A nota encaminhada pela Executiva do PV a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa é equivocada e autoritária.

O PV, sob a égide de Sérgio Xavier, quis ingressar no Governo Eduardo Campos. Posição legítima, porém, contestável.

Sérgio Xavier jogou pesado para tirar de João Braga o comando do PV em Pernambuco, foi um dos responsáveis pela ida de Marina Silva para o partido e se articulou para ser candidato a Governador.

Xavier chegou a ser cogitado para se candidatar ao Senado na chapa de Jarbas Vasconcelos em 2010. Declinou e optou por uma candidatura própria a Governador.

Na condição de candidato a Governador, se colocou na oposição a Eduardo Campos e contribuiu com a candidatura de Marina Silva no estado. Sérgio Xavier foi impulsionado pela 'Onda Verde' e conseguiu abocanhar mais de 90 mil votos para Governador.

Mesmo assim, o grande vencedor em termos políticos e eleitorais do pleito de outubro foi, sem dúvidas, o Deputado Daniel Coelho.

Daniel foi um excelente vereador do Recife por dois mandatos, sendo, no primeiro, o líder da oposição ao Governo João Paulo e atuou com brilhantismo, a prova é tanta que ele aumentou consideravelmente sua votação de 2008 em relação a 2004.

Na eleição para Deputado Estadual foi o segundo mais votado no Recife, mostrando sua competência e seu respaldo da população pernambucana.

Todos sabem da ligação de Daniel Coelho com a oposição. O seu pai, João Coelho, ex-deputado, já foi assessor do Senador Jarbas Vasconcelos.

Daniel Coelho fez oposição ferrenha ao PT. Não caberia, sob hipótese alguma, que ele ficasse no mesmo lado do PT, participando da Frente Popular.

A não ser que ele considerasse isso coerente, bem como a própria Frente Popular. Cabia ao povo julgar essa decisão dele nas urnas.

A verdade é que Daniel Coelho não mudou. Quem mudou foi o PV.

Seja por motivos republicanos ou não, Sérgio Xavier e a executiva do PV têm todo o direito de integrar o Governo Eduardo Campos.

Porém, o PV deveria respeitar o direito de Daniel Coelho de exercer a função de líder da oposição na Assembleia, tendo em vista que ele teve o respaldo de quase 50 mil pernambucanos e também é respaldado por sete dos dez deputados integrantes da oposição na Assembleia para ocupar o posto.