As minhas razões.
{ Posted on 21:06
by Edmar Lyra Filho
}

Segunda-Feira estive presente na confraternização do Governador Eduardo Campos com a imprensa. Fui na condição de signatário deste blog, bem como colunista do jornal Gazeta Nossa.
Mesmo que não fosse blogueiro e colunista político, não é de hoje que mudei meu posicionamento sobre Eduardo Campos. Isso ocorreu já durante a eleição. E era um posicionamento que foi ficando mais claro desde a minha saída do DEM, em novembro de 2009.
Conforme enviei um texto para Inaldo Sampaio, defendo que o PSDB, partido ao qual sou filiado, apoie oficialmente o Governador Eduardo Campos.
Não gosto de usar subterfúgios, defendo o Governo Eduardo Campos porque o considero um excelente Governador. O fato de eu ser filiado ao DEM não condizia com a possibilidade de elogiar o Governo dele.
A partir do momento em que me filiei ao PSDB, um partido neutro em relação a Eduardo Campos e que tem quadros detentores de mandato que votaram no Governador e até mesmo na chapa fechada dele, estou livre para defender o Governo do PSB.
Não dependo de cargo comissionado de Eduardo, nem pretendo ter por defender seu governo. Também nunca exerci função gratificada nos governos Jarbas Vasconcelos e Mendonça Filho.
A única coisa que exerci no setor público foi quando estagiei na Superintendência de Recursos Humanos da Assembleia Legislativa por intermédio do Deputado, então Estadual, e hoje Federal eleito Augusto Coutinho.
E isso só se deu porque estava prestes a concluir minha graduação em Administração de Empresas e por conta de ter uma militância diária no DEM, não tinha nenhuma experiência profissional para agregar ao meu currículum.
Sou profundamente grato ao Deputado Augusto Coutinho, o respeito e o admiro bastante como pessoa e como parlamentar. Ele, ao lado de Mendonça Filho e André de Paula são algumas exceções de qualidade política e pessoal do DEM.
Durante a pré-candidatura de Jarbas Vasconcelos ao Governo de Pernambuco, fiz uma grande movimentação na web para que ele fosse o candidato da oposição. Fui convencido por Sérgio Guerra de que ele poderia aceitar disputar o Governo, garantindo assim, um palanque para o meu candidato José Serra.
O que houve antes e durante a campanha foi que, simplesmente, não fui convidado para uma reunião sequer da campanha de Jarbas Vasconcelos ao Governo. Mesmo tendo me disponibilizado para contribuir com a campanha independentemente de compensação financeira.
Não gosto de trabalhar com política recebendo dinheiro, prefiro contribuir excessivamente com a campanha e depois do resultado, ver o que pode surgir. Até porque quem trabalha com política quer espaço num eventual governo ou em um eventual mandato do candidato que você apoia.
Não fui convidado para nenhuma reunião da campanha de Jarbas Vasconcelos. Fazia uma oposição crítica ao Governo Eduardo porque em 2006 apoiei Mendonça Filho e queria que este fosse reeleito Governador de Pernambuco. E na política, quem ganha vai pro governo, quem perde vai pra oposição.
É simples assim.
O fato de fazer críticas consistentes ao Governo Eduardo Campos, na questão da segurança pública, da fundarpe, e de outras coisas, gerou uma certa antipatia por parte de algumas pessoas do Palácio.
Passei a ter minha vida vasculhada por estas pessoas, colocaram de público até minhas transações financeiras. Coisa particular mesmo.
Diante desse fato, me fiz a seguinte pergunta: Vale a pena me expor tanto assim? Vale a pena ganhar tantos inimigos? Cheguei a conclusão de que não valia nada disso. Afinal, conforme coloquei lá em cima, não exerci função gratificada no Governo Jarbas e nem no de Mendonça. Talvez só isso configurasse uma posição tão crítica ao Governador.
A partir desses acontecimentos, optei por manter uma relação cordial com o pessoal do PSB e o Palácio do Campo das Princesas. Mesmo que alguns não levem por esse lado, pensem que é oportunismo ou coisa do gênero.
O que me faz hoje defender um governo que há meses atrás eu criticava? O povo me convenceu de que Eduardo Campos era um baita governador e que merecia ser reeleito e ter meu apoio como militante político.
As pessoas de onde eu convivia e que eu aprendi a ter uma posição crítica ao Governador também fizeram com que eu mudasse minha opinião. Afinal, no DEM, não tive o respaldo que esperava ter e que fiz por onde ter. Não só como militante, como também quando fui candidato a vereador do Recife em 2008.
No DEM, quiseram que eu utilizasse a coluna do Gazeta Nossa, que conquistei por méritos próprios e não por pedido de político, como um panfleto partidário. Como não me submeti a isso, porque estava correndo o risco de jogar minha credibilidade no lixo, alguns membros me chatearam tanto que decidi sair do partido por conta de uma atitude de uma parlamentar do partido, que eu prefiro não comentar o contexto do que ocorreu. Apenas afirmo que o que culminou na minha saída do DEM foram sucessivos fatos.
Não sei se o fato de ter saído do DEM me prejudicou na campanha de Jarbas Vasconcelos, também não me interessa saber disso. A campanha de Jarbas Vasconcelos foi tão 'bem estruturada' que ele obteve apenas 14% dos votos. Algo irrisório para um político da magnitude dele e que foi um grande Governador de Pernambuco. Isso é um fato que ninguém pode negar.
Não que eu fosse resolver a campanha de Jarbas não. Eu era uma mera formiguinha. Mas, quantas lideranças políticas com muito mais votos que eu, com muito mais história que eu, tiveram o mesmo tratamento dispensado pelo comando de campanha de Jarbas Vasconcelos?
Esses fatos ilustram um pouco o que configurou a derrota acachapante da atual oposição em Pernambuco. Uma oposição que não se renova, que não valoriza quadros, que age na base do filhotismo, digo isso sobre um determinado partido. Tudo para quem tem sobrenome e nada para quem não tem sobrenome nem berço de ouro. Num determinado partido, o pré-requisito para obter êxito é ser filho de Ex-Governador, Ex-Prefeito, etc.
Mas, esse pré-requisito foi por água a baixo quando abriram-se as urnas na eleição para Deputada Estadual. Não basta apenas o filhotismo. Tem que ter cara de povo, cheiro de povo e representatividade. Além, claro, dos recursos financeiros para ingressar numa disputa proporcional. Já fui candidato sem recursos e vi que não há a menor chance. Fui e servi apenas de bucha de canhão pro partido. Mas, aprendi bastante com meus erros.
O que quero dizer com isso tudo é que eu tenho total legitimidade para defender o Governador Eduardo Campos, seja como filiado ao PSDB, caso este venha a apoiar seu governo, ou seja apenas como um mero militante político.
Respeito Eduardo Campos como grande liderança política do meu estado e que tem crescido virtuosamente a nível nacional. É um político moderno, arrojado e inovador. Como disse algumas vezes. Ficar contra Eduardo Campos é ficar contra Pernambuco.
Por ser colunista do Gazeta Nossa e editor deste blog, participarei quantas vezes quiser de eventos com Eduardo Campos. Na condição de militante político também irei para os eventos que bem entender e que achar necessária minha presença.
Aos que questionam. Dia 1 de Janeiro de 2011 estarei no Palácio do Campo das Princesas para prestigiar a posse de Eduardo Campos, o melhor Governador do Brasil.
82,8% dos pernambucanos me convenceram de que quando o trabalho acontece, o resultado aparece e que tudo que está ocorrendo em Pernambuco é daqui pra melhor.
4 Response to "As minhas razões."
é, razões boas as suas, afinal você vive nese meio politico, e sabe as coisas que se passam, de fora tenho uma visão um pouco diferente, não gosto de Eduardo Campos, e olhe que sou Pernambucana roxa, daquelas de levar a bandeira(que detalhe é a mais bonita do país) para o maracanã ou até para a Europa, mas depois falo com você, bem calma sobre minha diferente opinião, sou parte dos 14%, e vale lembrar que são quase 600 mil votos, fora os quase 800 mil de brancos e nulos, que é uma quantidade para não deixarmos de lado viu!?
Enfim, otimo texto, entendi suas razões, e quero o melhor para Pernambuco sempre!
Abraços, Joanêza Galvão.
Sr. Edmar, tudo bem que seu posicionamento em relação a Eduardo Campos tenha se modificado [tinha até briga com assessores do Palácio no Twitter, não é?].
Mas, se isso vem acontecendo desde o final de 2009, então porque nestas eleições ainda havia seu interesse em participar da campanha de Jarbas? Pelo que escreveu agora, dá impressão que ficou com "raivinha" por não ter sido procurado pela campanha do senador e acabou se engajando na reeleição de Eduardo Campos.
O partido que você faz parte e afirma ser "neutro" na verdade está sob o comando de um senador que gosta de mudar de lado o tempo todo. Foi eleito deputado federal graças à influência de Miguel Arraes e depois deu as costas para o padrinho político, convidado por Jarbas Vasconcelos para um novo projeto. Acabou sendo eleito senador, dessa vez na sombra de Jarbas.
Como queria ser o candidato a sucessão em 2006 e Vasconcelos preferiu lançar Mendonça Filho, ficou "magoado" e decidiu dar o troco nas eleições deste ano, deixando todos os prefeitos do partido migrarem para o palanque de Eduardo. E olhe que Sérgio Guerra foi coordenador da campanha de Serra, enquanto que Eduardo foi uma das maiores lideranças pró-Dilma do país. Estranho o posicionamento do presidente nacional do PSDB, não?
Continuando, você fala que chegou a ter sua vida vasculhada pelo pessoal do Palácio e, após concluir que estava ganhando muitos inimigos, passou a ter uma relação cordial com seus "carrascos". De acordo com o que foi escrito, supõe-se que você entregou os pontos. Mas deve ser apenas impressão.
Agora vamos falar da parlamentar cuja atitude teria feito você deixar o DEM. Se é pra fazer uma crítica, é melhor que seja explícita. Dar uma de granfino e depois ficar com ironias baratas não é a forma mais adequada. Senão, vejamos: "num determinado partido, o pré-requisito para obter êxito é ser filho de Ex-Governador, Ex-Prefeito, etc. Mas, esse pré-requisito foi por água a baixo quando abriram-se as urnas na eleição para Deputada Estadual".
Pra que tanto arrodeio pra "revelar" que seu desafeto é a vereadora Priscila Krause? Você já disse isso em tantos lugares... E dizer que 32675 votos foram pouca coisa é incrível. Você sabe muito bem que ela só não entrou na Assembleia porque o DEM não fez coligação para deputados estaduais. Ainda assim ficou na primeira suplência, devido à votação expressiva de dois veteranos, Tony Gel e Maviael Cavalcanti. Para quem tentou se eleger deputada pela primeira vez, e ainda num partido de oposição a um governo extremamente popular, não foi nada mal.
Também não foi nada ruim ter conseguido, no Recife, o dobro da votação de 2008. Isso é a demonstração de que os eleitores recifenses estão aprovando a atuação de Priscila na Câmara. Ela é uma das parlamentares que mais falam em defesa de nós, contribuintes, que o tempo todo nos deparamos com a ineficiência da desastrosa gestão petista. Você mesmo já admitiu num comentário em algum blog (acho que o de Jamildo Melo) que apesar da discussão, ainda a considerava uma boa vereadora.
Ah, e vir falar que o DEM age na base do filhotismo? Betinho Gomes, filho do prefeito de Jaboatão, Elias; Claudiano Filho, herdeiro político do ex-prefeito de Itaíba; Bruno Rodrigues, filho do ex-deputado Valério Rodrigues, Bruno Araújo, filho do ex-deputado Eduardo Araújo... Todos eles são do seu partido. Ah, o presidente do PSDB, Sérgio, é filho do ex-deputado Pio Guerra. Então, utilizar esse argumento chega a ser hipocrisia.
Espero que você não se referindo à imparcialidade, porque citar Eduardo Campos na coluna [2ª quinzena de dezembro] como "o melhor governador do Brasil" não é lá muito imparcial. Ainda bem que não se trata de um jornal de grande circulação, senão... 82,8% dos pernambucanos te convenceram a votar em Eduardo? Que clichê! Se for assim, por que não votou na candidata dele? Os 90% de aprovação do governo Lula não conseguiram te convencer? Faça-me o favor, toda unanimidade é burra.
Apesar das nossas divergências, desejo sucesso à sua coluna e mando um abraço pro gaúcho Paulo Genehr, da Gazeta.
Marcelo Henrique França Vilela
Graduando em administração, UFPE
Meu caro Marcelo,
Respeito sua opinião.
O que te explico é que temos que ter posicionamento.
Meu posicionamento de oposição a Eduardo Campos foi por conta de ser filiado ao DEM.
A questão do Senador Jarbas Vasconcelos, o que tenho a dizer é que ele é um grande político e que jamais merecia perder esta eleição a forma como perdeu.
Perdeu dessa maneira por méritos de Eduardo Campos? Sim. Mas, também por total desorganização de sua campanha.
Existirão momentos de dizer o que achei efetivamente da campanha de Jarbas em 2010, mas não creio que seja o momento certo.
Quanto a minha saída do DEM, realmente se deu graças a uma atitude da vereadora Priscila Krause, que, de fato, sabe fazer oposição na Câmara Municipal.
Eu tenho o direito de discordar de atitudes internas no que diz respeito a vereadora no DEM.
Porém, não cabe aqui agir de maneira figadal. Fazendo críticas a conduta da vereadora.
Ela segue a vida dela e eu sigo minha vida.
No que diz respeito ao Senador Sérgio Guerra. Ele não foi candidato a Senador colocando uma arma na cabeça de Jarbas Vasconcelos.
Foi candidato por livre e espontânea vontade de Jarbas.
Dizem que teve outros desdobramentos para que ele fosse o escolhido, porém, não me cabe aqui colocar o teor desses desdobramentos.
Quanto a Dilma Rousseff, vale lembrar que 44% disseram não a ela. Eu faço parte desse grupo.
Votei em José Serra torci muito pela sua vitória porque o considerava mais competente, mais legítimo e mais capaz para governar o Brasil.
No que diz respeito a aprovação de Eduardo Campos. Eu não tenho medo de fazer parte de uma minoria. Ele poderia ter sido eleito com 99,9% dos votos para Governador de Pernambuco.
Se eu não considerasse que ele fazia um bom governo, não o apoiaria. Se estou defendendo um apoio ao governo dele é porque o respeito como Governador e acredito que ele tem muito a contribuir com meu estado por mais 4 anos.
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