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PT tem diretores em 7 dos 10 maiores fundos

{ Posted on 20:38 by Edmar Lyra Filho }
De Ranier Bragon:

O "DNA político" dos 43 dirigentes dos grandes fundos de pensão estatais brasileiros mostra uma forte relação com partidos políticos, notadamente o PT, sendo que um dos elementos dessa ligação pode ser medido objetivamente: 56% desses diretores fizeram doações financeiras a candidatos nas últimas quatro eleições. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, foi o destinatário de quase um terço delas.

A Folha entrevistou deputados, senadores e sindicalistas para traçar uma radiografia das diretorias executivas dos dez maiores fundos de pensão de estatais federais, que reúnem R$ 218 bilhões em suas carteiras de investimento -53% do total controlado pelos 278 fundos, privados e públicos.

Entre os "dez mais", o PT tem ligação clara com integrantes da diretoria executiva de sete deles. O PMDB do Senado mantém ascendência sobre pelo menos dois, restando influência periférica, aqui e ali, a outros partidos que compõem a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre nomes, seis políticos são os mais citados quando se pergunta sobre a influência exercida na composição das direções dos fundos de pensão:

1) Berzoini, que tem atuação histórica no sindicalismo bancário paulista, controlado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pelo PT; 2) o ex-ministro Luiz Gushiken, "padrinho" assumido da indicação do atual presidente do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras; 3) o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cuja atuação se daria, a partir de 2003, por meio de 4) Marcelo Sereno, seu braço direito à época; 5) o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP); 6) o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), também do PMDB.

O discurso praticamente unânime de todos os fundos, quando abordados sobre as ligações de seus diretores com forças políticas, é o de que o critério técnico prevaleceu na indicação ou eleição para o cargo. De fato, todos os 43 dirigentes têm um currículo de atividades na área -quase sempre na empresa que patrocina o fundo.

Mas a recente tentativa do PMDB de alterar a composição da Real Grandeza (fundo dos funcionários de Furnas Centrais Elétricas) e as suspeitas sobre o direcionamento de investimentos, durante o escândalo do mensalão, mostram a fragilidade dessa afirmação.

O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), ex-ministro das Comunicações, dá um exemplo ao falar sobre o caso Real Grandeza, cuja ligação mais expressiva até agora de relação política se dá pelo fato de seu presidente, Sérgio Wilson, ter trabalhado com um aliado do ex-presidente e ex-governador mineiro Itamar Franco.

"O pessoal do movimento de defesa das estatais esteve comigo esses dias e disse que na Real Grandeza tem todos os partidos, inclusive o PDT." Wilson foi militante do PDT na década de 80 e, conforme mostrou a coluna "Painel" da Folha, o diretor Roberto de Carvalho Panisset tem atuação pela CUT e é filiado ao PDT, embora afirme ter se afastado da militância desde 2004.

Desde 2002, quando o PT era oposição, as doações eleitorais partidas desse grupo de 43 pessoas ficou em torno de R$ 10 mil. Quatro anos depois, quando a maioria já exercia o atual cargo, o total de doações declaradas à Justiça foi para R$ 154 mil, dinheiro quase que exclusivamente destinado a petistas.

Berzoini, o mais beneficiado com as doações, recebeu R$ 10 mil de cada um dos presidentes dos três maiores fundos federais, a Petros (funcionários da Petrobras, presidida por Wagner Pinheiro de Oliveira), a Funcef (funcionários da Caixa Econômica Federal, presidida por Guilherme Narciso de Lacerda), e a Previ (funcionários do Banco do Brasil, presidida por Sérgio Ricardo Silva Rosa), entre outras doações.
Folha de São Paulo

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