Por Terezinha Nunes

Criadas inicialmente por jovens especialistas em TI – Tecnologia da Informação- para melhorar o contato com os amigos em um mundo onde as relações pessoais estão cada vez mais difíceis, as redes sociais, em especial You Tube, Facebook e Twitter, entraram de vez na política durante a última campanha presidencial norte-americana. Pessoas, em geral desconectadas do ambiente político, encontraram na Internet uma maneira de, repetindo o slogan de Barack Obama “ sim, nós podemos”, ajudar a colocar um negro na presidência dos Estados Unidos, muito antes do que se poderia esperar.

Mais recentemente, as redes sociais se mostraram uma ferramenta importantíssima para a luta do povo pela democracia nos países islâmicos, até pouco tempo quase impenetráveis aos ideais de liberdade espalhados há milênios por outras partes do mundo. Ditadores caíram e outros estão prestes a isso depois que,do aconchego de seus lares, jovens e adultos organizaram manifestações e foram às ruas mostrar sua força e seu poder de fogo.

O Brasil não ficaria imune a esta efervescência tecnológica sobretudo depois que foi içado ao posto de um dos mais expressivos entre os países em desenvolvimento no uso do Facebook e do Twitter. Em artigo recente o ex-presidente Fernando Henrique ressaltou a importância
destes instrumentos para a política explicando que seus usuários “em grande maioria ausente do jogo político partidário” acabarão se interessando por ele na medida em que participem de um debate bem planejado.

FHC sugere que a oposição brasileira participe deste processo como forma de levar suas mensagens diretamente à população. No Brasil e em Pernambuco, sobretudo, onde a oposição está numericamente inexpressiva no parlamento, as redes sociais são um instrumento não só de comunicação dos partidos oposicionistas com seus simpatizantes como uma forma de expressão direta do descontentamento daqueles que não andam satisfeitos com o trabalho dos governos, em todos os níveis.

Em Recife, particularmente, sem qualquer motivação partidária, estão surgindo movimentos da sociedade civil via Facebook e Twitter dignos de nota como é o caso do (ACORDA RECIFE) criado por iniciativa do médico Carlos Bayma e de um grupo de amigos e que em apenas 10 dias já tinha mais de 2 mil seguidores. De computador na mão, celular ou máquina fotográfica estes usuários passam o dia mostrando como anda a cidade e, naturalmente, criticando o que está errado.

Não demorou para que o Governo do Estado e a Prefeitura passassem a desmerecer o trabalho realizado, na tentativa de impedir a ação dos seus militantes, chegando a dizer que os boatos que surgiram na semana passada sobre problemas na barragem de Tapacurá teriam partido das redes sociais. Nada mais falacioso. Desde a grande enchente de 1975 os recifenses ficaram com fobia a chuvas e enchentes e o boato daquele ano ocorreu e se espalhou sem que existisse sequer a Internet.

Mais penoso foi observar, no episódio citado,a distância entre a comunicação dos governos – estadual e municipal- e a ação imediata das redes sociais. Enquanto através delas se sabia como estavam os municípios atingidos, minuto a minuto, o Governo insistia para que as pessoas procurassem se informar nos seus diversos sites. Ora, depois do Twitter e Facebook os sites viraram quase dinossauros cibernéticos.

Queiram ou não os governos a verdade é que as redes sociais chegaram para ficar e serão daqui pra frente cada vez mais instrumentos de fiscalização da opinião pública, o que só faz fortalecer a democracia no momento em que a grande maioria dos políticos só quer saber de
ser Governo e ter Poder.

A importância das redes sociais, porém, não agrada apenas a oposição. O próprio governador, tão logo tomou conhecimento de que seus usuários acompanhavam passo-a-passo o que acontecia, resolveu dar uma entrevista coletiva no Palácio e esclarecer a situação.

Sua fala, imediatamente repetida nas redes sociais, tranqüilizou de imediato todos os que se encontravam apreensivos com a falta de informações oficiais. O resultado foi bom para todo mundo.

CURTAS

Usina Nuclear

Não podemos descrer das afirmações do governador Eduardo Campos, mas algo existe por trás da matéria divulgada esta semana pelo influente e sério Relatório Reservado, dando conta de que Pernambuco venceu a guerra com o Ceará e sediará a usina nuclear do Nordeste que ficará no município de Itacuruba. Quando se sabe que o Piauí também pleiteia o investimento causa espécie a escolha de Pernambuco, mesmo que ela tenha sido uma decisão tomada sem conhecimento do governador, que soltou uma nota irada a respeito do assunto.

PAC Empacou

O PAC 2, que o ex-presidente Lula lançou com o único objetivo de ajudar Dilma a se eleger, pois a crise econômica já batia à nossa porta, está dando com os burros n'água não só em Pernambuco onde se encontram paradas obras de trechos da Transposição e da Transnordestina. O Jornal O Estado de São Paulo mostrou que os canteiros estão sendo abandonados em todo o País e exibiu obra por obra paralisada.

Explicação

Era difícil imaginar que o ex-senador Marco Maciel, a esta altura do campeonato, iria manchar sua biografia, trocando dois cargos no Governo de Gilberto Kassab por apoio político. Maciel, que nem sequer usou as verbas indenizatórias quando parlamentar, não ia precisar de R$ 12 mil de Kassab para mudar de posição. Recusou as ofertas e conservou a paz na sua consciência.