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Proibição com DNA

{ Posted on 22:23 by Edmar Lyra Filho }

Por Augusto Coutinho*

A censura voltou a Pernambuco, estimulada por um governo que vive de belas imagens na mídia, mas que na vida real não consegue esconder a inoperância e disfarçar o autoritarismo. A censura às inserções do PMDB, que mostram o caos na área de saúde em Pernambuco, é um desses atos que falam por si.

Será aceitável se querer vedar aos partidos de oposição o direito elementar de fiscalizar o governo e denunciar suas – inúmeras – falhas? A depender da gestão Eduardo Campos, sim. Não é preciso ser nenhum cientista para reconhecer o DNA da iniciativa, é evidente que o governador delegou que o partido do seu vice-governador – e secretário de saúde – caçasse o direito da oposição de apenas expor uma situação que é mais do que conhecida de todos. Ou pelo menos daqueles que padecem diariamente nos hospitais do Estado.

Vejam o vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=cF-l5kx0nqU) e analisem: existe alguma ofensa a quem quer que seja? É óbvio que não. As únicas ofensas são cometidas diariamente pela gestão Eduardo, contra o povo de Pernambuco, a única e maior vítima de um Governo que prometeu muito, fez nada e gasta muito dinheiro público com propaganda para tentar iludir os pernambucanos.

O mais grave: deixa a saúde pública em frangalhos e sem gestão, abandonando à míngua milhares de seres humanos. Basta abrir os jornais diariamente. E ainda tenta encobrir a realidade com o blefe eleitoral da promessa dos três hospitais metropolitanos.

O incrível é que 24 anos após o fim da ditadura, a Oposição em Pernambuco não pode dizer o óbvio. É amordaçada para não dizer que governo Eduardo não cumpriu a promessa feita aos mais de 8 milhões de pernambucanos, em horário nobre, de resolver o problema da saúde apenas com a construção de 3 novos hospitais.
Dizer que o governador não cumpriu a promessa é uma ofensa? Na interpretação da Justiça Eleitoral, é acusar o Governo Eduardo de “indigno”. No que depender do Governo Eduardo, o exercício da oposição vai ter de ser feito nos moldes da Lei Falcão, de 1976, que vedava qualquer crítica ao regime militar. Mas de qualquer forma nos deixa satisfeitos saber que tocamos na ferida.

A ferida da saúde pública no Governo Eduardo está exposta e não é pela oposição. É pelo próprio povo que padece nas filas, nos chãos dos hospitais, nos profissionais de saúde que fecham emergências por não terem condição de atender aos pacientes. É mostrada pela imprensa nos jornais, nas tvs e nas rádios. A oposição não criou esta situação. Apenas exerce o pleno direito constitucional de fiscalizar e mostrar os problemas deste Governo.

Sem explicações plausíveis, resta ao governador apelar para a censura. O governo, na verdade, anda perdido, sem rumo. Prova disso é que a única defesa que o seu líder na Alepe tenta emplacar está batida, cansada, velha. Quem está no poder há três anos ainda pode falar em herança maldita? A herança é bendita, todos sabem. Quase tudo o que o atual governo diz como seu – refinaria, estaleiro etc. – começou ou é da gestão da União por Pernambuco. É por isso, e não pela risível justificativa de ofensa, que a única alternativa que resta ao governo é tentar nos calar. Não vai conseguir. Estamos falando pelos milhares de pernambucanos que penam e morrem nos corredores e nas macas dos hospitais abandonados pelo governador e seu vice.


*Deputado Augusto Coutinho (DEM), líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco

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