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A conquista e o embaraço de Ana.

{ Posted on 16:14 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Advogada, mãe dedicada, mulher batalhadora e muito bem votada nas eleições de 2010, a deputada federal Ana Arraes sentiu na pele os rigores do exílio que vitimou sua família, obrigando pai e irmãos a deixar o nosso país enquanto ela, casada com o escritor Maximiano Campos, era obrigada a permanecer aqui com receio constante de ser vítima de algum revés. Não só ela como o marido e os próprios filhos.

Por essas credenciais, Ana estaria apta a disputar uma vaga de ministra do Tribunal de Contas da União se esse fosse o seu desejo, como ela deixou a entender que era, a julgar pela forma como se plantou ao telefone e se dedicou a horas seguidas de reuniões em Brasília nos dois últimos meses.

Obteve a vitória, todos sabem, devendo ser a primeira mulher a chegar ao TCU na condição de ministra, o que seria uma honra para qualquer outra mulher brasileira, política ou não.

Mas, infelizmente, Ana sentará na cadeira tendo que explicar-se diante do exagero que foi a dedicação do seu próprio filho, o governador Eduardo Campos, a esta empreitada, deslocando-se de norte a sul para cabalar votos, numa disputa de vida ou morte.

Qual filho dedicado não fica satisfeito em trabalhar pela ascensão da própria mãe? Há, porém, que se conter o ímpeto de apelar ao tudo ou nada como se a candidata precisasse disso, não estivesse apta a recorrer à sua própria experiência de vida – e isso é um componente importante num cargo desses – ou profissional para chegar onde chegou.

O exagero do governador acabou tirando um pouco o brilho da conquista, em que pese o ineditismo da mesma.

Logo depois de fechada as urnas e apurados os votos, quando os amigos ainda a abraçavam e parabenizavam, Ana foi obrigada a responder à imprensa que a questionava sobre o fato de ter chegado ao TCU como mãe de um governador que a catapultou até o cargo mais alto e vitalício do tribunal.

Esta certo que as mulheres políticas – como bem demonstrou a jornalista Marisa Gibson em sua coluna no Diário de Pernambuco – ainda precisam da garupa dos homens para chegar a patamares mais altos, como foram os casos, por ela citados, da atual presidente Dilma e da própria Ana Arraes.

Com apenas uma diferença, dizemos nós. Dilma é uma cria política do ex-presidente Lula que não tem com ela nenhum vínculo de parentesco. Já no caso da Ana ela é mãe do governador que a ajudou a chegar lá.

Ao vê-la embaraçada e nervosa, defendendo-se na entrevista à imprensa da acusação de nepotismo, ficamos na torcida para que as mulheres cheguem a um lugar na política em que não precisem mais disso para mostrar o seu valor.

CURTAS

Sinésio sobe - Com a saída de Ana Arraes da Câmara dos Deputados e a confirmação de Severino Ninho como novo deputado federal, a primeira suplência da bancada governista fica agora com o vereador Josenildo Sinésio, do PT no Recife. Sinésio teve 35 mil votos em 2010 e Ninho dois mil a mais.

Astros explicam – O astrólogo Eduardo Maia, orientador do deputado federal João Paulo, corrige nota desta coluna na semana passada. Diz que não foi responsável pela indicação a João Paulo do nome de João da Costa: “quem sou eu para ter este poder?. “ Diz que seu trabalho foi fazer um estudo astral sobre o candidato e a campanha, após a escolha de João Paulo.

PSB na cabeça – Quem leu a entrevista do secretário Ranilson Ramos no final de semana ficou convencido de que em 2014 o PSB terá seu próprio candidato a governador. O PT e o PTB, que lutam para que os senadores Humberto Costa e Armando Monteiro conquistem os votos da base governista para suceder Eduardo, devem ter colocado as barbas de molho.

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