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Aécio Neves e uma oposição que se impõe.

{ Posted on 17:37 by Edmar Lyra Filho }

Desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e sua posse em 2003 que a oposição capitaneada pelo PSDB vivia uma estagnação, ora pela popularidade de Lula, ora por falta de união, comprometimento e organização.

O fato é que durante os oito anos de Lula a oposição não soube se opor, e o Governo Lula, mesmo tendo uma excelente aprovação popular, não fez nada além do que qualquer Governo bem estruturado faria. Se não foi péssimo nem ruim, o Governo Lula não foi excepcional nem acima da média. Lula foi beneficiado pela herança bendita recebida de FHC da Estabilização Econômica, dos Programas Sociais e do Controle da Inflação.

Claro que Lula teve méritos, seria leviano da parte de qualquer analista dizer que o Presidente Lula não foi importante para o Brasil. Seu governo trouxe avanços na questão social, na distribuição regional através do desenvolvimento econômico, sobretudo no Nordeste, enfim, fez um bom governo amparado numa capacidade ímpar de se comunicar com as massas e no momento econômico vivido pelo país e pelo mundo.

O fato da aprovação de Lula inviabilizou um discurso de oposição, mas porque a oposição não soube capitalizar para si os avanços obtidos por ela quando era governo, deixou que Lula se apropriasse de todos os feitos de Fernando Henrique Cardoso. Também não soube aproveitar questões como o mensalão e aceitou o discurso do PT de que todos eram iguais e a diferença do partido era que ele era 'do povo'. Se considerarmos apenas o contexto da corrupção, por muito menos Fernando Collor de Mello sofreu o impeachment. O que ocorreu no Governo Lula foi algo sistemático, uma corrupção instituicionalizada que vivia nas entranhas do poder.

O passado vai ser julgado pela história, tanto o Governo FHC quanto o Governo Lula serão lembrados e a história dirá que FHC foi eficiente e Lula apenas eficaz diante da conjuntura política e econômica que cada um encontrou nos seus oito anos à frente da Presidência da República.

Diante do Governo Dilma, lembrando o resultado da eleição de 2010, a oposição precisa entender que é apoiada por 44 milhões de brasileiros e que estes discordaram da maneira do PT de governar, por isso não votaram na atual Presidente Dilma Rousseff. É para estes 44 milhões de brasileiros que a oposição precisa se impor, não apenas por eles que nos confiaram o voto na pessoa de José Serra, mas pelo futuro do Brasil e pelo bem da democracia.

O discurso de Aécio Neves no Senado deu mostras da agenda que a oposição deve apresentar ao país durante o Governo Dilma. Nós precisamos apresentar um modelo de reforma tributária que contribua com o governo federal, mas também evite um sistema complexo como o atual, que possa distribuir melhor os recursos com os estados e municípios e estes possam apresentar através de obras uma melhora efetiva na vida dos brasileiros.

A oposição não pode se furtar da discussão de legalização das drogas, ou a proibição como um todo delas. Este também é um tema que interessa diretamente ao povo brasileiro. Bem como a legalização ou não do aborto, será que isso não deve ser amplamente discutido com a sociedade? Esperar que o Governo coloque isso na pauta política brasileira é deixar que Dilma e o PT voem em céu de brigadeiro. A população precisa ser chamada para a discussão. Se ela achar que está tudo normal, diminui o clamor por mudanças e a tendência é que quem esteja no governo continue nele e quem está na oposição continue nela.

Quanto a questão da reforma política, que apesar de não ser algo diretamente ligado à população, a oposição deve propor o fim das coligações proporcionais, voto distrital misto, financiamento exclusivamente público de campanha e cobrar que a Cláusula de Barreira seja respeitada, evitando que o clientelismo dos partidos pequenos continuem a existir.

A reforma da previdência também deve entrar na discussão política. Será que o atual sistema viabiliza que a Previdência Social possa existir por muito tempo? Qual seria a melhor alternativa para amparar os trabalhadores brasileiros?

E o Judiciário? Será que a população se sente satisfeita com a morosidade da justiça? O que a oposição pode apresentar para a população brasileira como alternativa para a melhoria do serviço do Poder Judiciário?

No que diz respeito à economia. Há uma máxima sobre aprovação e reprovação de governos: "É a economia, estúpido." Já ouviu isso? Pois bem, a aprovação de Lula se deu pelo momento econômico vivido pelo Brasil. Dilma, por conta dos gastos desenfreados do governo do seu antecessor e também pelo superaquecimento da economia, enfrenta uma ameaça real da volta da inflação, que foi sumariamente extinta pela oposição quando governava o país. Caso ela volte, como dá sinais que voltará, a oposição saberá desgastar o governo? Discurso já tem: "Nós acabamos com a inflação e o PT trouxe-a de volta." Esse é um discurso letal e de fácil percepção social.

Quanto ao respaldo popular, a oposição não precisa ter cautela sobre criticar ou não o governo, ela precisa criticar sim, oposição existe pra isso, se fosse pra elogiar, acabaria a necessidade da existência de uma oposição. Quando fazemos oposição consistente não agimos contra o governo, mas sim a favor do Brasil.

O Senador Aécio Neves sintetiza nas suas palavras a necessidade de uma oposição que se imponha e que realmente faça oposição. Os brasileiros precisam se sentir representados também pela oposição, mesmo que aprove o governo. Caso a oposição saiba utilizar o discurso e paute o governo no Senado e na Câmara dos Deputados, o caminho está dado para retomar a Presidência da República em 2014 com o Senador Aécio Neves.

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