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José Jorge bem perto de se tornar ministro do TCU

{ Posted on 18:38 by Edmar Lyra Filho }

Gustavo Krieger // Do Correio Braziliense

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado foi palco ontem de uma situação curiosa. Tinha de examinar os nomes de dois candidatos para uma só vaga de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Aprovou os dois, que vão se enfrentar novamente na semana que vem, desta vez em votação secreta no plenário. Mas um foi mais aprovado que o outro. O ex-senador pernambucano José Jorge obteve os 26 votos possíveis. Já o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) teve só 14, contra nove contrários e três abstenções.

O placar é um claro sinal de que a vitória de José Jorge se repetirá em plenário. Nesse caso não haverá uma grande mudança na composição política da corte. O ex-senador do Democratas vai ocupar a vaga deixada por um ex-senador do antigo PFL, Guilherme Palmeira. Não por acaso, os movimentos que antecedem a votação são marcados por articulações e acordos entre os partidos. Formalmente um órgão auxiliar do Congresso, o Tribunal de Contas tornou-se alvo das ambições de políticoscom e sem mandato. Atualmente, entre os nove membros há três ex-deputados, dois ex-senadores e um ex-ministro de Estado.

É um cargo atraente. Um emprego vitalício, com o mesmo salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de R$ 24,5 mil mensais. E com o poder de julgar as contas de todas as autoridades brasileiras. Dos prefeitos ao presidente da República. "Quando eu era deputado, demorava semanas para conseguir audiência com os ministros. Agora, os ministros pedem para falar comigo", conta, em caráter reservado, um dos integrantes da corte.

Ex-senador pernambucano passou a semana atrás de votos dos ex-colegas.

Não por acaso, o último cargo disputado por José Jorge havia sido a vice-presidência da República. Em 2006, ele foi o companheiro de chapa do tucano Geraldo Alckmin, derrotado por Lula. Ex-ministro de Minas e Energia, senador e deputado por quatro mandatos, atual presidente da atual presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB), ele sua a camisa atrás da vaga no TCU.

Articulação - José Jorge passou a semana em campanha. Foi de gabinete em gabinete. Normalmente com boa acolhida. Sempre foi um tipo popular no Congresso. O arraial que promove para a festa de São João atrai políticos de todas as legendas. Um hábito que ele não sabe se vai manter caso vá para o tribunal. Afinal, pode se ver na contingência de julgar as contas de alguns de seus convidados. "Estou otimista", afirmou. "Não sei se ganhei os votos, mas recebi muitos elogios."

Quintanilha parecia menos animado. "A candidatura não é minha e sim uma decisão da bancada", disse. A bancada não espera que ele vença. O senador entrou na disputa para uma negociação política. O PMDB esperava retirar o nome dele pouco antes da votação e, em troca, ganhar a adesão do Democratas à candidatura do partido para a presidência do Senado. Diante do resultado na Comissão de Assuntos Econômicos, a manobra perdeu o sentido.

Técnicos - O ministro Ubiratan Aguiar, um ex-deputado que se prepara para assumir a presidência do TCU, diz que há pouco espaço para o jogo político no cargo. "Você chega ao tribunal e não nomeia nem mesmo a equipe de seu gabinete", afirmou. "As decisões dos ministros são tomadas com base em relatórios técnicos da auditoria e nossos auditores são técnicos extremamente preparados. Não há margem para que os ministros discordem apenas por questões políticas". Ubiratan diz que "a pior parte do trabalho é julgar os amigos".

Pode ser, mas os políticos continuam atrás da vaga. O deputado Osmar Serraglio (PMDB), já conseguiu se eleger para a Primeira Secretaria da Câmara, um dos cargos mais disputados da casa. Mas não conseguiu ir para o TCU. O ministro da Previdência, José Pimentel, é outro que fracassou na tentativa de ingressar na corte.

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