Paula Imperiano – Coluna Foco (Folha de Pernambuco)

No circuito político, observadores vêem a decisão de João Paulo de defender a prorrogação do mandato de Lula na Marcha dos Prefeitos, em Brasília, como mais uma jogada de mestre do petista pernambucano. O que se coloca é o seguinte: indo contra a orientação do próprio presidente, ele, se não está sendo notado por Lula pelo seu poder político, quer mostrar o mal que pode causar - seguindo ensinamentos de Maquiavel.

Com a iniciativa, João Paulo beneficia-se da popularidade de Lula e arranha o presidente politicamente, já que é um líder petista e defende algo que causa embaraço ao presidente junto à base aliada. E ainda mostra seu poder de chamar a atenção - tanto política como popular.

João Paulo chegou à Prefeitura auxiliado por uma certa rejeição popular ao seu antecessor, Roberto Magalhães, que passava, na época, por uma fase aparentemente autoritária, definem nossas fontes. Mas na avaliação delas, ele vive dias de autoritarismo, agora. Isso não só no plano político, mas mesmo administrativo, impondo projetos rejeitados popularmente, como Dona Lindu, Conde da Boa Vista e Orla de Boa Viagem.

No plano político, impõe não só aos aliados como ao próprio PT o nome de João da Costa que, no primeiro momento, tem uma receptividade semelhante à Conde da Boa Vista.