Artigo: Crise de inovação
{ Posted on 16:38
by Edmar Lyra Filho
}
Por Eduardo Vasques
A internet é linda, maravilhosa, gostosa, quentinha. É assim que todos a definem desde que ela se popularizou (ahã). Tirou e criou empregos, mudou estratégias, fez emergir ou evaporar conceitos e negócios. O santo Google (ou capeta para alguns) enfim reinou com seus serviços gratuitos e base de receitas na publicidade.
Virou festa. Tudo que remete à web ou tem de ser de graça ou muito barato. O que não é uma verdade absoluta. Junte nesse balaio de gato a queda do império fonográfico/cinematográfico. Milhões e milhões de downloads gratuitos, sem direitos autorais. Quê? Pagar pra ver um filme ou ouvir uma música? Imagina.
Sim, essas duas indústrias exploravam os artistas (e ainda o fazem em muitos casos). Sugavam suas almas, é bem verdade. A corporação ficava com quase a totalidade da grana e os cantores se matavam em turnês para, finalmente, conseguirem comprar suas mansões, colares de ouro e outros apetrechos.
Nessa brincadeira toda, compartilhar, remodelar, enfeitar, mixar, entre diversas outras expressões passaram a ser as palavrinhas da modernidade. Aquele papo todo de inspiração – que em boa parte não passa de uma cópia descarada com nova roupagem – ganhou mais corpo nos últimos anos.
Outro dia, porém, estava pensando em algo que me deixou preocupado. Com todos esses recursos disponíveis, muitas possibilidades foram abertas. Mas, será que não teremos uma crise de inovação nos próximos anos?
Não estou aqui para condenar ou defender o direito autoral, longe disso. Mas houve uma imensa desvalorização do processo criativo e dos autores. Não interessa mais quem fez. O que vale é o como fez e de que forma repercutir a tal criação. Também não se trata de uma discussão sobre ego. A minha pergunta é simples e direta: as pessoas ou empresas estão sendo recompensadas pela inovação?
Apesar de todas as maravilhas oferecidas pelos recursos digitais e pela internet, temo que os reais criadores não estejam recebendo da forma ou na proporção que deveriam. Então a conta é lógica. O que me leva a criar quando sei que, na verdade, receberei muito pouco ou nada em troca? O que pode motivar as pessoas a inovar além de dinheiro e qualidade de vida?
Ninguém vai se sentir estimulado a produzir algo diferente se não tiver, mesmo que em longo prazo, um retorno financeiro. E não venham me falar que as pessoas buscam reputação. Ela não necessariamente está ligada a dinheiro. Em RP, por exemplo, se o projeto tiver início com a proposta de aumentar a rentabilidade, esqueça, já começa errado. E RP é trabalho puro de reputação, imagem e marca. Além do mais, reputação é relativa. É igual regime de emagrecimento. O mais difícil não é conquistá-la, mas sustentá-la.
Há um deslumbramento excessivo em torno desses temas atrelados à web, redes sociais, relacionamentos digitais, comunicação 2.0. Mas como disse meu amigo Giba, “tudo vem sendo compartilhado é cultura pop. A internet é sim transformadora, mas a tecnologia é neutra. O que transformará é a maneira como a web será usada”.
E há mesmo tanta inovação nessa área? Durante o Campus Party encontrei com dois amigos, de empresas diferentes, que lidam com venture capital e financiamento de projetos. Eles foram lá para verificar se algo valia um aporte, se algum projeto poderia interessar, se encontravam algo realmente novo. Adivinhem com quantas propostas eles saíram de lá? Zero.
http://perolasdasassessorias.wordpress.com/2009/02/02/crise-de-inovacao/
A internet é linda, maravilhosa, gostosa, quentinha. É assim que todos a definem desde que ela se popularizou (ahã). Tirou e criou empregos, mudou estratégias, fez emergir ou evaporar conceitos e negócios. O santo Google (ou capeta para alguns) enfim reinou com seus serviços gratuitos e base de receitas na publicidade.
Virou festa. Tudo que remete à web ou tem de ser de graça ou muito barato. O que não é uma verdade absoluta. Junte nesse balaio de gato a queda do império fonográfico/cinematográfico. Milhões e milhões de downloads gratuitos, sem direitos autorais. Quê? Pagar pra ver um filme ou ouvir uma música? Imagina.
Sim, essas duas indústrias exploravam os artistas (e ainda o fazem em muitos casos). Sugavam suas almas, é bem verdade. A corporação ficava com quase a totalidade da grana e os cantores se matavam em turnês para, finalmente, conseguirem comprar suas mansões, colares de ouro e outros apetrechos.
Nessa brincadeira toda, compartilhar, remodelar, enfeitar, mixar, entre diversas outras expressões passaram a ser as palavrinhas da modernidade. Aquele papo todo de inspiração – que em boa parte não passa de uma cópia descarada com nova roupagem – ganhou mais corpo nos últimos anos.
Outro dia, porém, estava pensando em algo que me deixou preocupado. Com todos esses recursos disponíveis, muitas possibilidades foram abertas. Mas, será que não teremos uma crise de inovação nos próximos anos?
Não estou aqui para condenar ou defender o direito autoral, longe disso. Mas houve uma imensa desvalorização do processo criativo e dos autores. Não interessa mais quem fez. O que vale é o como fez e de que forma repercutir a tal criação. Também não se trata de uma discussão sobre ego. A minha pergunta é simples e direta: as pessoas ou empresas estão sendo recompensadas pela inovação?
Apesar de todas as maravilhas oferecidas pelos recursos digitais e pela internet, temo que os reais criadores não estejam recebendo da forma ou na proporção que deveriam. Então a conta é lógica. O que me leva a criar quando sei que, na verdade, receberei muito pouco ou nada em troca? O que pode motivar as pessoas a inovar além de dinheiro e qualidade de vida?
Ninguém vai se sentir estimulado a produzir algo diferente se não tiver, mesmo que em longo prazo, um retorno financeiro. E não venham me falar que as pessoas buscam reputação. Ela não necessariamente está ligada a dinheiro. Em RP, por exemplo, se o projeto tiver início com a proposta de aumentar a rentabilidade, esqueça, já começa errado. E RP é trabalho puro de reputação, imagem e marca. Além do mais, reputação é relativa. É igual regime de emagrecimento. O mais difícil não é conquistá-la, mas sustentá-la.
Há um deslumbramento excessivo em torno desses temas atrelados à web, redes sociais, relacionamentos digitais, comunicação 2.0. Mas como disse meu amigo Giba, “tudo vem sendo compartilhado é cultura pop. A internet é sim transformadora, mas a tecnologia é neutra. O que transformará é a maneira como a web será usada”.
E há mesmo tanta inovação nessa área? Durante o Campus Party encontrei com dois amigos, de empresas diferentes, que lidam com venture capital e financiamento de projetos. Eles foram lá para verificar se algo valia um aporte, se algum projeto poderia interessar, se encontravam algo realmente novo. Adivinhem com quantas propostas eles saíram de lá? Zero.
http://perolasdasassessorias.wordpress.com/2009/02/02/crise-de-inovacao/
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