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Violência volta a crescer e desafia Governo.

{ Posted on 00:05 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Citado, até recentemente, como um exemplo de eficiência no Nordeste, ao ponto de alguns estados desejarem conhecê-lo e copiá-lo, o plano de combate à violência do Governo de Pernambuco, batizado de Pacto pela Vida, mostra sinais de arrefecimento neste quinto ano de administração do governador Eduardo Campos.

O número de homicídios – principal referência usada pelo próprio Governo para medir os resultados do Pacto – voltou a aumentar. De janeiro a julho de 2010 foram assassinadas 2.135 pessoas no estado. De janeiro a julho deste ano o número chegou a 2.167 assassinatos.

Qualquer política de segurança pode ter momentos de inflexão mas causa preocupação este recrudescimento da violência quando o próprio Governo costuma colocar – inclusive com o uso da propaganda institucional na TV – que, aproveitando o bom momento econômico vivido pelo estado, foram contratados, através de concursos públicos, milhares de novos policiais e algumas centenas de milhares de novas armas foram adquiridas para combater a bandidagem.

Mas, para os observadores da situação da violência em Pernambuco, não causa estranheza os novos números divulgados pela imprensa e confirmados pela Secretaria de Defesa Social que já admite a possibilidade de este ano não atingir a meta de redução de 12% no número de homicídios prevista pelo próprio governador. Quando lançou o Pacto, Eduardo fez questão de estabelecer este percentual como o mínimo a ser alcançado.

A verdade é que, como a meta foi colocada apenas no que se refere ao número de homicídios e esta passou a ser obsessão dos analisadores do Pacto dentro do próprio Governo, não se cuidou de reduzir também os outros índices como assaltos, seqüestros e, mais recentemente, o arrombamento de caixas eletrônicos. O que fez com que a sensação de insegurança persistisse, apesar da redução momentânea dos assassinatos.

Houve descaso também no que se refere ao crescimento da violência no interior do estado, fato denunciado pela oposição na Assembléia por diversas vezes e, em todas elas, desdenhados pelas autoridades de segurança, apesar do verdadeiro clamor de prefeitos, vereadores e até das autoridades eclesiásticas. É do conhecimento de todos o assassinato recente, à luz do dia, de vereadores e radialistas em cidades antes pacatas como Vitória de Santo Antão e Itacuruba.

Há que se creditar ao governador a iniciativa de convocar a sociedade civil e todos os níveis de poder no estado para participar da formulação e encaminhamento do Pacto pela Vida. Mas como, apesar desse esforço, o problema não vem sendo resolvido, pode cair por terra, o que é desanimador, a idéia de que nesta área a democratização das discussões não resolve o problema.

Também é desanimadora a constatação de que o número de homicídios volta a aumentar em Pernambuco quando, de forma gradativa, estes números vêm caindo, há anos, em estados como São Paulo, Minas Gerais e até mesmo no Rio de Janeiro, a cidade tida como de maiores problemas nessa área em todo o país.

A verdade é que, apesar de contar em sua coordenação com um professor universitário, Luís Raton, o Pacto pela Vida parece não ter entusiasmado a Academia que poderia, sim, através de pesquisas, contribuir para analisar melhor as causas da violência pernambucana, algo que, pela dimensão, demonstra ser um problema cultural e histórico, devendo ser melhor pesquisado e entendido.

Não é à toa que o estado, sempre ocupando o primeiro ou segundo lugares no ranking nacional da violência urbana, tem batido recordes nacionais também no assassinato de mulheres e de gays, o que demonstra intolerância e preconceito. Tudo isso fora a questão do machismo, de que não se deve levar desaforo para casa, além do caso das drogas, sobretudo o crack que, segundo a Polícia Federal, está hoje disseminado em todo o Estado, inclusive nas menores e mais distantes cidades.

CURTAS

Incólume

Uma das poucas pessoas no PT que têm um bom relacionamento com João Paulo e João da Costa, o vereador Josenildo Sinésio deixou a liderança do Governo na Câmara para cuidar de sua campanha à reeleição. Ele ganhou muitos elogios no PT por ter conseguido atravessar incólume a pior fase de João Costa que começou no rompimento com João Paulo e teve seu ápice neste inverno de alagamentos e transtornos.

Tucanos fortes

O PSDB tende a sair muito forte, entre as legendas oposicionistas, da eleição de 2012. Deve ter candidatos a prefeito em mais de 50 municípios com perspectiva real de eleger entre 25 e 30. Tende também a consolidar uma liderança metropolitana podendo eleger os prefeitos do Cabo, Ipojuca, Itapissuma e Jaboatão (nesses dois reeleição) e também o do Recife.

PT livre

O senador Humberto Costa tem dito aos pré-candidatos a prefeito pelo PT que o têm procurado que o partido vai ter candidatos majoritários em todos os municípios onde isso for possível, mesmo que em alguns este candidato possa não ser o mesmo indicado pelos demais partidos da base governista. Só tem feito, por enquanto, uma exceção: o município de Olinda onde a tendência é o apoio à candidatura à reeleição do prefeito Renildo Calheiros.

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