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As eleições chilenas

{ Posted on 00:03 by Edmar Lyra Filho }
*Por: Maurílio Ferreira Lima

O Chile é completamente diferente do Brasil. País branco, falando língua de branco, sem índios, negros e mulatos. População instruída, alto nível de vida. Tem bolsões pobres, mas não tem miseráveis.

Não tem nenhuma identidade com os países andinos e apesar da tenebrosa ditadura de PINOCHET sempre teve intensa vida partidária. Portanto, não é automático dizer que o que acontece no CHILE pode acontecer no Brasil. Entretanto é inegável o efeito psicológico do resultado das eleições presidenciais na cabeça e comportamento dos políticos brasileiros.

A Presidente do Chile, Michele Bachelet, fez um governo de pleno êxito e sua popularidade só é menor do que a de LULA. O candidato dela, Eduardo Frei, sempre esteve atrás em todas as pesquisas contra um empresário riquíssimo, erradamente chamado de direita.

A pergunta que se fazia no Chile é a mesma do Brasil, HAVERÁ TRANSFERÊNCIA DE VOTOS? Michele BACHELET FOI PARA AS RUAS PEDIR VOTOS PARA SEU CANDIDATO E PERDEU. NÃO HOUVE TRANSFERENCIA DE VOTOS.

Esses são os fatos e contra fatos não há argumento. Esse resultado deve ter abalado psicologicamente DILMA ROUSSEFF, o PT e LULA e encheu de alegria tucanos e democratas, além de reforçar no PMDB a ala que quer evitar que o Partido apóie DILMA.

No meio povão e opinião publica a influência é zero, mas no meio político é quase um terremoto. Só pesquisas futuras com resultados mais fortes ou fracos a favor de Dilma, tirarão ela da defensiva ou enterrarão sua candidatura.

É erro rotular

É um erro grave em política rotular pessoas e fatos. Dizer que no Chile ganhou a direita, já se pensa na era Pinochet com policia política, tortura, censura e outras desgraças.

Nada disso vai acontecer.

Quem ganhou a eleição foi um capitalista riquíssimo, que sabe que o que mais atrapalha o capitalismo é um ditador, com uma família que não quer trabalhar, mas roubar muito.
Uma justiça desmoralizada e não reconhecida internacionalmente. Censura e ausência de Parlamento livre e plural e pluripartidário.

Na cabeça desse empresário, dividir o mundo entre esquerda e direita é coisa anterior aos dinossauros, é jurássica. Pelo seu perfil, acredita em primeiro lugar no mercado e parcerias com o capital investidor estrangeiro e acha que essa história de Partidos marxistas devem existir no seio de um Parlamento plural e multipartidário.

O Estado não pode decidir segundo padrões ideológicos e deve ser forte sem ser intervencionista ou se ingerir na produção para exercer um papel regulador na sociedade e abrir portas no exterior para o comercio. Esse é o perfil do novo Chile a nosso ver.

*Maurílio Ferreira Lima (PMDB) é ex-deputado federal.

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