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Aécio Neves pode mudar rumos da sucessão nesta quinta-feira com festa em Minas Gerais

{ Posted on 21:58 by Edmar Lyra Filho }

Reinaldo Azevedo, em seu blog

Eleições não são operações matemáticas — ou, mais especificamente, aritméticas: juntem-se os números, realizem-se as operações, e se vai chegar a um número que está contido nos dados, bastando apenas descobri-lo. Não é necessariamente assim. Iniciada uma campanha, tudo pode acontecer. Sempre considerando a incerteza como parte da realidade, o mais provável, no entanto, é que os fatos sigam o fluxo dos acontecimentos. Tomemos, vá lá, o PSDB como uma unidade: as ações concorrem para a vitória ou para a derrota?

A próxima quinta-feira será um dia decisivo. O governador de Minas, Aécio Neves, fará uma grande solenidade para inaugurar o novo centro administrativo do estado — Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves —, comemorando também os 100 anos do avô, que nasceu no dia 4 de março de 1910. Dilma Rousseff, já oficializada candidata do PT à Presidência, estará presente. Ciro Gomes, que se diz presidenciável do PSB também. E o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB, irá ao evento.

Indaga-se: poderia ser uma “festa tucana”, a marcar, vamos dizer, aquela união que os oposicionistas esperam e que consideram, com razão, essencial para que as oposições tenham condições de enfrentar disputa tão dura? Poderia. Mas não é. O padrão mítico da política mineira é outro, embora o próprio celebrado, Tancredo, tenha optado pelo confronto em momentos-chave da política, a despeito do espírito conciliador. Mas sigamos.

É uma festa sem adversários. E notem que estou fazendo apenas um registro, não uma crítica. Considero que esse caráter festivo, se parte de uma estratégia política da oposição, poderia até, ou pode, ser virtuoso. Que Dilma esteja ali, se querem saber, é até razoável. A presença de Ciro, dada a virulência com que ataca Serra, em que grosserias e mentiras aspiram à condição de pensamento, parece-me dessas pequenas provocações desnecessárias. Mas Ciro é nota à margem em qualquer análise — como sabem, aliás, seus aliados petistas, que o chutaram e o querem apenas como boca de aluguel na disputa paulista. Adiante.

A solenidade pode introduzir, quando menos, uma incógnita no jogo que está sendo jogado, e a bola estará, obviamente, com Aécio Neves. Vamos ver qual será o discurso:

1 - Caso se limite a declarar que palanque tão plural, reunindo lideranças que cobrem todo o espectro da política nacional, é um sinal de que o Brasil vive um novo momento, estará fazendo uma aposta em… Aécio Neves apenas. E isso, voltando ao início do texto, significa que o PSDB, como partido, marca um compromisso com a derrota. Se vai acontecer ou não, aí o tempo dirá.

2 - Se, a despeito do discurso conciliador e inclusivo que fará (essa fala é fatal, um dado da natureza do processo), acenar com a possibilidade de Minas (políticos mineiros sempre tomam a parte pelo todo; é a chamada “Metonímia Mineira”) ter peso decisivo no futuro do país — e nem será preciso revelar o valor da incógnita —, então a partida se anima de novo.

Qual será o caminho? Saberemos depois de amanhã. Parte da imprensa não perdeu tempo. Já usou o amplo leque de convidados para a solenidade de Minas como mais um revés da candidatura Serra. Se Deus descer à terra e resolver posar para fotografias ao lado do governador de São Paulo, esses setores darão um jeito de dizer que o tucano parecia um tanto contrariado com o Altíssimo; que o mais apropriado seria chamar São Pedro. Aí se trata daquele esforço de sempre para fazer com que as profecias se cumpram.

O dia é quinta-feira. E Aécio, que atuou para isso, se tornou a personagem da hora da eleição. O futuro pode lhe reservar a condição de peça decisiva na vitória do PSDB ou de responsável pela derrota. Ele não gosta dessa avaliação, está claro. Mas aí não há gostar ou querer. Ele próprio moveu as peças, com muita habilidade segundo o seu ponto de vista, para que se chegasse a esse ponto.

Ah, sim: e Serra? Deve ir para o sacrifício caso sinta cheiro de cristianização no ar? O fundo das consciências a Deus pertence, não é? Não sou e nunca serei político. Falo por mim, como sempre: eu não iria. Mais claro que isso, não consigo ser.

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