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500 sacos pretos sobre a areia de Boa Viagem lembram vítimas de assassinatos no Estado

{ Posted on 02:20 by Edmar Lyra Filho }


O posto sete de Boa Viagem, zona sul do Recife, amanheceu nesta quinta, primeiro de maio, com um cenário chocante para quem foi aproveitar o feriado do trabalhador à beira-mar. A ONG Recife pela Paz espalhou sobre a areia, nas imediações da Padaria Boa Viagem, 500 sacos pretos em memória das 1.500 pessoas assasinadas no Estado desde o início do ano.

A imagem lembra um campo de batalha e tem como objetivo provocar uma reação por parte das pessoas no sentido de pressionar os governos para dar uma basta à escalada da violência.

Os jornalistas do blog PEBodyCount, que faz a contagem do número de assasinatos ocorridos em Pernambuco, também participaram do evento no Recife escrevendo os nomes de 100 vítimas fatais - e reais - sobre os sacos plásticos dispostos na areia.

"Há famílias inteiras sofrendo por causa de um gatilho que foi puxado", disse Daniel Chagas, um dos coordenadores da Recife pela Paz. O protesto é feito em parceria com a ONG Rio de Paz, que atua de maneira semelhante no Estado do Rio de Janeiro.

"Do ponto de vista da economia, o País vai muito bem. Mas no quesito segurança pública o panorama ainda é trágico", ressaltou o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, que está no Recife. "Não há espaço para a celebração (do governo), se o direito à vida não está sendo respeitado".

Costa lembrou que, enquanto o Brasil apresenta uma taxa de 27 assasinatos por 100 mil habitantes/ ano, no Chile este número não passa de 1,7, nos Estados Unidos é de 5,6 e na Itália de apenas 1.

Na semana passada, a Rio de Paz colocou duas mil cruzes no Aterro do Flamengo, na capital fluminense.

MANIFESTO

Nesta quinta, os integrantes das duas entidades recolhem assinaturas para um manifesto que será entregue ao governo federal propondo 15 ações contra a violência.

Os coordenadores das ONGs esperam reunir um total de 1 milhão de assinaturas em todo o País. Se você também quiser assinar, acesse o site da Rio de Paz: www.riodepaz.org.br. Leia agora os 15 pontos do manifesto.

1. Estabelecer como prioridade central das políticas de segurança a redução dos crimes letais, estabelecendo metas e compromissos que restaurem a autoridade da lei.

2. Determinar metas de redução de mortes durante operações policiais, de forma a preservar a vida de policiais, moradores e transeuntes.

3. Reforçar o policiamento ostensivo em áreas de maior incidência de homicídios, especialmente em comunidades carentes.

4. Redefinir e controlar a metodologia de intervenção policial em comunidades carentes; adotar policiamento de tipo comunitário, prevenindo conflitos locais, reprimindo o uso indiscriminado de armas de fogo, reduzindo balas perdidas.

5. Priorizar a juventude, integrando definitivamente as políticas de segurança pública às demais: educação, planejamento familiar, lazer, saúde e geração de trabalho e renda; promover ações de interação positiva entre as polícias e as comunidades, particularmente com crianças e jovens.

6. Priorizar a investigação dos crimes de morte e do uso de armas e munições ilegais, a fim de que a aplicação das sanções da lei seja imediata e possa ser útil para dissuadir a prática do crime.

7. Monitorar a utilização de armas e de munição por unidades de polícia, e por policial. Aperfeiçoar o controle de estoques nas unidades.

8. Qualificar permanente e adequadamente toda a força policial; utilizar também profissionais de fora das corporações, em universidades, para capacitar os instrutores policiais, de forma que sejam trocados métodos, idéias e informações amplas e atualizadas.

9. Elevar o piso salarial dos policiais civis e militares, tornando-o um valor compatível com a importância social desses profissionais e com os riscos que enfrentam.

10. Ampliar programas de apoio à segurança e a seguridade social dos policiais e de suas famílias.

11. Reforçar as Corregedorias e Ouvidorias policiais, garantindo-lhes recursos e independência em relação às chefias de polícia, ao corporativismo e a pressões políticas.

12. Atualizar os dados da violência apresentados pelo Instituto de Segurança Pública, para incluir os dados das chamadas delegacias tradicionais, que devem ser urgentemente informatizadas.

13. Tratar a dependência química de drogas como problema de saúde pública; realizar um amplo e permanente trabalho de conscientização e desestímulo ao uso de drogas.

14. Reivindicar que todas as esferas do governo cumpram o seu papel no combate à violência, disponibilizando recursos para a segurança pública e fiscalizando eficazmente as fronteiras para impedir a entrada de drogas, armas e mercadorias contrabandeadas.

15. Construir estabelecimentos prisionais diferenciados segundo a periculosidade dos presos e proporcionar condições dignas de custódia a todos eles.

Fonte: Blog de Jamildo

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