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Reforma só no papel.

{ Posted on 16:02 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Ao chegar ao final do seu segundo mandato e, após várias tentativas frustradas de fazer a esperada “reforma política”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso concluiu que uma empreitada desta magnitude, que pressupõe um debate com todos os partidos com representação no Congresso, deve ser realizada por um presidente recem-empossado e, portanto, pouco sujeito às pressões de toda natureza que acontecem quando os políticos começam a fazer conta sobre o que vão ganhar ou perder com uma mexida na legislação eleitoral.

Pois bem, FHC concluiu seu mandato, Lula completou o seu de oito anos, Dilma já vai está no final do primeiro ano no cargo e nada foi feito. Esta semana, em meio à insegurança generalizada nos municípios pelo temor da esperada proibição das coligações proporcionais – único ponto acordado por todos os partidos – o TSE lembrou, através de nota, que não há mais tempo hábil para mudar as regras para a eleição de 2012. Ou seja, tudo continuará como está.

Na verdade, embora se costume dizer que a Reforma Política “é a mãe de todas as reformas” e se aponte a questão das campanhas e dos seus financiamentos como um chamariz para os que desejam se corromper, os passos não são dados e as peças não se movem.

Estranho sobretudo é o presidente Lula que ficou oito anos no Planalto, num céu de brigadeiro, surfando na maré do crescimento econômico, vir só agora, que está fora do Poder, se oferecer para intermediar um acordo como se presidente fosse.

Mas, independente dos apelos midiáticos do ex-presidente que não levam a lugar nenhum, uma coisa parece clara e antecede qualquer discussão sobre o tema: a reforma só sairá com tranqüilidade se for passar a vigorar pelo menos duas eleições adiante.

Aliás, o governador Eduardo Campos chegou a falar sobre isso no início deste ano mas parece que não foi ouvido.

Pelo clima vivido esses dias nos municípios com a perspectiva de as coligações proporcionais não vigorarem para a eleição de 2012, deu para sentir que, se algo aparentemente tão simples provoca tanto alvoroço, imagine-se quando forem discutidos temas mais sofisticados como o voto distrital, as listas partidárias e o financiamento público das campanhas.

Deputados e senadores em pleno mandato dificilmente vão se entender e implantar uma reforma política para vigorar na próxima eleição. Vão ficar fazendo cálculos, com receio de perder os mandatos e nada vai andar. Por isso parece brincadeira todos os debates que têm sido feitos como se a reforma fosse sair amanhã.

Deste jeito, sem enfrentar os desafios de frente, sem dar um prazo futuro para que as mudanças passem a vigorar, vão todos continuar enganados ou enganando a população, o que desgasta ainda mais a já tão desgastada classe política.

CURTAS

De molho

Ao defender o PT das acusações de estar trabalhando para desestabilizar a Frente Popular, lançando candidatos próprios, o senador Armando Neto falou com conhecimento de causa. Seu PTB também está perdendo quadros para o PSB e outros partidos da base, como aconteceu no Cabo

Astrologia

João Paulo girou, girou e acabou dando razão ao seu astrólogo Eduardo Maia que o aconselhou a deixar para lá a eleição de 2012 e se preparar para 2014. Embora tenha ensaiado romper com os astros, o ex-prefeito acabou demonstrando que a astrologia é o seu forte.

José Mucio

Há quinze dias esta coluna informou, em primeira mão, que o governador Eduardo Campos trabalha com a possibilidade de apoiar José Múcio como candidato à sua sucessão. Esta semana esta informação foi ressaltada na coluna Diário Político pela jornalista Marisa Gibson.

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