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Banalizando o malfeito.

{ Posted on 21:28 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Há 10 anos no poder, aplicando um método de aliciamento que reduziu a oposição a menos de uma centena de deputados federais – insuficiente até para aprovar requerimentos – o PT tem feito de tudo para se manter no ápice.

De acordo com os stalinistas russos, que baniam das fotografias oficiais seus desafetos, o partido vem tentando vender a idéia de que é certo o que está errado, com o objetivo de apagar seus próprios erros.

Com a ajuda do ex-presidente Lula, reabilitou mensaleiros e aloprados e protagonizou, recentemente, um episódio vergonhoso para o país: a festa que celebrou a volta à legenda de Delúbio Soares, uma espécie de caixa-preta partidária que os próprios petistas, mais cuidadosos, cuidaram de aposentar.

De dez dias para cá, porém, a certeza da impunidade parece ter subido à cabeça do partido ou de seus dirigentes mais afoitos. De uma só vez se tomou conhecimento de que o poderoso ministro Antonio Palocci, braço-direito da presidente Dilma, conseguiu, em quatro anos, multiplicar por 20 seu patrimônio e que o Ministério da Educação adquiriu e está distribuindo com 4.232 escolas o livro “Por uma Vida Melhor” de um autora desconhecida chamada Heloísa Ramos, que, simplesmente, ensina a falar e escrever errado o nosso idioma,o português.

O que uma coisa tem a ver com a outra? Aparentemente nada. Mas só aparentemente. Os dois casos demonstram, como bem definiu a jornalista Dora Kramer, de O Globo, “a celebração da ignorância (no caso do livro) e a banalização do malfeito (no caso Palocci)”, na sua opinião, “duas marcas registradas do PT”.

O caso Palocci, como fora antes o de José Dirceu, que também ficou rico fazendo “consultorias”, o partido está buscando abafar , afirmando que Palocci (que é medico) tornou-se um grande entendedor de economia na época em que foi ministro da fazenda e por isso estaria ganhando muito dinheiro de empresas privadas às quais presta serviço (não citou as empresas e se recusa a dar qualquer informação a respeito).

Mas, no caso de Palocci, cedo ou tarde se pode ficar sabendo se os recursos que ganhou foram lícitos ou ilícitos e ele pode vir a responder por isso.

No caso do livro de português, porém, a situação é pior e é até mais grave, já que lida com o futuro de milhões de crianças que precisam saber ler e escrever corretamente para ter sucesso na vida. Os entendidos do MEC tentaram justificar, para explicar o inexplicável, que a língua certa é a falada, mesmo que errada, e que exigir que as crianças falem certo é preconceito com quem fala errado.

Mas pode ser exatamente aí onde se esconde a “celebração da ignorância” de que fala Dora Kramer. Parece que porque Lula, a maior liderança partidária, não estudou e fala errado, os petistas agora querem que o Brasil inteiro fale errado para esconder os defeitos do ex-presidente.

Falar errado, evidentemente, não é um defeito para quem nunca teve chance de estudar mas é um defeito para quem, como Lula, não quis continuar os estudos, mesmo tendo condições para isso. Inclusive, se quisesse, pagando escola particular.

Ao contrário, o ex-presidente sempre tentou passar para os jovens a visão de que não era necessário saber para vencer na vida.

Mas, como o excesso de esperteza acaba penalizando o esperto, o PT pode estar, com a arrogância característica de quem acha que pode tudo, cavando sua própria sepultura.

Qualquer mãe de família, mesmo que nunca tenha ido à escola, sabe o que é certo e luta com unhas e dentes para ver o filho estudar e se dar bem na vida. Não vai nunca embarcar nessa de que o certo é falar errado.

CURTAS

Alerta

O economista e professor universitário Carlos Alberto Fernandes, em artigo recente, chamou a atenção do Governo do Estado para a possibilidade de estar ocorrendo aqui em Pernambuco, o mesmo fenômeno que hoje acomete o PT a nível nacional e relatado no comentário acima: o excesso de poder. Segundo ele, há no Palácio uma “ obsessão pela unanimidade” e conclui que “num regime de democracia plena, nenhum governante pode desprezar a contribuição dialética que a oposição presta aos governos. A ação de alerta amarelo é como alguns chamam de mal necessário”-diz..

Imprensa 10

Com uma oposição cada vez menor, se não fosse a ação vigilante da imprensa brasileira já estaríamos em uma ditadura que se intitularia de esquerda, já que o comando se encontra com o PT. Mas como qualquer ditadura é perniciosa e limitadora das liberdades, seja de esquerda ou de direita, a imprensa está livrando o país de um retrocesso igual ao que se estabeleceu em 1964, de triste memória.

Copa pública

Em 15 de junho de 2007 ao anunciarem a vinda da Copa de 2014 para o Brasil, o então presidente Lula e o presidente da CBF Ricardo Teixeira declararam que a copa seria um investimento privado. Nada seria utilizado de dinheiro público. Agora se sabe que era engodo: todos os estados sedes estão tendo que investir nos estádios pois as empresas não querem pagar o preço sozinhas. Pernambuco investirá R$ 400 milhões, São Paulo R$ 350 milhões e Rio de Janeiro R$ 650 milhões.

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