vista.

O combate a degradação urbana no Centro do Recife pode ser feito através de ações emergenciais em quatro frentes: apoio, incentivo e indução para a ocupação das edificações ociosas com novas funções (serviços e habitação); incentivo a construção de edifícios garagens nas vias periféricas; revisão do plano de circulação de veículos e manutenção dos espaços públicos, em especial as calçadas, a iluminação pública e a limpeza urbana. O que significa dar a revitalização urbana caráter não apenas funcional, mas social com a humanização dos espaços coletivos.

A valorização dos marcos simbólicos e históricos existentes passa pela integração de equipamentos culturais notáveis como o Teatro Santa Isabel, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Cine São Luiz, Teatro do Parque, Casa da Cultura, O Instituto Histórico e Geográfico, o Conjunto do Carmo, o prédio do Diário de Pernambuco, para construir um circuito turístico-cultural do Centro do Recife. O nosso Centro é um lugar recheado de história e tradição. É o lugar certo para fazer turismo cultural.

Infelizmente, o trabalho de revitalização do Centro iniciado pelo Bairro do Recife na gestão de Jarbas Vasconcelos e continuada na de Roberto Magalhães foi abandonado na gestão do PT. E o resultado foi o esvaziamento artístico e cultural da área e a conseqüente perda do dinamismo turístico.

Todos sabem que em todo lugar do mundo é nos centros urbanos que o turista gosta de estar. No caso do Recife, ficar no centro significa estar a poucos minutos de Boa Viagem, de Olinda, de Igarassu e até mesmo da praia Porto de Galinhas. Além disso, quem vem a negócios está perto do Centro de Convenções, em Olinda, de órgãos públicos e de lojas, das mais populares às mais luxuosas, como as do Paço Alfândega. Por que não aproveitarmos esse potencial?

Para fazer esse aproveitamento é preciso ter decisão política para mudar, para investir recursos públicos e para atrair investimentos privados, que possam resgatar ao Centro do Recife a sua dignidade histórica, cultural, econômica e, principalmente, social.

O projeto de revitalização dos espaços como a Praça Machado de Assis, o projeto de integração cultural do Cine São Luiz, Casa da Cultura – hoje decadente – do prédio dos cinemas Trianon e Art Palácio em local para atividades comerciais e de serviços, e outras idéias, são perfeitamente viáveis.

E nesse ponto, é importante ressaltar o meu compromisso com as pessoas que trabalham no Centro e que de lá tiram seu sustento. Qualquer intervenção que venha a ser feita na área vai melhorar a vida e o negócio daqueles que produzem lá. Minha disposição é olhar o Recife dentro de uma perspectiva de futuro e de conforto para os recifenses.

Por essa razão apresentei à Imprensa na última terça-feira propostas para tornar isso possível não só em palavras, mas levei técnicos – como o arquiteto Zildo Caldas e o urbanista Paulo Roberto de Barros e Silva – para mostrar a viabilidade de projetos concretos e factíveis para o edifício JK e a Praça Machado de Assis.

Neste contexto o resgate do centro do Recife será objeto de uma gestão compartilhada constituída por representantes de setores produtivos e agentes públicos, visando à elaboração da Agenda de Ação Imediata para a sua implantação, com metas definidas para o período 2009/2012.

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