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Chavez: de amigo a inimigo

{ Posted on 02:12 by Edmar Lyra Filho }
Por Terezinha Nunes

Em 11 de maio de 2005, dois anos depois de ter estado no Palácio do Campo das Princesas para assinar uma “carta intenções” com o presidente Lula e o governador Jarbas Vasconcelos, o presidente da Venezuela Hugo Chavez anunciou – antecipando-se ao governo brasileiro- que a refinaria da Petrobrás no Nordeste seria em Pernambuco, teria o nome de Abreu e Lima (herói pernambucano que lutou ao lado de Simon Bolivar pela independência da Venezuela) custaria US$ 2 bilhões e teria a participação da estatal venezuelana PDVSA.

O namoro de Chavez com Pernambuco teve início no ano 2000, quando o presidente ainda era FHC, por iniciativa de empresários pernambucanos, e em 2002 o então vice-governador Mendonça Filho esteve em Caracas, em nome do Governo do Estado, para discutir a parceria. Se Chavez não tivesse se antecipado dificilmente a refinaria seria construída em Pernambuco. A Petrobrás relutava, preferia ampliar as refinarias da Bahia ou do Rio de Janeiro, e o presidente Lula confessava a interlocutores que teria dificuldade de tomar a decisão para não criar problemas com os demais estados nordestinos que pleiteavam o mesmo empreendimento.

Independente, portanto, do caudilho em que se transformou, Chavez jogou a favor de Pernambuco e ganhamos o investimento mas, de lá para cá, por motivos desconhecidos do grande público, a PDVSA se desentendeu com a Petrobrás, apesar da amizade de Chavez com Lula e depois com Dilma, e a verdade é que até agora não colocou um tostão sequer no empreendimento, obrigando a Petrobrás a declarar que vai tocá-lo sozinho se a Venezuela não se definir.

O que teria levado Chavez, tão entusiasmado pelo projeto, a desistir dele? Muitas coisas foram ditas mas nenhuma comprovada, como a de que a PDVSA estava exigindo assumir a distribuição de combustíveis no Nordeste em troca da parceria e, mais recentemente, que os venezuelanos não teria mais recursos disponíveis para tal já que estariam atravessando uma crise econômica.

Esta semana, porém, se começou a descobrir a razão do imbróglio. Segundo o jornal O Estado de São Paulo o problema teria sido de ordem financeira. Não que a PDVSA esteja atravessando uma crise mas porque contesta o valor do empreendimento que em 2005, no anúncio de Chavez, estava orçado em US$ 2 bilhões, até o ano passado pulou para US$ 13,3 bilhões e já estaria perto de US$ 14,4 bilhões.

Colocada contra a parede pela Petrobrás que exige uma definição até o final de agosto, a PDVSA, sem dúvida com o conhecimento de Chavez, alegou que o custo está maior do que deveria e teria sugerido até a realização de uma auditoria internacional ´para passar um pente fino nos números da refinaria.

Um vexame sem tamanho que a Petrobrás, certamente, com receio de desgaste internacional está tentando abafar, se negando a atender à imprensa ou a comentar o assunto.

Uma auditoria internacional na Refinaria Abreu e Lima é tudo que a Petrobrás não deseja sobretudo depois que o Tribunal de Contas da União acusou superfaturamento nos contratos da obra que passou por uma auditoria e foi motivo de discussões na CPI da Petrobrás.

A terraplanagem chegou a ser suspensa por conta disso e o prazo de conclusão da obra já sofreu mais de cinco dilatações sendo impossível prever hoje quando a refinaria vai começar a operar.

Além de ter se definido por Pernambuco, como desejava, Chavez, de qualquer maneira, deixou sua marca no empreendimento, mesmo que não venha a investir nada do que prometeu ou até se não passar de uma simples bravata esta história de auditoria internacional. Quanto a Abreu e Lima, herói venezuelano e um revolucionário de quem pouco se falava, ficou definitivamente fincado na história do nosso estado.


CURTAS

Descaso – O Governo do Estado tentou juntar todas as festas tradicionais do interior nesta época do ano, inclusive o Festival de Inverno de Garahuns, em um pacote só com os nomes de Festival de Inverno do Agreste Meridional (o de Garanhuns) e Festival de Inverno do Sertão (as festas do estudante de Triunfo e São José do Egito). Garanhuns reagiu pois seu festival é patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco e ganhou a briga. Triunfo e São José estão realizando duas festas esvaziadas pois ninguém absorveu as mudanças.

Chega ao fim – Está terminando o prazo – 31 de julho – que o deputado federal João Paulo deu a si próprio para definir o que fazer em 2012: aceitar as decisões do PT ou migrar para outra legenda. Quase ninguém mais acredita na migração de JP sob argumento de que ele teme sair do PT e ficar sem rumo ou ainda de ser vítima de um rolo compressor do Governo caso se candidate por outra legenda, inclusive o PTB governista.

Reclamações – Apesar de ainda estar com popularidade alta o governador Eduardo Campos está sendo muito criticado no interior. Primeiro por conta da estradas, cada dia mais esburacadas, depois por conta da saúde e, por último, por conta da segurança. A sensação nas cidades interioranas é de que os bandidos migraram da RMR e tomaram o rumo do interior onde enfrentam uma polícia desaparelhada. Faltam inclusive carros para locomoção dos policiais.

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