Em 2008, o Democratas tinha uma chapa relativamente boa, com jovens candidatos a vereador, com profissionais liberais, artistas, etc. Além disso, detinha um pré-candidato que figurava na liderança das pesquisas pela prefeitura do Recife.

Naquela eleição o DEM obteve 17.123 votos de legenda, impulsionados pela candidatura de Mendonça Filho que ficou em segundo lugar. A chapa de vereadores conseguiu obter 48.107 votos, o que totalizou 65.230 votos, dividido pelo quociente eleitoral que foi de 22.756 votos, o DEM conseguiu eleger dois vereadores e um na sobra, totalizando uma bancada de três vereadores. Os mais votados daquela eleição foram Priscila Krause com pouco mais de 10 mil votos, Marcos Menezes com mais de 9 mil votos e Romildo Gomes que obteve menos de 6 mil votos. Tiveram também nomes como Pink do Big Brother que teve 4 mil votos e Paulo Roberto, ex-vereador, que conseguiu 3 mil votos. Os demais candidatos, com pouca experiência tiveram de 2 mil votos pra baixo.  Mesmo assim, a bancada foi muito boa.

Para a eleição do ano que vem, a situação da chapa de vereadores do DEM é complicadíssima. A primeira baixa foi a saída de Romildo Gomes para o PSD, que pode ser subtraído quase seis mil votos do total de votos obtidos na eleição passada. Caso Pink e Paulo Roberto sejam candidatos novamente, a tendência é diminuírem a votação, pelo fato de terem conseguido relativa estrutura e mesmo assim não lograram êxito. Além do mais outros candidatos com menos votos saíram de cena como Robero Leite que teve pouco mais de 2 mil votos. Isso significa que a tendência é de diminuição no total de votos da chapa demista.

Mendonça Filho, mesmo que seja candidato, dificilmente contribuirá para que o DEM obtenha 17 mil votos de legenda como em 2008. A tendência é que o partido chegue a 10 mil votos. Priscila Krause deve aumentar a votação para algo em torno de 12 mil votos, Marcos Menezes deve chegar aos 10 mil.  A cauda (candidatos não-eleitos) que deu 23 mil votos ao DEM, incluindo a votação de Pink, Paulo Roberto e Robero Leite, não deve chegar a mais de 15 mil votos.

Portanto, o DEM teria 10 mil de legenda, 22 mil de Priscila e Marcos Menezes e 15 mil de cauda, totalizando 47 mil votos. Se considerarmos um quociente eleitoral de 24 mil votos, que é o que os matemáticos da área estão projetando para 2012, o DEM teria direito a 47 mil dividido por 24 mil,  o que daria 1,95. Este cálculo, num cenário otimista, garante a atual bancada do DEM para janeiro de 2013. Consequentemente, Priscila Krause e Marcos Menezes continuariam na Câmara Municipal do Recife.

Em um cenário menos otimista, sem candidatura própria e sem participar de um chapão, o DEM teria algo em torno de 2 mil votos de legenda, votações de Priscila e Marcos mantidas, teriam 19 mil votos, e uma cauda dando 10 mil votos. Totalizando 31 mil votos. O que daria 1,29. Mais próximo de 1 do que de 2. O DEM elegeria apenas um vereador.

O risco de Marcos Menezes repetir o feito de Waldemar Borges aumenta bastante. Pra quem não lembra, em 2004, Waldemar obteve quase 7 mil votos disputando pelo PPS, porém, a chapa pós-comunista daquele ano não ultrapassou o quociente eleitoral e Waldemar, mesmo tendo uma das maiores votações, não logrou êxito.

Diante desta situação, a melhor alternativa para o DEM é tentar ingressar num chapão da oposição, porque com 20 mil votos dos seus maiores candidatos elegeria um vereador e ajudava a eleger o segundo com a votação de outros partidos como PSDB, PPS, PMN e PMDB.

Resta saber se os 'parceiros' oposicionistas vão querer fazer um chapão com o DEM.