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Dilma recorre a Lula e fragiliza mulheres.

{ Posted on 19:10 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma Rousseff alimentou as expectativas das mulheres brasileiras que ainda são raras no Congresso Nacional, nos Governos estaduais, nas Prefeituras, nas Assembléias e também nas Câmaras Municipais. Representando mais de 50% dos eleitores, as mulheres ocupam menos de 15% dos cargos eletivos, ou seja, preenchidos mediante eleição.

Seguindo desta tendência, para uma mulher chegar à Presidência por mérito próprio ia levar décadas. Mas, no caso de Dilma, isso não foi necessário. Ela foi simplesmente pinçada do bolso do ex-presidente Lula que, do alto de sua popularidade, conseguiu transformá-la de “mãe do PAC” a “mulher de Lula”, como a chamavam na campanha as pessoas mais pobres.

Mas, como não se pode produzir uma presidente ou presidenta a toque de caixa, Dilma, nesses cinco primeiros meses de mandato, tem contribuído muito mais para “queimar o filme das mulheres “ como pessoas capazes, tanto quanto os homens, de administrar o nosso país, do que servido, como muitas esperavam, como motivo de orgulho para o público feminino.

Está certo que a presidente, enquanto precisou apenas corresponder a demandas mais gerais, se saiu bem. Começou mudando a Política Externa, abandonou a pirotecnia característica do seu antecessor, assumindo ares de pessoa que sabe resguardar a liturgia do cargo, e deu a impressão de que não se subordinaria, tanto quanto Lula, ao fisiologismo da base aliada.

Não demorou para que a máscara caísse e, há poucos dias, as mulheres e os brasileiros em geral viram, perplexos, Lula voltar a governar, desembarcando em Brasília, sem pedir licença, reunindo políticos, partidos e contornando as crises que Dilma mostrou-se inapetente ou mesmo incompetente para administrar.

Está certo que o caso Palocci não é responsabilidade só dela mas como a “gerentona” que o PT vendia ao país e Lula fazia questão de ressaltar, Dilma deveria pelo menos ter se precavido e mantido o ministro bem longe do seu gabinete. Pelo contrário: soube com antecedência, segundo Palocci , das suas milionárias “consultorias” e , mesmo assim, o nomeou principal ministro do Palácio do Planalto.

Pega de calças (saias) curtas, Dilma ficou sem ter o que dizer e, para evitar uma crise sem precedentes, chamou Lula para ajudá-la, perdendo credibilidade perante a Nação e mostrando uma fragilidade que as mulheres não imaginavam que ela pudesse apresentar com tão pouco tempo de mandato.

Mas há coisas ainda piores. Dilma teve que engolir um livro do MEC que ensina as crianças a escrever errado e em menos de uma semana foi obrigada a desistir do kit contra a homofobia, produzido pelo mesmo MEC e aprovado pelo Governo, sob pressão, clara, da bancada evangélica.

Desmoralizou-se ao ponto do deputado federal do Rio, Antony Garotinho, pastor evangélico, ter apelado para o deboche. Agora faz nova ameaça à presidente dizendo que se ela não mandar a base do Governo votar a favor da PEC 300, que beneficia os militares, os evangélicos vão convocar Palocci. E apelou “tenho um diamante de R$ 20 milhões nas mãos”, referindo-se ao que Palocci ganhou com sua consultoria.

Pode ser que nas atuais circunstâncias de temperatura e pressão, substituindo um presidente que acostumou muito mal sua base, negociando o toma-lá-dá-cá, o sucessor de Lula, mesmo sendo homem, fosse se atrapalhar. Mas Dilma não estava preparada para exercer a função – nunca fora sequer prefeita – e, se não se corrigir rapidamente, as mulheres vão demorar muito a voltar à Presidência. Mesmo que tenham capacidade política, experiência e traquejo, coisa que ela evidentemente não tem.

CURTAS

Novos nomes - Além das pré-candidaturas a governador já conhecidas - as dos senadores Armando Neto(PTB) e Humberto Costa (PT) - a base do Governo na Assembléia comenta cada vez mais sobre a possibilidade de até 2014 um outro nome surgir no cenário aliado: o do vice-governador João Lyra(PDT). Embora tenha se espalhado que Lyra teria assumido compromisso com o governador de ficar no Governo e não disputar, caso ele se desincompatibilize, muito pouca gente acredita que isso vá prosperar. Lyra estaria mostrando interesse pela disputa.

Creches para todos - O prefeito de Petrolina, Júlio Lossio, está fazendo uma pequena revolução no atendimento a crianças pobres em seu município: já inaugurou 25 novas creches e, no ritmo que vai, até o final deste ano chegará a 100 creches. Com um detalhe que garante a continuidade do trabalho: as creches são administradas por uma fundação encarregada de gerir o programa e não deixar cair a qualidade no atendimento.

PT mostra as garras - Ao mesmo tempo que o PTB mostra cada vez mais independência na base do Governo, quem leu a carta que o ex-presidente do PT, Jorge Perez, enviou para os militantes partidários esta semana, percebe que o Partido dos Trabalhadores também está com as antenas ligadas e se preparando para disputar 2012 com o olho em 2014, independente do que possam estar pensando partidos atualmente aliados como o PSB e o próprio PTB.

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