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Pajeú não é Pernambuco.

{ Posted on 22:48 by Edmar Lyra Filho }
Por Ivanildo Sampaio*

É pena que a presidente Dilma tenha passado pelo Sertão sem estender sua viagem ao Pajeú. Ela teria visto o que é difícil qualquer governante ver, porque costuma viajar cercado de segurança extrema, faz os percursos de helicóptero, e tem agendas agradáveis.

Daí ser impensável imaginar a presidente percorrendo os obstáculos mapeados como rodovias, ligando cidades como Sertânia e São José do Egito, Tabira, Afogados da Ingazeira e muitas outras, inclusive Calumbi, a cidade onde ela teve 96,52%, a maior votação proporcional do País.

É pena, também, que o governador Eduardo Campos não tome conhecimento da situação das estradas do Pajeú. Acreditamos que se ele percorresse algumas dezenas de quilômetros das piores rodovias de Pernambuco, talvez do Brasil – se abstrairmos a catastrófica Transamazônica que, na verdade, nunca chegou a ser de fato uma rodovia –, no dia seguinte poderia fazer uma faxina semelhante à da presidente Dilma no Ministério dos Transportes.

Claro, não seria o caso de se buscar as mesmas razões – suspeita de propinas –, mas de algo igualmente desastroso para uma administração pública: a incompetência. O problema das rodovias do Pajeú é mais grave porque não se trata de algo que aconteceu de repente, um mal fortuito. Ele vem sendo trabalhado e aprofundado há muitos anos. Os pequenos buracos se transformaram em crateras ou trechos sem pavimentação.

A ironia é que esses trechos sem pavimentação oferecem hoje melhores condições de circulação do que onde há pedaços de asfalto. O resultado é indigno para qualquer administração pública, muito menos para uma que vem conquistando o coração dos pernambucanos pelo desempenho em quase todas as áreas. Quase, porque o governador Eduardo Campos – provavelmente por desconhecer a gravidade do problema – não deu até hoje atenção às estradas do Pajeú.

Mais grave ainda é verificar que faltam lideranças locais, municipais, capazes de sensibilizar o Estado para o problema. É como se não existissem prefeitos no Pajeú, uma microrregião onde predominam políticos do mesmo partido do governador, ou seus aliados. Onde o governador e a presidente Dilma tiveram consagração nas ruas e nas urnas.

Onde muitos deputados – estaduais e federais – foram buscar os votos necessários para conquistarem seus mandatos, mas, infelizmente, parecem nada ter a ver com os problemas do povo, em que sobressaem as estradas, por onde circulam ônibus, ambulâncias e cada vez mais caminhões, até em decorrência do fortalecimento da economia estadual.

Lastimamos a ideia de que os gigantescos obstáculos rodoviários do Pajeú só venham a ter um tratamento desejável quando ocorrer uma tragédia. Ela ainda não aconteceu porque são tantos os buracos, tamanha a dificuldade de mobilidade, que não há quem ultrapasse os obstáculos em velocidade superior a 20 quilômetros por hora e invariavelmente na primeira marcha. Mas a tensão nervosa do tráfego e a ignorância da situação das rodovias – especialmente à noite – podem enlutar Pernambuco.

*Ivanildo Sampaio é jornalista do Jornal do Commercio.


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O texto do jornalista Ivanildo Sampaio retrata uma questão que há muito tempo venho batendo aqui. Eduardo Campos, apesar de fazer um bom governo, tem deixado o sertão do Pajeú abandonado. A questão das estradas colocam em xeque o bom governo que Eduardo faz. Porque sem estradas de qualidade não há desenvolvimento, e sem desenvolvimento, não há sociedade. A crítica também vale para o secretário de transportes Isaltino Nascimento, vulgo Isaltino Buracão.

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