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Coluna Três por Quatro - Terezinha Nunes.

{ Posted on 20:39 by Edmar Lyra Filho }
Três por Quatro - Por Terezinha Nunes


Recife Antigo: um sonho abandonado

A "menina dos olhos" de nossa capital, o Recife Antigo, que viveu seu auge na época do Brasil Colônia, passou por um processo de degradação de mais de um século e começou a ser recuperado na década de 90 pelo prefeito e depois governador Jarbas Vasconcelos, tem tudo para virar um dos temas principais da campanha do próximo ano. Motivos não faltam.

Saudado no início do processo de recuperação como um novo "quartier latim" (bairro antigo de Paris conhecido pela sua animação turística, bistrôs e faculdades), o local virou point de recifenses e turistas, cada vez mais satisfeitos com a atmosfera vivida em suas ruas, sobretudo a do Bom Jesus, onde era possível passar horas agradáveis, saboreando a nossa culinária, tomando um drink e batendo papo com segurança na frente de prédios antigos e encantadores.

Mas, infelizmente, o que parecia o prenúncio de transformação do local numa ilha de excelência turística, ao ponto de se pensar em criar um policiamento próprio para o bairro, incentivar os artistas a ocupar seus casarios e até "fechar" suas pontes ao tráfego durante a noite, só permitindo a circulação de bicicletas, foi por água abaixo há dez anos, quando teve início a administração petista da capital.    

Independente dos motivos que levaram os dois últimos prefeitos - imagina-se que tenham explicações - a tratar a recuperação do bairro com descaso ou sem qualquer prioridade, levando os empreendedores da Rua do Bom Jesus a praticamente fechar bares e restaurantes, a verdade é que o Recife Antigo, em termos de projeto turístico, praticamente desapareceu.

Como registrou esta semana no twitter um recifense saudoso, hoje o bairro "só tem servido para abrigar comícios". Um exagero, sem dúvida, mas a verdade é que quase nada restou do muito que se investiu no projeto original.   Tirando os "comícios" no Marco Zero que danificam cada dia mais a obra de Cícero Dias, reproduzida em seu piso, o local só é freqüentado nos quatro dias de carnaval ou durante shows, em sua maioria, de qualidade duvidosa. Por conta deles a praça vive em parte ocupada permanentemente por um palco que já faz parte da paisagem, descaracterizando-a por completo.

Isso sem falar nas calçadas esburacadas, no vexame do esgoto que corre pelas ruas ou nos pedintes que ocupam praças onde tomam banho nas fontes e fazem suas necessidades fisiológicas à vista de todos.

Espera-se que o próximo prefeito, cobrado na campanha, reaja a tudo isso e tome o feito à ordem. Até porque, apesar de seu projeto turístico e urbanístico entregue ao abandono, o Recife Antigo foi saudado esta semana pelo jornal O Globo como "um novo Vale do Silício" ( local dos Estados Unidos considerado uma ilha de excelência na área da computação). Isso tudo por conta de outro projeto implantado por Jarbas no bairro, o Porto Digital, que vem sendo continuado pelo governador Eduardo Campos.

O Porto Digital, que poucos recifenses conhecem em profundidade e que teve uma de suas empresas, o CESAR, definida em 2010, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, como "Melhor Instituto de Ciência e Tecnologia do Brasil", abriga hoje o maior número de engenheiros por metro quadrado no Nordeste. São mas de mil profissionais de software trabalhando em cerca de 100 empresas de tecnologia da informação. Só o CESAR emprega 500 engenheiros (o dobro dos que o Estaleiro Atlântico Sul terá quando estiver em pleno funcionamento) e está, permanentemente, em busca de novos profissionais.

Já são clientes das empresas ali instaladas gigantes multinacionais como IBM, Motorola, Samsung e Microsoft. Está no CESAR o centro mundial de desenvolvimento de aplicativos para celulares Samsung. Também no Porto Digital se encontra o Centro Mundial de Desenvolvimento de aplicativos da Nokia.

Ao todo o bairro emprega, só no pólo de informática, 4.500 pessoas. Um prefeito não pode ignorar essa realidade e nem desprezar a possibilidade de, por conta do que isso representa e da grande riqueza histórica e cultural do Recife Antigo, transformar o local em um exemplo nacional de casamento entre a tecnologia de ponta e o turismo. As bases estão lançadas, é só colocar a mão na massa. Os recifenses vão agradecer e se orgulhar de tudo isso.

CURTAS

Pulo do Gato - Tudo indica que o deputado federal João Paulo só conseguirá levar avante seu projeto político se seguir o exemplo de Jarbas Vasconcelos que, na década de 90, ao perceber que não teria chance no grupo de Arraes, desligou-se dele, formou uma nova aliança e elegeu-se governador e senador. No PT, a fila já andou para João Paulo e dificilmente ele estará nos planos do partido para cargos majoritários.

 
De casa . Quem pensava que o deputado Maurício Rands estava no Palácio exclusivamente por obra e graça do PT deve refazer os cálculos. Rands é primo legítimo da primeira-dama Renata Campos. Não vai encontrar nenhum empecilho para se enturmar na nova casa, como aconteceu com João Paulo. Além disso, Renata atua discretamente, mas tem enorme prestígio dentro do Governo

Pedras portuguesas - Retiradas das ruas do Recife pela PCR, o que causou protesto de historiadores, as pedras portuguesas estão fazendo escola em Abreu e Lima. O prefeito Flávio Gadelha está urbanizando o entorno da BR-101, que corta o município, com esse material que até hoje é mantido, pelo seu valor histórico, no calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro.

PTC insatisfeito - O PTC, que fez três deputados estaduais, está reclamando, abertamente, da falta de espaço na administração do governador Eduardo Campos. O assunto já chegou ao gabinete do presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, que o levou ao Palácio. O deputado Eriberto Medeiros, comandante do PTC, tem dito que, se o PV vai ter uma secretaria com um único deputado, a legenda, que tem o triplo, mereceria um tratamento semelhante.

Ivete em Pernambuco - Embora baiana, a cantora Ivete Sangalo, cujo primo, Domingos Sávio, é vice-prefeito de Petrolina, tem planos de investir no setor imobiliário petrolinense. Já teria até adquirido terrenos para isso. Ivete é cidadã pernambucana. O título foi concedido pela Alepe por proposta do falecido deputado João Negromonte.
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