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Violência causa perplexidade ao Governo.

{ Posted on 23:40 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Os policiais pernambucanos tiveram suas férias suspensas este mês de dezembro e o secretário de defesa social , Wilson Damásio, convidou esta semana, de forma enfática, os prefeitos metropolitanos a ajudar o estado a evitar um atropelo: fechar o ano de 2011 em Pernambuco com um número de homicídios maior do que em 2010, o que poria abaixo a promessa feita pelo governador em 2007 de reduzir em 12% a violência estadual, usando como instrumento o programa Pacto pela Vida.

Esses fatos acabaram causando perplexidade à população até então acostumada a ouvir e ver na propaganda governamental que Pernambuco vem se livrando da violência e investindo maciçamente para conseguir seu intento. Chegou-se a fazer desfilar na TV milhares de jovens policiais contratados e milhares de carros novos, agora locados.

O que teria levado o Palácio do Governo a acender o sinal vermelho de forma abrupta? Em primeiro lugar, o fato apontado pelo próprio secretário de um aumento em si da violência medida pelo número de homicídios. Na verdade,de janeiro a novembro de 2010, Pernambuco registrou 3.195 homicídios e no mesmo período deste ano o número chegou a 3.232, ou seja,37 a mais.

Em segundo lugar, e aí a informação não foi divulgada mas vazou entre os entendidos no assunto, seria que o Governo está com a posse do resultado de pesquisas que apontam um crescimento da sensação de insegurança da população, o que denotaria que, além do número de homicídios vir aumentando, os roubos e assaltos estariam crescendo bem mais.

Quem anda pelo nosso estado, não só no Grande Recife mas também no interior, sabe que o medo dos pernambucanos tem aumentado à proporção que se divulgam os assaltos a caixas eletrônicos e a agências bancárias em geral, sem falar no receio que os recifenses têm hoje de trafegar à noite pelos viadutos ou parar nos engarrafamentos após os arrastões que aconteceram na capital, principalmente na época do inverno.

Apesar das precauções e quase pânico do Governo, Pernambuco ainda é o estado do Nordeste que apresenta nos últimos anos maior redução da violência, como atestou o Mapa da Violência feito pelo Instituto Sangari e recentemente divulgado.

Nem mesmo os mais críticos ao programa Pacto pela Vida se arriscam a acompanhar o receio governamental e acham que o Pacto não fracassou porque conseguiu, se não reduzir drasticamente o índice de homicídios, como vem acontecendo em São Paulo e Rio de Janeiro (67% e 49% de redução de 2000 a 2010) pelo menos vem equilibrando o jogo.

O que então motivaria o medo governamental? Apontam-se dois fatores. Um deles o receio de que o aumento do número de homicídios deste ano em relação ao ano passado se repita nos anos seguintes o que, aí sim, traria uma grande frustração e sensação de fracasso. Pernambuco, por exemplo, conseguiu em 2004, mesmo sem Pacto, reduzir em quase 400 o número de homicídios em relação a 2003 e, mesmo assim, o crime voltou a recrudescer.

O segundo fator seria decorrente do primeiro. Com planos nacionais, o governador teria conseguido “vender” a nível local, regional e nacional a imagem de grande administrador e isso poderia ser maculado exatamente no setor mais sensível e preocupante: o da segurança.

Área, por sinal, cuja administração é exclusiva do governador. Nas demais, sobretudo no que se refere ao crescimento econômico, Eduardo teria que dividir os louros com o PT e o ex-presidente Lula.

Seja qual for o motivo que teria levado o Governo a reagir, inclusive publicamente, como foi o caso da entrevista concedida pelo secretário Damásio , a verdade é que o problema da segurança em Pernambuco não aconselha arroubos de comemorações como as que foram feitas quando houve uma redução real de homicídios, e, muito menos, o estabelecimento de metas, como a assinada embaixo por Eduardo de reduzir em 12% os homicídios.

Todos sabiam que no momento em que este percentual não fosse cumprido a sensação de fracasso poderia derrubar todo o otimismo ou substituí-lo por uma perigosa frustração, como acontece agora.
CURTAS

Em baixa - Embora sejam do conhecimento de todos as escaramuças que abalam o PT pernambucano por conta das desavenças entre João Paulo e João da Costa, o que se comenta entre filiados ao partido é que outras duas figuras importantes da legenda estariam sendo fritadas intramuros: os secretários Isaltino Nascimento e Maurício Rands. Motivo: seriam hoje mais eduardistas do que petistas, o que é considerado um pecado entre os sectários.

Dois no páreo – Se depender da opinião do senador Jarbas Vasconcelos as oposições terão dois candidatos a prefeito do Recife em 2012, garantindo de pronto a realização de um segundo turno. Mas Jarbas acha que é ainda muito cedo para definições até porque não há, no momento, clareza sobre o comportamento a ser adotado pelos partidos governistas no pleito.

Calados – O PT de Olinda, que assumiu ares de independência há cerca de dois meses no que se refere à aliança histórica com o PCdoB, deu uma mergulhada depois que o prefeito Renildo Calheiros deu prazo para que os petistas resolvam se ficam ou saem do governo municipal. Enquanto isso, o PSB olindense se insinua, nos bastidores, para disputar a vice dos comunistas, ocupando o lugar tradicional do PT em Olinda.

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