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Marina Silva e o segundo turno.

{ Posted on 15:37 by Edmar Lyra Filho }
A Senadora Marina Silva foi, sem dúvidas, a principal vitoriosa do primeiro turno da eleição presidencial. Com menos de 1 minuto de televisão, nenhum palanque expressivo nos estados e poucos recursos financeiros, ela chegou a quase 20 milhões de votos, correspondendo a aproximadamente 20% dos votos válidos.

Após o resultado, Marina Silva tem recebido sistemáticos ataques do PT, bem como o seu eleitorado. O PT simplesmente desrespeita 20 milhões de brasileiros que acreditaram que Marina Silva poderia ser uma alternativa a dicotomia PT/PSDB, que já governaram o Brasil por dezesseis anos.

Essa foi a opção dos brasileiros, independentemente de perfil social, étnico ou religioso. Precisamos entender o recado das urnas, e pelo visto o PT não entendeu.

A estratégia do PT é desqualificar a Senadora Marina Silva para se, eventualmente, ela apoie a candidatura de José Serra a Presidência da República, o reflexo desse apoio seja minimizado.

O que é, efetivamente um erro, tendo em vista que, apesar do PV ter uma maior inclinação ao PSDB, Marina Silva que é a dona dos votos, tem uma larga história dentro do Partido dos Trabalhadores.

Os petistas têm incorrido ao erro de quando Marina Silva saiu do PT, como fizeram com Heloísa Helena, Chico Alencar, Luciana Genro, dentre outros. Desqualificam as pessoas como se elas, pelo fato de não compactuarem mais com o que prega o PT, não servissem mais pra nada.

Em suma, se você é do lado do PT é uma pessoa do bem, é uma pessoa ligada aos interesses populares, se você não está ao lado do PT você é contra o povo e contra o Brasil.

Marina Silva trouxe à tona um novo jeito de discutir o Brasil, focado no desenvolvimento sustentável, no respeito ao meio ambiente e no respeito ao contraditório. Marina foi, sem dúvidas, o que teve de mais belo nesta campanha, ela resgatou a autoestima dos brasileiros que estavam envergonhados com o processo político.

O que era bandeira do PT, hoje se tornou bandeira do PV e de Marina Silva em especial. Talvez seja por isso que a Senadora verde receba tantos ataques.

Quanto a questão de discussões sobre temas difíceis, a Senadora Marina Silva foi extremamente coerente quando propôs plebiscito para decisões tão difíceis como o aborto, união homossexual, legalização das drogas, dentre outros temas.

Por quê o plebiscito? Porque é, sem dúvidas, a forma mais democrática de ouvir o que a sociedade pensa e o que ela quer para o nosso país.

A Senadora Marina Silva já tinha meu respeito por toda sua história de vida, por toda sua coerência, seu caráter e sua visão de Brasil. Após a eleição, passei a admirá-la e creio que sem dúvidas, ela tem muito a acrescentar ao país com suas ideias inovadoras e propositivas para o Brasil que queremos.

O Brasil pós-Marina é outro. A política também será outra e os grandes temas precisarão ser discutidos pelos dois primeiros colocados.

No segundo turno, um eventual apoio de Marina Silva a José Serra seria o mais coerente depois da possibilidade de neutralidade. Porque poderá ser um governo, do ponto de vista da gestão ambiental, do ponto de vista ético, do ponto de vista político muito melhor do que o que seria o governo da continuidade proposto pelo PT.

Mesmo que Marina Silva não aceite apoiar José Serra e opte pela neutralidade, precisamos respeitar a decisão da mulher de 20 milhões de votos.

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