O ex-governador Mendonça Filho questionou, ontem (21/01), no debate de Geraldo Freire da Rádio Jornal, a falta de ações da Prefeitura do PT no Recife para a infância e para a juventude. “Uma questão muito importante, a infância e a juventude foram desprezadas na gestão petista. Você anda no Recife e vê os jovens limpando pára brisa de carro e cheirando cola. Essa é a primeira etapa para entrar no mundo do crime”, afirmou, defendendo que a Prefeitura atue com ações muito mais profundas para resolver o problema, como oferecer educação de boa qualidade.

Segundo Mendonça, a Educação no Recife é extremamente crítica, muito ruim. “Nossa cidade é a 27ª colocada entre as 27 capitais do Brasil, é a pior educação básica. É preciso fazer algo diferente como a escola em tempo integral, levando para nossos jovens nos bairros de periferia espaços de lazer, de cultura, de esportes”, afirmou Mendonça, ressaltando que essa é a forma para tirar os jovens das ruas, que terminam muitas vezes sendo atraídos pelo mundo do crime.

Questionado sobre a sucessão municipal deste ano, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores em todas as cidades do País, Mendonça considera que o assunto ainda não entrou na agenda da população. “O povo neste momento está mais concentrado no carnaval e nos pagamentos dos crediários das compras feitas no final do ano”, disse, ressaltando que o momento é de discutir com a população o que ela quer para melhorar as condições de vida da cidade.

“Antes de colocar uma candidatura deve-se discutir com a população prioridades. Nós já fizemos debates importantes, trouxemos especialistas para falar da questão de meio-ambiente, da Educação e, este ano, vamos debater sobre saúde e políticas sociais para juventude que precisa de assistência, trânsito e outros temas de interesse do povo”, anunciou. Mendonça acredita que a partir da discussão de propostas com a população pode-se construir uma candidatura.

Sobre os projetos que seriam colocados durante a campanha para a Prefeitura do Recife, Mendonça Filho deixou claro que ainda não é candidato. E reafirmou que, antes de tudo, se deve colocar propostas para a cidade como a melhoria da qualidade de vida para a população e apresentar propostas e alternativas que afetem e melhorem a condição de vida da juventude. “Eu acho que o julgamento da opinião pública recifense, independentemente de candidatura, será feito com relação a quem tem capacidade de realizar o melhor projeto para o Recife e para os recifenses”, avaliou.

O ex-governador reafirmou sua posição em relação ao uso político do Orçamento Participativo, que tem levado a Prefeitura do PT a condicionar às plenárias do OP a definição de obras de manutenção, como a reforma do Camelódromo. “Minha opinião é sedimentada naquilo que escuto do povo na rua. Como andei em Casa Amarela, Ibura, Estância e ouvi as pessoas reclamando das obras que foram eleitas no OP e não foram executadas. A população cobra da Prefeitura e eu reproduzi o que escuto do povo”, disse.

Mendonça criticou a forma de execução do Orçamento Participativo. “Não dá pra você incluir dentro da consulta popular a manutenção de um aparelho público como é o caso do mercado de Nova Descoberta ou mesmo do Camelódromo”, afirmou Mendonça, lembrando que visitou o Camelódromo e ouviu dos comerciantes que o telhado estava caindo, mas a reforma dependia do Orçamento Participativo para começar.

Com relação à reação da Prefeitura do PT às críticas feitas ao Orçamento Participativo, Mendonça alfinetou dizendo que o PT tem a mania de ser o dono da verdade. “O PT acha que consultar a população para realização de obras é uma inovação. Quem na verdade definiu e levou adiante o programa de consulta foi Gustavo Krause com os barracões”, lembrou. Mendonça reagiu com ironia: “Não venham com essa idéia que monopolizam a consulta popular. No Governo Jarbas/Mendonça também havia esse tipo de Ouvidoria com o programa Governo nos Municípios. O fato é o déficit que existe de obras que foram eleitas pela população e esquecidas pela Prefeitura do PT”.

Fonte: www.democrataspe.org