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Linha Verde: a integração do Recife com o futuro

{ Posted on 23:12 by Edmar Lyra Filho }
Por Mendonça Filho

Recife tem tudo para ser uma cidade melhor: tem cultura, tem história, tem beleza, tem tecnologia, tem um povo trabalhador e uma economia forte, robustecida com a retomada do desenvolvimento econômico de Pernambuco.

A partir de três pilares - infra-estrutura, atração de investimentos e políticas sociais – o governo Jarbas/Mendonça conseguiu em oito anos resgatar posição econômica de destaque no presente e abrir um cenário futuro muito próspero a partir de Suape.

Nesse contexto, o Recife do futuro pode manter a sua relevância ou percorrer o inaceitável caminho do esvaziamento econômico, caso não se integre a esse novo eixo de desenvolvimento.

Se hoje essa colocação pode parecer “alarmista”, uma rápida olhada no passado permite constatar que fenômeno parecido ocorreu com Olinda que perdeu relevância econômica para a nossa capital, em função do desenvolvimento gerado pelo Porto do Recife.

A preocupação com o futuro do Recife esbarra na triste constatação de que a nossa cidade não tem planejamento estratégico para pensá-la a longo prazo, independente de governos, porque a atual gestão arquivou o que havia sido planejado até então. Tecnologia de planejamento e técnicos qualificados nós temos em abundância, basta sensibilidade política e compromisso com pensar o Recife além do período de um governo.

Apenas para relembrar, em 1975 surgiu o primeiro traçado da proposta de uma via costeira metropolitana, elaborado pela FIDEM, para promover a integração do processo de urbanização do litoral. Passadas mais de três décadas da proposta contida no então Plano de Transporte da Região Metropolitana, percebe-se não apenas sua relevância como a visão estratégica dos planejadores dos anos setenta.

Neste período, o lado norte da RMR foi beneficiado com três intervenções que compõem o sistema viário estrutural da RMR – o Eixo de Integração Paulista/Igarassu, a triplicação da PE-15, trecho Olinda/Paulista, e ainda, a requalificação da PE-01, trecho Olinda/Maria Farinha. Estas duas obras realizadas nos Governo Jarbas Vasconcelos/Mendonça Filho.

Na área central da RMR, a Avenida Agamenon Magalhães se insere na proposta da FIDEM como parte da via costeira proposta, interligando a Joana Bezerra a Igarassu. Por outro lado, a dinâmica urbana da metrópole consagrou a Zona Sul do Recife como fronteira de expansão predominante, território de adensamento habitacional, de comércio e serviços de caráter regional. Por essa razão, os fluxos gerados pelos movimentos entre o centro do Recife/Zona Sul e intermunicipais, constituem um problema grave para a mobilidade da população, requerendo uma urgente ação estruturadora.

Assim, há que se cuidar da implantação de via expressa no trecho Joana Bezerra/Suape, conferindo ao projeto o conceito metropolitano e, ao mesmo tempo, focando no Recife a prioridade da intervenção, porque é aqui que os fluxos se somam e provocam os congestionamentos diários. Por isso, insisto na necessidade da retomada do Projeto da Linha Verde, elaborado na gestão do Prefeito Roberto Magalhães e engavetado na atual gestão.

A sua substituição pela Via Mangue, quatro anos após o abandono da Linha Verde, contém dois equívocos – no plano da decisão política, ao retardar a solução do problema por mais de 10 anos, a custos incalculáveis para o povo do Recife; e, no que se refere ao planejamento, ao propor uma via urbana local para resolver uma questão intermunicipal;

Agravando estes equívocos, a atual gestão descartou a modelagem de viabilização financeira da Linha Verde, a partir de Parceria Público Privada (PPP). Na contramão desta equação financeira, a Via Mangue seria executada com recursos públicos, onerando o Tesouro Municipal em mais de R$ 300 milhões que poderiam ser aplicados nas áreas carentes da cidade e no próprio sistema viário local. A Via Mangue reflete uma inversão de prioridades e o mau uso dos recursos públicos numa obra viária que não resolve o problema da mobilidade na Zona Sul.

A proposta da Via Sul Metropolitana se insere no conceito da Linha Verde, incorporando no seu primeiro trecho benefícios complementares, dos quais se destacam: a criação do corredor exclusivo de ônibus ou de veículo leve sobre trilhos na Av. Domingos Ferreira e Av. Jequitinhonha; a requalificação da Av. Boa Viagem, dando-lhe um caráter proeminente de lazer; a incorporação à cidade de áreas estagnadas ou subutilizadas localizadas no trajeto da nova via; a criação do anel de proteção ao Parque dos Manguezais, bem como a remoção das palafitas do seu entorno pela construção de habitações para as famílias; e ainda, a integração com projetos estruturadores como a Linha Sul do Metrô, o Aeroporto dos Guararapes e o Complexo Turístico do Paiva.

Além desses aspectos, é urgente a integração Recife-Suape, em virtude do novo território de oportunidades e sua escala regional. A integração de fluxos de pessoas e de transporte, de trocas e de serviços entre o Recife e Suape é decisiva para a apropriação dos ganhos econômicos decorrentes dos investimentos em Suape, principalmente na geração de empregos. Se o poder público não oferecer ao trabalhador condições de deslocamento rápido do Recife para buscar novas oportunidades de emprego e melhoria de vida no eixo de Suape, nossa cidade pode enfrentar um processo de migração da sua população para cidades como Cabo e Ipojuca.

Não podemos permitir que o Recife se torne um território apartado desse ciclo de desenvolvimento, ficando à margem em decorrência de equívocos políticos e de visão excludente. A Via Sul Metropolitana não só está parcialmente implantada, mas em execução nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho, através de Parceria Público-Privada firmada em nosso período de Governo, visando à viabilização do Projeto Paiva e da ligação com SUAPE.

Recife já vive hoje um processo de esvaziamento econômico segmentado no setor de turismo, quando um parcela representativa do turista de lazer que desembarca no Aeroporto dos Guararapes segue direto para Porto de Galinhas e litoral sul e depois deixa nosso Estado sem conhecer a beleza, a história e a hospitalidade do povo recifense.

Temos que discurtir alternativas para garantir a Recife integração ao novo pólo de desenvolvimento do Estado. É meu compromisso com o povo do Recife evitar o erro estratégico, retomando o Projeto da Linha Verde e reinserindo o Recife no tempo da antecipação do futuro, tão bem projetada pelos nossos planejadores.

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