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Menino do MEP.

{ Posted on 13:16 by Edmar Lyra Filho }
Na Veja:

A um mês da estréia de Lula, o Filho do Brasil, surge um depoimento que contrasta fortemente com o filme de contornos hagiográficos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na sexta-feira passada, o jornal Folha de S.Paulo publicou um artigo que deixou de olhos arregalados todos os que o leram. Intitulado “Os filhos do Brasil”, o texto é assinado por César Benjamin, um dos mais célebres militantes da esquerda brasileira.
(…)
[Lula] passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos trinta dias em que ficara detido. Chamava-o de ‘menino do MEP’
(…)
Por liderar greves no ABC paulista, Lula passou 31 dias preso no Dops, em São Paulo, em 1980, com outros sindicalistas. VEJA ouviu cinco de seus ex-companheiros de cela. Nenhum deles forneceu qualquer elemento que confirme a história de Benjamin. Eles se recordam, porém, de que havia na mesma cela um militante do Movimento de Emancipação do Proletariado (MEP). “Tinha um rapaz com a gente que se dizia do MEP. Tinha uns 30 anos, era magro, moreno claro. Eu não o conhecia do movimento sindical”, diz José Cicote, ex-deputado federal. “Quem estava lá e não era muito do nosso grupo era um tal João”, lembra Djalma Bom, ex-vice-prefeito de São Bernardo do Campo. “Eu me lembro do João: além de sindicalista, ele era do MEP mesmo”, conta Expedito Soares, ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O João em questão é João Batista dos Santos, ex-metalúrgico que morou e militou em São Bernardo. Há cerca de três anos, ganhou uma indenização da Comissão de Anistia e foi viver em Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo. Por meio do amigo Manoel Anísio Gomes, João declarou a VEJA: “Isso tudo é um mar de lama. Não vou falar com a imprensa. Quem fez a acusação que a comprove”.

“Loucura, psicopatia”, reage o Planalto, mas Lula não vai processar Benjamin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria classificado de “loucura” a afirmação de César Benjamin, segundo quem o agora presidente confessou a um grupo de pessoas, do qual fazia parte Benjamin, que tentara violar um jovem na cadeia, o que só não teria se consumado porque o “menino do MEP” resistiu bravamente, com chutes e cotoveladas.

Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, classificou a acusação de “coisa de psicopata”. Mas Lula não vai processar Benjamin: “Vamos nos sujar se fizermos isso”.

Bem, então tá. Benjamin diz, vejam post anterior, que outras pessoas presenciaram a confissão. É grave o que ele escreve? É, pouco importa o ângulo pelo qual se olhe a coisa, e certamente causará surpresa a muitos que Lula não queira levá-lo aos tribunais.

Se Benjamin fala a verdade, estamos diante de um caso flagrante de contradição entre a pregação de um afigura pública e suas práticas de vida, especialmente num caso em que sua potencial vítima tinha chances reduzidas de defesa. Se o articulista mente, o agravo precisa ser reparado. Afinal, Lula não é um homem qualquer. É o presidente da República, o “filho do Brasil”.

Tal postura corre o risco de alimentar aquela máxima de que “quem cala consente”.

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